Discurso durante a 177ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

ELOGIOS A QUALIDADE DAS ATUAIS ESPECIES DE CAFE PRODUZIDAS NO ESTADO DO ESPIRITO SANTO. REGISTRO DA PRESENÇA DE S.EXA. EM SOLENIDADE DO CONCURSO ANUAL DE CAFE PROMOVIDO PELOS PRODUTORES CAPIXABAS, NO MUNICIPIO DE PEDRA AZUL.

Autor
Paulo Hartung (PSB - Partido Socialista Brasileiro/ES)
Nome completo: Paulo César Hartung Gomes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA AGRICOLA.:
  • ELOGIOS A QUALIDADE DAS ATUAIS ESPECIES DE CAFE PRODUZIDAS NO ESTADO DO ESPIRITO SANTO. REGISTRO DA PRESENÇA DE S.EXA. EM SOLENIDADE DO CONCURSO ANUAL DE CAFE PROMOVIDO PELOS PRODUTORES CAPIXABAS, NO MUNICIPIO DE PEDRA AZUL.
Publicação
Publicação no DSF de 18/12/2001 - Página 31570
Assunto
Outros > POLITICA AGRICOLA.
Indexação
  • DEFESA, IMPORTANCIA, ARTICULAÇÃO, PRODUÇÃO, COMERCIALIZAÇÃO, CAFE, ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES), FORNECIMENTO, EMPREGO, RENDA.
  • ELOGIO, QUALIDADE, CAFE, ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES).
  • REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, SOLENIDADE, CONCURSO, JULGAMENTO, QUALIDADE, CAFE, MUNICIPIO, PEDRA AZUL (MG), ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES).
  • IMPORTANCIA, CONCURSO, DEMONSTRAÇÃO, TRANSFORMAÇÃO, AGRICULTURA, LAVOURA, CAFE, ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES).

O SR. PAULO HARTUNG (PSB - ES. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Espírito Santo, Estado que tenho a honra de representar nesta Casa, é o segundo produtor de café do nosso País, embora tenha um pequeno território se comparado a outros Estados federados como Minas Gerais, São Paulo e Paraná, também produtores de café. Parte do nosso território é um terreno extremamente acidentado. Mesmo assim, o Estado coloca-se como segundo produtor de café do País e primeiro produtor de café conilon no Brasil.

A tradição de produção de café no Espírito Santo já ultrapassa 100 anos. No passado, o Estado apresentava, na sua estrutura, um papel muito importante do ponto de vista financeiro. Embora não tenha perdido sua importância financeira, essa foi diminuída, evidentemente, ao longo do tempo devido à diversificação da economia capixaba. Esse fato também ocorreu em outros Estados do País, mas o Espírito Santo manteve um papel fundamental: a atribuição social. No Estado, a produção e a comercialização do café empregam mais de 300 mil pessoas. Como eu dizia, a cafeicultura em nosso Estado é uma atividade econômica iniciada no século retrasado, quando da chegada dos italianos e dos alemães em nosso território. Desde então, Sr. Presidente, o foco sempre foi a quantidade de café produzida. Não houve uma especialização nem se trabalhou qualidade de café ao longo de quase todo esse tempo.

Nos últimos cinco ou seis anos, houve um grande movimento em termos de conscientização dos nossos produtores rurais, cafeicultores, em relação aos cafés finos, de qualidade. Esse processo redundou num sem-número de produtores que já trabalham nessa outra vertente, agregando valor ao seu produto e obtendo um preço muito melhor do que o de mercado.

Sr. Presidente, participei, com muita alegria, com muita satisfação, de importante solenidade nesse final de semana. Sábado à noite estive numa região muito bonita do Estado do Espírito Santo, uma das mais belas do País, uma localidade de nome Pedra Azul. Lá, participei da solenidade conclusiva do primeiro concurso de qualidade de cafés das montanhas do Estado. Importante dizer que essa é uma grife que está sendo trabalhada pelos produtores da região montanhosa do Estado do Espírito Santo, que produzem o café arábica, que começou a ganhar presença já nos congressos nacionais e internacionais de cafés finos. Mais do que isso, Sr. Presidente, já chegou ao Senado Federal - hoje, quem quiser tomar o melhor café do Senado Federal tem que ir ao gabinete do Senador capixaba Paulo Hartung, porque os fornecedores do café do meu gabinete são esses produtores a que estou me referindo, ou seja, os produtores desse café fino, de grife, produzido nas montanhas do Estado do Espírito Santo.

Pois bem, participei do primeiro concurso que julgou 166 amostras e contou com o envolvimento de mais de 50 produtores. E o que mais me chamou a atenção foi a quantidade de Municípios capixabas -- que não é, volto a dizer, de grande território --, que produzem café de qualidade: são 25 Municípios, o que é muito significativo no contexto do meu Estado. Dessas amostras foram selecionadas 32 que foram premiadas. Tenho certeza de que esse concurso marca uma virada na história da cafeicultura do Espírito Santo. Vamos continuar produzindo café em quantidade, mas vamos abrir o espaço. Tenho certeza de que, no concurso do próximo ano, teremos o dobro ou o triplo das amostras e enveredaremos por essa outra área.

Sr. Presidente, na semana passada houve um leilão de cafés na Internet. Nesse leilão, foram escolhidos os 18 melhores cafés apresentados. Desses, dois eram produzidos em terras capixabas; e o segundo maior preço foi para um produto também capixaba. O valor foi superior a mil reais por saca de café comercializada, muito superior ao praticado no mercado para o café, cujo preço vemos diariamente na imprensa nacional e na imprensa local dos Estados produtores de café, o que mostra a importância da agregação de valor, o que mostra a importância desse trabalho de conscientização, de transmissão de conhecimento que está sendo feito em toda a cadeia produtiva do café e, particularmente, na dos cafés de qualidade.

Por isso, quero, da tribuna do Senado, registrar o evento, valorizá-lo, dizer que ele representa uma virada de página na agricultura capixaba e, tenho certeza, também na nossa cafeicultura. Desejo que esse evento produza frutos importantes para os próximos anos.

Parabenizo as empresas Tristão, importantes na organização do evento, e cito, inclusive, as figuras de Jônice Tristão, que já esteve nesta Casa representando o Estado do Espírito Santo - assumiu o Senado por um tempo, teve uma participação nesta Casa -, e de seu filho Sérgio Tristão. Cito também a participação da UCC, empresa japonesa parceira na realização do evento.

Quero, finalmente, dizer algo importante para concluir o meu pronunciamento: o sucesso dessa inovação na cafeicultura capixaba se deve unicamente a algo muito importante na economia, que é a agregação do valor à produção de café, e essa transformação na cafeicultura capixaba está ligada à comercialização de cafés finos. A produção e a comercialização estão articuladas, e é por isso que dá certo. Muitas vezes, vemos fruticultores e horticultores desenvolvendo um trabalho de qualidade, mas desvinculados da comercialização de seus produtos. Vemos belos projetos da área de produção que afundam, chegam à completa desorganização e à sua falência por falta de articulação com a área de comercialização. Esse é um projeto que está dando certo.

Por essa razão, desejo saudar todos os organizadores e também, de público, agradecer ao Dr. Pedro Camargo, Secretário do Ministério da Agricultura, na área de produção e comercialização, que esteve presente e registrou, em seu pronunciamento, a enorme surpresa pelo que pôde presenciar em relação à produção de cafés finos no Estado do Espírito Santo. Mais ainda, registrou também seu encantamento com as montanhas daquele Estado, com regiões muito bonitas, próprias não apenas para a agricultura como também para o turismo. Todo um desenvolvimento na área do turismo vem ocorrendo nas áreas de montanhas do Estado.

É o registro que gostaria de fazer, Sr. Presidente, agradecendo a atenção de todos.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/12/2001 - Página 31570