Discurso durante a Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

ANALISE DO PROCESSO DE CONSOLIDAÇÃO DOS ASPECTOS DEMOCRATICOS DO CONGRESSO NACIONAL. REGISTRO DA PRESENÇA, NA TRIBUNA DE HONRA, DO PREFEITO DE PORTO GRANDE, ESTADO DO AMAPA.

Autor
Gilvam Borges (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AP)
Nome completo: Gilvam Pinheiro Borges
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
LEGISLATIVO. PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.:
  • ANALISE DO PROCESSO DE CONSOLIDAÇÃO DOS ASPECTOS DEMOCRATICOS DO CONGRESSO NACIONAL. REGISTRO DA PRESENÇA, NA TRIBUNA DE HONRA, DO PREFEITO DE PORTO GRANDE, ESTADO DO AMAPA.
Publicação
Publicação no DSF de 28/12/2001 - Página 32471
Assunto
Outros > LEGISLATIVO. PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.
Indexação
  • COMENTARIO, ATUAÇÃO, CONGRESSO NACIONAL, DIFICULDADE, AFASTAMENTO, RENUNCIA, SENADOR, ELOGIO, TRABALHO, CONGRESSISTA.
  • ELOGIO, GOVERNO, FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, NECESSIDADE, CONTINUAÇÃO, PARTICIPAÇÃO, PAIS, PROCESSO, GLOBALIZAÇÃO, IMPORTANCIA, REFORMA ADMINISTRATIVA, REFORMA TRIBUTARIA, REFORMA POLITICA.
  • CITAÇÃO, DIFICULDADE, AREA, SAUDE, HABITAÇÃO, SEGURANÇA PUBLICA, EDUCAÇÃO, NECESSIDADE, CRIAÇÃO, PROGRAMA, INCENTIVO, DESENVOLVIMENTO, MULHER.
  • REGISTRO, PRESENÇA, PREFEITO, MUNICIPIO, PORTO GRANDE (AP), ESTADO DO AMAPA (AP), BUSCA, RECURSOS, DESENVOLVIMENTO, REGIÃO.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. GILVAM BORGES (PMDB - AP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, segundo o relato dos Congressistas no que tange à avaliação do ano que se finda, apesar de todas as turbulências e dificuldades, o Congresso Nacional, pilar maior da democracia, deu uma prova de que está com seus assentamentos democráticos consolidados.

            O Senado Federal, em toda a sua história, nunca teve momentos de tamanha exposição e interligação com a sociedade brasileira como os episódios da disputa da Mesa do Senado Federal que culminaram com o afastamento, pelo voto, de um Senador e com a renúncia de três outros Senadores.

            Sr. Presidente, a pujança do Brasil, a soberba, a capacidade de trabalho e a espirituosidade do povo brasileiro o mantêm como um dos países mais belos do mundo não só no que tange ao seu potencial ecológico e turístico mas também no seu potencial de gente, de povo.

            É verdade que temos as nossas dificuldades como povo, mas acreditamos neste País maravilhoso. Os poderes constituídos têm-se equilibrado da melhor forma possível. O Presidente Fernando Henrique, apesar das críticas e do próprio desgaste do cargo, tem conduzido o País de forma séria. Podemos dizer que o nosso País, no que se refere às reformas estruturais, fundamentais, para adequá-lo às exigências do mundo globalizado, apesar do que já foi feito, precisa ainda dar continuidade a esse processo. A reforma administrativa é necessária. Precisamos urgentemente da reforma política e da implementação da reforma tributária. Outro passo importantíssimo também são as privatizações, algumas já ocorridas.

            Portanto, ao Presidente Fernando Henrique, o chefe maior da Nação, autoridade maior do Poder Executivo, nossas congratulações pelo trabalho que tem desenvolvido pelo País e, obviamente, pelo povo brasileiro.

            Há de se convir que as dificuldades são enormes na área de segurança pública, saúde, habitação. Os problemas também são gravíssimos quanto aos servidores públicos, aos aumentos, à situação do Parlamento.

            Sr. Presidente, havemos de convir que este País tem crescido. Acredito na revolução pelo homem, pelas idéias e pela formação do caráter. Portanto, a educação e a prioridade na área social precisam ser o carro-chefe para que possamos investir maciçamente nas gerações futuras e, assim, tenhamos homens cada vez mais qualificados, na agricultura, no comércio, na indústria, na área política do Vereador, do Deputado Estadual, das Lideranças que conduzem e fazem este País. E somente com investimento maciço na mudança da mentalidade para forjar o caráter por uma sociedade sólida, com a moral consolidada, teremos um País melhor no futuro.

            O Ministro Paulo Renato implementou programas ousados, apesar de suas dificuldades. Mas está aí, na América do Sul, países vizinhos, como Argentina, numa crise violenta, à qual, felizmente, estamos resistindo bravamente e com perspectivas muito boas.

            Sr. Presidente, quero dizer a todas as mulheres do meu País que acreditamos no potencial delas. São elas que dão os primeiros ensinamentos a todos nós seus filhos, homens e mulheres. E este País está necessitando de uma política revolucionária de investimento na área de educação para as mulheres. Creio que devamos ter matérias específicas para o treinamento às nossas adolescentes, a fim de que possam ter os conhecimentos básicos necessários que as possibilitem ser um elemento decisivo na formação da nossa sociedade. Reporto-me a todas as mulheres brasileiras, e aos homens, que se mostram um pouco carrancudos, porque, às vezes, ficam chateados quando dizemos que as mulheres é que mandam. E é verdade.

            Peço ao Presidente Fernando Henrique que pense seriamente na instituição da bolsa-mulher, da bolsa-adolescente, para que as mulheres a partir dos treze anos possam ser amparadas por um programa especial do Governo Federal que possibilite o custeamento de cursos nas próprias escolas públicas e particulares para aperfeiçoarem essa sua capacidade extraordinária não só da procriação, mas de lidar com problemas das mais variadas ordens. Como elas são a nossa base, como elas são a sustentação da sociedade, é por intermédio delas que poderemos começar a implementar a grande revolução que a sociedade brasileira necessita.

            Sr. Presidente, registro a presença do nosso Prefeito, de Porto Grande, acompanhado do seu assessor, que nos honra com a sua presença, na tribuna de honra do Senado Federal. O objetivo principal de S. Exªs em Brasília é fazer gestões junto às autoridades federais, no sentido de buscar recursos para serem aplicados naquele Município.

            Sr. Presidente, para encerrar, gostaria de levar ao conhecimento de V. Exªs um episódio que aconteceu comigo, que passo a citar rapidamente. No dia 24 de dezembro, às vésperas do Natal, eu estava na minha casa com minha mãe e a minha família. Minha mãe é a minha assessora, aquela que nomeei e que me ajuda no dia a dia. Entretanto, quando faltava uma hora para o dia de Natal, ela aproximou-se de mim e disse-me: “Meu filho, dê uma lida nesta carta”. Em permanente contato com o eleitorado, no dia-a-dia, acabamos ficando calejados, porque os pedidos de ajuda são inúmeros - nós sabemos como são essas coisas. Era um bilhete escrito de próprio punho por um garoto de dez anos e dizia mais ou menos o seguinte: “Senador Gilvam, eu fui ao comércio, ao boteco comprar uma dúzia de ovos para o almoço; de repente, senti uma dor horrível e caí por terra. Minha mãe me botou no colo e me levou para o hospital. Eu havia recebido um tiro, uma bala perdida”. Isso ocorreu no Amapá e me tocou profundamente. Ele não me pedia um brinquedo, mas uma cadeira de rodas.

            Neste momento, interrompo minha narração para fazer uma homenagem especial a todas as pessoas que estão num leito de hospital impossibilitadas de se locomoverem e que recebam a solidariedade de todo o povo brasileiro.

            Telefonei imediatamente para o garoto e disse-lhe que podia contar com a cadeira de rodas. Não se trata do valor da cadeira de rodas. Não se trata de uma cadeira de rodas. Falo da situação crítica de uma criança que, como milhares de outras pelo País afora, não tem nenhuma perspectiva. Aquela cartinha, Sr. Presidente, tocou-me profundamente. Como estamos perto do Ano-Novo, quero solidarizar-me com todos os enfermos, com todas as crianças e com todas as pessoas que passam fome neste País. Nós brasileiros temos uma boa alma e uma boa índole; somos gente solidária. Quero solidarizar-me com todos os enfermos, os doentes e os desesperançados, as pessoas sem perspectivas e doar-lhes um pouco de nós. Noventa e nove por cento do Congresso Nacional são lideranças que se preocupam com nosso povo e com nossa gente e não só com a elaboração das leis.

            Agradeço, Sr. Presidente, a atenção de V. Exª e de todos os Pares. Desejo a todos os meus Colegas prosperidade, sucesso, saúde e paciência. Iniciaremos um ano eleitoral e enfrentaremos mais uma batalha. Muitos daqui disputarão o Governo; outros, a reeleição; outros, a Câmara Federal. Desejo a V. Exas muita prosperidade com suas famílias, com os eleitores e com o País principalmente.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


            Modelo15/16/244:14



Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/12/2001 - Página 32471