Discurso durante a Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Defesa da candidatura própria do PMDB à Presidência da República, a propósito de notícias veiculadas pela imprensa de que líderes peemedebistas estariam negociando o apoio do partido em troca da vice-presidência.

Autor
Pedro Simon (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RS)
Nome completo: Pedro Jorge Simon
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA PARTIDARIA. ELEIÇÕES.:
  • Defesa da candidatura própria do PMDB à Presidência da República, a propósito de notícias veiculadas pela imprensa de que líderes peemedebistas estariam negociando o apoio do partido em troca da vice-presidência.
Aparteantes
Bernardo Cabral, Francelino Pereira, Iris Rezende.
Publicação
Publicação no DSF de 23/02/2002 - Página 731
Assunto
Outros > POLITICA PARTIDARIA. ELEIÇÕES.
Indexação
  • DEFESA, CANDIDATURA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), ELEIÇÕES, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, REPUDIO, NOTICIA FALSA, NEGOCIAÇÃO, APOIO, ELEIÇÃO, TROCA, VAGA, VICE PRESIDENCIA.
  • COMENTARIO, ANTERIORIDADE, SOLICITAÇÃO, ORADOR, CRIAÇÃO, COMISSÃO ESPECIAL, MELHORIA, SEGURANÇA PUBLICA, ATRASO, DEBATE, MATERIA.
  • APOIO, PROJETO, CONSOLIDAÇÃO, COLIGAÇÃO PARTIDARIA, CRITICA, NELSON JOBIM, MINISTRO, TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE), DEMORA, DIVULGAÇÃO, NORMAS, ELEIÇÕES, IMPOSSIBILIDADE, CONGRESSO NACIONAL, ALTERAÇÃO, LEGISLAÇÃO ELEITORAL.
  • CONCLAMAÇÃO, MEMBROS, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), VOTAÇÃO, ESCOLHA, CANDIDATO, DISPUTA, ELEIÇÃO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Parlamentares, estamos vivendo, nesses últimos dias, o clímax da vida partidária em torno da escolha dos candidatos à Presidência da República. É natural. Os prazos estão-se esgotando, e os Partidos procuram, primeiro, escolher um candidato e, segundo, fazer as composições com outros Partidos que melhor lhes aprouver, para dar mais força ao seu candidato.

            Temos visto até situações estranhas. Noticiei que seria candidato à Presidência da República e a imprensa quis fazer um exame de como eu governaria. Aí, perguntou-me um jornalista: “Quem seria o seu Ministro da Fazenda?” Eu disse: “José de Alencar, porque é um empresário que tem história, é essencialmente um empresário, não tem comércio, não tem prédio, não tem banco, tudo que ganha investe, e é o tipo de homem que acho positivo.”

            Agora, vejo que o PT e o Lula convidam José de Alencar para ser o seu candidato à Vice-Presidência. Acho perfeito, acho que todo mundo está com inveja do Lula porque ele escolheu um grande candidato, muito competente, muito capaz e que, além de unir os empresários com os trabalhadores, une os grandes colégios eleitorais de Minas Gerais e São Paulo.

            Já não avanço quando vejo, nos jornais, o meu querido amigo e Presidente do PT, José Dirceu, dizer que de há muito tempo o PT é um Partido de centro ou, quando muito, de centro-esquerda; quando vejo o meu querido amigo, José de Alencar, dizendo que estão se preocupando com o Lula, mas que ele próprio é muito mais afirmativo que o Lula, e quando os vejo sentarem-se à mesa. Agora, dizer que a identidade do Partido Liberal - cujo nome já diz tudo - é igual à do PT é algo realmente muito diferente. Mas respeito. Isso demonstra esforço, e o Lula tem dito com todas as letras que essa eleição ele quer ganhar. É verdade que acho que, para ganhar, não se podem fazer muitas concessões, tem que se manter a linha. A equipe do Lula cometeu um equívoco ao vetar que o Dr. Ulysses subisse no seu palanque, no segundo turno. Esse é um erro grave que, tenho certeza, ele não repetiria.

            Por outro lado, há o Ciro Gomes com o PDT, o PTB e o PPS, antigo Partido Comunista, que no seu programa partidário diz ser marxista. Inclusive, amigos nossos do antigo PMDB, quando estavam no Governo, privatizaram a companhia de energia elétrica e a companhia telefônica, e extinguiram a Caixa Econômica Estadual e o BRDE, criações do Dr. Brizola. Agora, estão no PPS, um partido marxista, e fazem entendimentos e acordos em busca de uma solução.

            Há também a Drª Roseana, com a competência do comando do PFL. Quem imaginaria, há algum tempo, o PFL com candidato à Presidência da República? Tínhamos certeza de que o PFL era um partido composto para ser sempre Governo, fosse qual fosse o Governo, sendo sempre um partido aliado, jamais com uma candidatura para disputar a Presidência da República. E foram buscá-la onde menos se imaginava: no Nordeste - quando o grande eleitorado está no Sul - e na pessoa de uma mulher, que, com a sua competência e com publicidade, está despontando e crescendo.

            Há o Garotinho, Governador do Rio de Janeiro, com o Partido Socialista do Arraes, debatendo e lutando para ter uma candidatura e para apresentá-la.

            E o nosso PMDB? É maior do que todos esses partidos, pois conta com mais parlamentares, prefeitos, diretórios municipais e com o dobro de filiados que tem o partido que está em segundo lugar; tem mais tradição, biografia, e tem história!

            Quero alertar as bases do PMDB: você, vereador; você, dirigente municipal, deputado estadual; você, que é membro de diretório, convém que entenda que tudo que as manchetes dos grandes jornais e a mídia de rádio, jornal e televisão estão publicando não corresponde à realidade. O PMDB não dará o vice da Roseana ou do Serra, porque de todos os partidos que estão escolhendo candidatos, o único que já fez uma convenção que determinou que haveria candidatura própria foi o PMDB. Na convenção, compareceu o maior número de membros filiados com direito a voto e, desses, 98,7% disseram: “Queremos candidatura própria”.

            Temos uma prévia marcada para o dia 17 de março e, depois, uma convenção extraordinária para consolidar essa prévia. Mas é importante que você, que está me escutando em qualquer Município, avise ao vereador do PMDB que, no dia 17, ele terá que sair de sua cidade e ir até a capital, porque, em cada Estado, só existirá uma urna e ficará na capital. No entanto, vale a pena, porque isso significa que a escolha não será de cúpula, de comando. O Partido estará dando às suas bases o direito de escolher quem será o candidato. Você, vereador, pense nisso. Prepare a sua roupa, pegue a sua passagem. Se tiver carro, vá de carro; se não tiver, vá de carona, mas, você vereador, você prefeito, você deputado, você que tem direito a voto na prévia - 15 mil têm esse direito - vote no dia 17. Vá à capital, vá à sede, lá haverá uma urna onde você poderá depositar o seu voto. O resto não é verdade.

            Como pode um líder do nosso partido estar negociando com o PSDB a possibilidade de fazermos uma composição segundo a qual o PSDB ficaria com a Vice-Presidência? Como pode fazer isso se a decisão é de candidatura própria, é de ter candidato próprio? Por cima de quem ele está passando? Qual é a autoridade, qual é a credibilidade que ele tem para sentar-se à mesa com o Serra convidando-o para ser o vice? Ele está faltando com a verdade. Ele pode dizer o contrário: - Serra, você quer ser vice-candidato do PMDB? Porque o PMDB já tomou a decisão de ter um candidato próprio à Presidência, e o PSDB não o fez”.

            Um outro Líder, que foi almoçar com a D. Roseana, ofereceu-lhe o cargo de vice. Tenho muito carinho pelo Dr. Sarney, ex-Presidente da República. Fui seu Ministro - embora indicado pelo Tancredo -, mas, no prazo inicial, fiquei com S. Exª. Respeito-o. Acredito até que ele, como pai, tem uma posição a favor de sua filha. Nem se pode pensar diferentemente. Mas não tenho conhecimento de que haja algum outro parlamento do mundo onde o pai de um candidato, mesmo sendo de outro partido, diga que vai assumir o comando, que vai almoçar com o presidente do partido para convencê-lo a votar na filha porque isso é melhor para o PSDB. Por que é melhor para o PSDB? O melhor para o PSDB é a candidatura do PMDB.

            Dizem alguns Líderes que o PMDB não tem candidato em condições. O PSB foi buscar o Garotinho, uma figura que, se ouvirmos o que o Dr. Brizola diz dele - com o que eu não concordo -, vamos ficar surpresos. O Dr. Brizola e outros foram buscar o Ciro Gomes, homem que foi Governador do seu Estado sei lá por quanto tempo e teve uma passagem pelo Ministério da Fazenda. O PSDB escolheu o Serra. Foi um importante Ministro da Saúde, houve muitos fatos favoráveis a ele, mas está provado que os desígnios não estão do lado dele. Por que sair do Governo agora? Ele poderia ter deixado para sair em março e até lá tentar resolver o problema da dengue. Ele sai do Governo, deixando uma gravíssima crise de saúde no País para ser candidato! Na minha opinião, ficaria muito melhor se ele arregaçasse as mangas e fosse fazer o máximo possível até o último dia da desincompatibilização. Depois, seria candidato.

            Será que o PMDB não tem ninguém a essa altura? Alguém que se compare a essas pessoas? Temos o Presidente Sarney, que foi Presidente da República e Governador. Não pode ser candidato pelo PMDB? Temos o Itamar Franco, que foi Presidente da República e é Governador de Minas Gerais. Esse não tem condições de ser candidato? Como é que o PMDB vai com o Itamar? Como é que o PMDB vai com o Sarney? Temos o Requião, que foi Prefeito de Curitiba e Governador do Paraná. Não pode ser o candidato? Temos o Iris Rezende, duas vezes Ministro, duas vezes Governador de Goiás. Não pode ser candidato? Será que um partido com o quadro do PMDB não tem candidato? Temos o Jarbas Vasconcelos, Governador de Pernambuco, prefeito de Recife, que, ao invés de estar fazendo esse papel triste de agora, poderia ser candidato. Primeiramente, cogitou-se que poderia ser o vice do Serra. Agora ele próprio defende que o PMDB abra mão também da vice para que o PSDB possa oferecer ao PFL. Não poderia ser ele o candidato? O que a D. Roseana, o que o Serra, o que o Garotinho tem que não tem Jarbas Vasconcelos?

            Essa afirmativa de que o PMDB não tem nome fica mal na boca dos Líderes. Que Líder é este que desmoraliza, que humilha a sua gente? Que general é este que desmoraliza a sua tropa? Parece que estão a serviço de uma legião estrangeira, mas não a serviço de seu Partido.

            Olha, o PMDB tem história e tem biografia. É verdade que estamos num momento de pouca sorte. O nosso Líder na Câmara veio da antiga Arena; seu pai foi Secretário do Antonio Carlos. O nosso Líder aqui no Senado, foi o Líder do Collor. O nosso presidente da Fundação Ulysses Guimarães foi Prefeito da Arena, em Niterói; a primeira vez que se candidatou a Governador foi pela Arena, no Rio de Janeiro. O Dr. José Sarney é pai da Roseana. E é essa gente que está comandando o processo. Parece até que é uma legião estrangeira que ficou na frente do PMDB na hora de comandar o processo. Há, portanto, uma verdadeira rebelião. As bases terão que se impor a essas lideranças. Duzentos e cinqüenta pessoas assinaram o pedido de uma convenção extraordinária. Por quê? Porque há dúvidas em relação ao que a Executiva vai fazer, porque, uma hora, ela declara que não haverá prévia, outra hora diz que sim. Tentou-se fazer a prévia. Colheram assinaturas. O Estatuto do Partido é muito claro: um terço de assinaturas determina convocação da Assembléia Extraordinária.

            Mas, à margem da convenção extraordinária, o importante é que terá uma prévia no dia 17. E os Líderes não poderão fugir. Podem até tentar boicotar, não dar quorum, mas não vão poder fugir.

            E tem mais, Sr. Presidente. Se não houver a prévia, deve haver uma convenção. Todos os Partidos políticos, de acordo com a Lei Eleitoral, terão que fazer uma convenção no primeiro semestre, precisamente na primeira quinzena de junho. E, na convenção do PMDB eu, pelo menos, já sou candidato. Vou disputar! Vou disputar com o Serra, com a Roseana, com seja lá quem for. Mas, para apoiar o candidato de outro Partido, eles terão de derrotar a candidatura própria do PMDB.

            O Sr. Francelino Pereira (PFL - MG) - Senador Pedro Simon, V. Exª me concede um aparte?

            O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Com o maior prazer, concedo o aparte a V. Exª.

            O Sr. Francelino Pereira (PFL - MG) - Senador Pedro Simon, V. Exª sempre prima, tanto quanto possível, pela objetividade. A objetividade diz respeito ao dia-a-dia, aos fenômenos políticos e econômicos que zombam das nossas profecias. Imaginei que V. Exª fosse à tribuna para dissertar não sobre estratégias diversas dentro das instituições partidárias, mas principalmente a respeito de problema urgente que determinará modificação nas ações partidárias brasileiras. Imaginei que V. Exª viesse falar - e tenho certeza de que o fará, porque V. Exª prima pela objetividade - que, no próximo dia 5, o Tribunal Superior Eleitoral divulgará as normas para a realização das próximas eleições. O Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Nelson Jobim, já declarou publicamente - e particularmente aos Líderes partidários que compareceram individualmente ou não ao seu gabinete - dando sempre a entender que as normas deverão ser relativamente fechadas. Em outras palavras, se dois partidos fizerem coligação no plano nacional, essa coligação valerá não apenas para a cidade de Estrela, no Rio Grande do Sul, mas para todos os Estados brasileiros. Esse é um assunto da maior gravidade, da maior responsabilidade. Em agosto do ano passado, o Deputado Miro Teixeira fez uma consulta ao Tribunal Superior Eleitoral e ela está nas mãos do Presidente do Tribunal.

            O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Em agosto do ano passado! O Tribunal Superior Eleitoral poderia ter decidido sobre esse assunto em setembro do ano passado! Deixou, propositadamente, para agora.

            O Sr. Francelino Pereira (PFL - MG) - O Ministro Nelson Jobim está com essa consulta em mãos e terá de decidir sobre o assunto. S. Exª é um homem competente, inteligente. Mais do que isso, é um homem público lúcido, que gosta de tomar decisões que, efetivamente, surpreendam o País do ponto de vista da objetividade e da normalidade democrática. Estamos na expectativa de que, no próximo dia 5, o Tribunal Superior Eleitoral expeça as normas para a realização das eleições, modificando totalmente as diligências, os entendimentos e as resultantes da ação partidária no que tange às convenções e à escolha dos candidatos. Esse é um assunto da maior gravidade e da mais premente atualidade. Muito obrigado a V. Exª.

            O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Sr. Presidente, peço a V. Exª que desconte a minha resposta a esse aparte do meu tempo, porque o assunto é da maior importância e fujo do meu problema para tratar dele. Tenho certeza de que o Senador Leomar Quintanilha haverá de compreender o tempo a mais que usarei aqui.

            Senador Francelino Pereira, V. Exª veio a esta tribuna e não tratou desse assunto, mas do problema da segurança, que considerou muito importante. Eu só não tratei da questão da segurança - está aqui - porque V. Exª tratou. Deixei para uma outra oportunidade.

            A respeito dessa comissão que foi instalada para tratar da questão da segurança, quero mostrar que eu já havia solicitado, no dia 28 de junho do ano 2000, a criação de uma comissão exatamente com a mesma finalidade. Eu havia pedido ao Presidente Antonio Carlos que a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania criasse uma comissão exatamente para fazer o que essa vai fazer, há dois anos. O requerimento não saiu da gaveta da Presidência. Enviei um documento ao Dr. Antonio Carlos pedindo uma reunião urgente, no Senado, sob a Presidência dele e do Presidente da Câmara, com a participação de todos os Governadores e do Governo, para discutirmos a questão da segurança, apoiando-nos no plano que o Presidente tinha lançado naquele momento. Eu achava que a questão era tão grave, tão importante, tão significativa que tínhamos que ter um esboço do conjunto. Porque, naquele plano, não se sabia o que o Presidente ia fazer, o que ia deixar para o Governador, etc. Mas eu farei esse discurso logo mais. V. Exª tem razão, o assunto é muito importante.

            Em tese, até vejo com simpatia a idéia do Ministro Nelson Jobim. Temos que marchar para partidos consolidados. Temos que marchar para blocos fechados. E que bom será o dia em que tivermos uma aliança em Brasília e uma aliança em cada Município. Isso será ótimo. Sou totalmente favorável a essa situação. Perdoe-me a franqueza.

            Agora, na véspera? E ele recebeu o documento em agosto e o deixou na gaveta o final do ano inteiro! Se ele tivesse levantado a tese, poderíamos ter feito uma legislação! Teríamos tido tempo para fazer uma legislação no ano passado - compete a nós fazer a legislação, não a ele. Então, não quiseram resolver isso, porque se tivessem querido, teriam mandado um ofício sobre o assunto. Mas não fizeram nada; guardaram na gaveta.

            E agora apresentam um projeto, quando as alianças e os entendimentos já estão feitos, querendo mudar, da noite para o dia... E o Dr. Brindeiro está hoje, com muita felicidade, expondo as razões pelas quais era contra. E uma delas é exatamente essa.

            E a antecedência de um ano que é necessária para alterar a legislação eleitoral? E esse ponto é básico na Lei Eleitoral. Trata-se de uma mudança, não se trata de uma questão adjetiva, de alterar a urna, etc. Muda-se todo o caráter da eleição. E a lei diz que para fazer isso é necessário um ano de antecedência. Cadê o ano de antecedência? Com toda sinceridade, acho que isso vai servir de experiência, de muito boa experiência, para discutirmos. E sou um dos que estão dispostos, no ano que vem, a sentar à mesa para discutir essa matéria, dentro da lei partidária, que já debatemos, analisamos.

            Temos que ter uma lei partidária em que se respeitem as minorias, mas com conteúdo de seriedade e de profundidade. Nessa lei, acho que se devem disciplinar as alianças. E não o Tribunal, à última hora, às vésperas. E quando há uma decisão - o que é pior - pela qual a imprensa já diz que é a favor da candidatura do Serra. Não sei nem se é verdade ou mentira, mas foi tomada essa decisão. A imprensa noticia, essa é uma solicitação que soma para o PSDB e para a candidatura de Serra. Não sei se respondi a V. Exª.

            Volto ao meu PMDB para dizer apenas o seguinte, Sr. Presidente: um Líder disse que o Pedro Simon está querendo ir acima do que pode ser. Não tenho a vaidade, Sr. Presidente, de ir buscar a Presidência da República. Com 72 anos de idade, 43 anos de mandatos sucessivos, não tenho por que buscar a Presidência da República. Penso que essa é uma missão muito mais de sacrifício do que de satisfação pessoal. Por isso, não estou nessa campanha pela candidatura do Pedro Simon. Tanto que digo aos Líderes que não tenho nenhum problema em sair dela. Se se reunirem e chegarem a um grande entendimento, determinando qual será o candidato - desde que seja um dos nomes que tenham credibilidade -, se se reunirem e disserem que o candidato é o Requião, não terei nenhum problema em aceitar.

            O que não posso aceitar é que se esteja alugando a sigla do PMDB em troca de tempo - porque os seis minutos do PMDB serão muito importantes para quem ele apoiar. Os seis minutos do PMDB no rádio e na televisão são um fator do maior significado. O PMDB, sozinho, tem tempo igual, praticamente, ao de todos os outros candidatos. É claro que, somando-se o tempo do PSDB mais o do PMDB, ou o do PFL mais o do PMDB, chega-se a um espaço de tempo que é o dobro do dos outros candidatos.

            Usa-se o argumento de que os candidatos do PMDB não aparecem nas pesquisas. Mas o próprio Serra declara que não aceita dizer que, se até junho não despontar nas pesquisas, ele vai sair da disputa. Ele já deixou bem claro, já disse com todas as letras que não aceita isso. Porque, disse ele, as pesquisas vão valer a partir do horário eleitoral gratuito, quando ele puder falar no rádio e na televisão. Concordo plenamente com ele. O fato de o Serra, até maio, junho ou até se iniciarem os programas gratuitos de rádio e televisão, não despontar nas pesquisas não quer dizer que ele não possa despontar quando do debate, por dois meses, ao vivo, no rádio e na televisão.

            Vejam o meu caso, por exemplo: desde que me lancei candidato à Presidência da República, ou que fui lançado candidato, a grande imprensa ignora a minha candidatura, à exceção da revista IstoÉ, que fez uma bela reportagem sobre mim. Mas, em tese, não divulgam nada a meu respeito. Nas pesquisas, não consta o meu nome. Se temos de escolher dentre os candidatos que são apresentados pela mídia, o Serra não poderia ser candidato. O PMDB não poderia ter candidato. A disputa ficaria entre os dois marqueteiros: hoje, entre o Lula, do Duda Mendonça, e a D. Roseana. Não tenho medo disso.

            Não tenho medo de ter zero nas pesquisas, porque penso que, se tivermos candidato próprio e dispusermos de seis minutos no rádio e na televisão, vamos fazer a nossa parte, vamos desenvolver a nossa missão. Vamos dizer, primeiro, o que é o PMDB, vamos apresentar a sua história, pois não há, no Brasil, na biografia dos partidos políticos, nenhum outro que tenha prestado um serviço tão grande à Pátria. Foi o PMDB que iniciou os movimentos pela anistia, pela eleição direta, pela Assembléia Nacional Constituinte, pelo fim da censura, pelo fim da tortura; foi o PMDB que fez o comando de todas essas teses, que se reuniu numa convenção e decidiu: “Estas são as teses”. Levou-as adiante, e elas foram vitoriosas.

            O Sr. Bernardo Cabral (PFL - AM) - V. Exª me permite um aparte, Senador Pedro Simon?

            O SR. PRESIDENTE (Edison Lobão) - Peço-lhe um minuto apenas, Senador Bernardo Cabral. Ainda há pouco, por um aparte do Senador Francelino Pereira, o ilustre orador, Senador Pedro Simon, pediu que a Mesa descontasse o aparte que havia concedido. O aparte concedido integra o tempo do orador; todavia, S. Exª pediu que fosse descontado.

            Agora, pergunto ao orador se concede o aparte, incluindo-o no seu tempo.

            O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Incluo-o no meu tempo.

            O SR. PRESIDENTE (Edison Lobão) - Tempo que, aliás, já se excedeu por 10 minutos, apesar do desconto já feito do aparte do Senador Francelino Pereira.

            O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Sr. Presidente, repare V. Exª que, ontem, o ilustre Líder do PSDB pediu a palavra para uma comunicação de liderança e se dirigiu para a tribuna. Havia quatro oradores inscritos para falar, e, inclusive, o Senador do Rio de Janeiro já tinha sido citado. Mas o assunto era tão importante, tão significativo, que o Presidente do Senado - o Senador Ramez Tebet estava presidindo a sessão - deixou-o falar por uma hora e quinze minutos. Então, V. Exª não está fazendo uma violação inédita na história da Casa, mas sim está usando sua tradicional fidalguia, que é também a fidalguia da Mesa na condução dos trabalhos, principalmente quando se trata de uma sexta-feira tranqüila, serena, quando estamos aqui - por que não dizer - até para manter a tradição e a história do Senado, com o maior prazer.

            Concedo o aparte ao Senador Bernardo Cabral.

            O Sr. Bernardo Cabral (PFL - AM) - Senador Pedro Simon, eu estava fora do plenário, ouvindo o seu discurso. Quando V. Exª falou sobre a Comissão que havia sugerido para tratar dessa matéria, percebi que o Plenário ficou calado, ou seja, ninguém confirmou suas palavras. Estou interrompendo V. Exª para confirmá-las em sua plenitude.

            O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Infelizmente, o Presidente da Comissão não era V. Exª, mas sim o Senador José Agripino.

            O Sr. Bernardo Cabral (PFL - AM) - Em 2000, quando se tratou do projeto Operação Mãos Limpas, em virtude de requerimento de V. Exª, houve uma reunião com juristas italianos. No auditório lotado, V. Exª fez um de seus mais brilhantes discursos sobre essa matéria. Disse, na ocasião, que o Brasil precisava corrigir esses senões. O País tardou em fazer isso. Hoje, há uma Comissão presidida pelo nosso Colega Senador Iris Rezende, que por certo receberá aquelas manifestações que eu próprio vou encaminhar a S. Exª - elas foram publicadas em avulsos -, para que o País faça-lhe justiça, Senador Pedro Simon. Não é possível que fiquem esmaecidos no pensamento do povo brasileiro aqueles que trabalham, aqueles que com seriedade vêm para a vida pública, a exemplo de V. Exª. Ouvi V. Exª, qual bom samaritano, afirmar que está entrando numa campanha, contra a discordância de alguns, a inveja de muitos e a leniência de tantos, quando V. Exª é um fundador do PMDB. Quero cumprimentá-lo e fazer este registro histórico. Sei que o Presidente não vai descontar o tempo do meu aparte, porque ele é apenas um registro histórico. Meus cumprimentos a V. Exª.

            O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Senador Bernardo Cabral, fico emocionado com o pronunciamento de V. Exª, mas faço questão de dizer que, realmente, foi um grande trabalho, porque V. Exª, à frente, na Presidência da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, levou-o adiante, conseguiu, junto à Mesa do Senado, as condições para que os Procuradores viessem da Itália. V. Exª entendeu o assunto e deu a força que ele merecia. Lamentavelmente, depois que V. Exª deixou a Presidência, não se deu continuidade ao trabalho, visando à criação de uma Comissão para fazer o debate que se vai travar agora.

            Mas, Sr. Presidente, o PMDB tem história, tem biografia. Está presente o Senador Iris Rezende, que não estava aqui quando eu disse que os nossos Líderes alegam que o PMDB não tem nome para ser candidato a Presidente da República. Mas quem tem um Iris Rezende... O que D. Roseana Sarney tem mais do que Iris Rezende? O que o Serra tem mais do que Iris Rezende? O que o Garotinho tem mais do que Iris Rezende? O que o Ciro tem mais do que Iris Rezende? No Partido, há uma infinidade de nomes, como Iris Rezende, José Sarney, Roberto Requião. Repito isso em homenagem a V. Exª, que agora nos honra com sua presença. E não se diga que estão aí somente os três, Simon, Itamar e Jungmann, porque, até o dia 10 de março, pode registrar-se candidatura!

            Eu disse que o PMDB tem história e defendo que o meu Partido deve ir para essa campanha. O PMDB - tenho repetido - foi heróico até a eleição do Dr. Tancredo. Desde a sua morte e a posse do Dr. Sarney, o PMDB parece estar num congelamento, num sono letárgico do qual temos que acordá-lo, para que volte a ser o que era. E a hora é esta!

            O PMDB deve apresentar uma proposta do ponto de vista da ética, para terminar com a irresponsabilidade, com a impunidade permanente. No campo global, deve mostrar as nossas diferenças. Também achamos que o mundo é global e que o Brasil tem que se integrar nele, mas não como dizia o nosso Presidente, no neoliberalismo de lá, aceitando que este resolveria os problemas econômicos e sociais. O próprio diretor do Tesouro americano disse que são um absurdo os juros que cobram do Brasil, e não fazemos nada. É preciso fazer uma proposta clara. É preciso não calotear a dívida, mas se deve chegar lá e dizer: não pode ser assim. Se o americano rola a sua dívida a 1,5%, se o japonês o faz a 2%, por que temos que rolar a nossa dívida com base nesses números absurdos? É necessário apresentar um projeto em nível internacional. Temos fome, miséria. Estamos vivendo quase uma revolução social. Baseada na insegurança? Sim, mas a insegurança é levada pela fome, pelo desemprego, pelo que está acontecendo.

            Precisamos de um projeto social iminente, urgente. Para isso, em vez de pagar US$120 bilhões de juros, vamos pegar US$30 bilhões e equacionar o problema social, mesmo que, depois, tenhamos que pagar a dívida com mais prazo.

            O Sr. Iris Rezende (PMDB - GO) - V. Exª me concede um aparte, com a permissão do nosso Presidente?

            O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Com muito prazer, Senador Iris Rezende, concedo o aparte a V. Exª.

            O Sr. Iris Rezende (PMDB - GO) - Meu caríssimo Senador Pedro Simon, lamentavelmente, não tive o privilégio de ouvi-lo desde o início do seu pronunciamento, porque, toda vez em que V. Exª assoma à tribuna, esta Casa ganha, o Brasil ganha, porque é a voz da experiência, da competência, da sensatez, da lealdade com o seu País, com a Casa, com o seu Partido. Mas tive o privilégio ainda de tomar conhecimento da homenagem que V. Exª me prestou da tribuna, nesta manhã. É claro que há uma dosagem muito grande da generosidade de V. Exª e da amizade que nos une. Devo manifestar meu profundo respeito pelas advertências que faz V. Exª em relação ao PMDB, primeiramente mostrando que o PMDB tem a sua história, o seu papel e, por outro lado, a sua responsabilidade nesse contexto político nacional. O PMDB, ao assumir uma posição, deve fazê-lo com muita responsabilidade e prudência, porque é um Partido que representa milhões e milhões de brasileiros que um dia puseram suas assinaturas nas fichas de filiação, e toda vez que aparece uma pesquisa de opinião sobre preferência de partido o PMDB está lá em cima. Como um grande partido, o PMDB é constituído de seres humanos, está sujeito a erros e tem errado. V. Exª sabe disso. Mas não pode continuar a persistir no erro. Eu levaria aqui quase uma manhã a descrever sobre os erros do PMDB, mas seus acertos são maiores. Esse partido representou a ferramenta maior na luta contra a ditadura, o Brasil inteiro sabe disso e a juventude brasileira precisa saber que, quando muitos se acomodavam no exílio e à sombra da ditadura, um grupo de pessoas, homens e mulheres jovens, fundavam o PMDB e faziam dele uma luta pela liberdade e pela redemocratização. Lembro-me bem, ilustre Senador, quando daquela disputa em que representou o PMDB o Dr. Ulysses Guimarães, ocupando o Ministério da Agricultura e impulsionado por alguns companheiros, fui até a convenção disputar uma chapa, porque a cúpula do PMDB se negou a nela colocar o nome dos ministros. Éramos nove. Tivemos que lançar uma chapa própria e lutar para conseguir os 20% a fim de que integrássemos o Diretório Nacional. Qual não foi a surpresa ao conseguirmos 42%. Mas daí para a convenção, que estava próxima, foi aquele entusiasmo para que alguém da chapa disputasse a presidência. Eu, modéstia à parte, bem sucedido no Ministério da Agricultura - um ano antes V. Exª havia preparado uma estrutura excepcional naquele ministério, e eu, indiretamente, tirei proveito disso porque, com o Ministério bem estruturado, tudo foi dando certo - fui disputar a convenção. O povo da rua, naquela época, traumatizado pela morte de Tancredo Neves no dia da posse, praticamente - porque ali se inviabilizou a sua posse - não queria votar em pessoa idosa. Sentíamos isso nas ruas. Manifestei essa preocupação a V. Exª, quando Governador do Rio Grande do Sul; fui a São Paulo e falei com Orestes Quércia, que àquela época, seria eleito presidente da República sem sair do Palácio, tamanha a sua popularidade, a sua aceitação pelo governo que ali realizava. Mas ninguém nos ouviu. Para marcar presença, disputamos, e perdi no primeiro turno para Waldir Pires - parece-me que por 18 ou 20 votos. Mas perdi. Naquela época, tenho certeza de que o desempenho do PMDB seria outro, mas a cúpula não entendeu. Veio depois a candidatura de Quércia. Falei-lhe que não era a sua vez, que a imprensa havia provocado um estrago na sua imagem, que ele teria que se explicar primeiro à Nação. Não valeu. Estavam entendendo, quando eu recusava aceitação por parte da minha esposa como candidata a vice, que eu estava contra o PMDB. Não, não era isso. Concordei, quando estava no governo, que ela aceitasse. Disse a ele: não é a sua vez agora. E disse aos dois: não é a vez de uma chapa do PMDB assim encabeçada. Deu no que deu! Da vez anterior, participamos da eleição de Fernando Henrique. Entendi - daí dei-lhe o meu apoio - que não poderíamos partir para uma terceira eleição com um candidato que alcançasse um pequeno percentual de votos, até porque o candidato era um dos pré-candidatos de hoje, Itamar Franco, que, do exterior, não falava com uma pessoa sequer manifestando o seu interesse. Então, era uma pré-candidatura que não oferecia segurança, porque o próprio pré-candidato não falava com ninguém a respeito disso. Agora, hoje, temos dois ou três pré-candidatos: V. Exª, que tem o nosso respeito, o nosso carinho e o Governador de Minas Gerais, nosso amigo, Itamar Franco. De forma que essas questões não podem, agora - daí o meu aparte - ser decididas por dois ou três líderes do nosso Partido. Não! Essas questões têm que ser tratadas pelas lideranças como um todo, têm que ser levadas à convenção, que decidiu por estabelecer candidatura própria, realização de prévias, e política não se faz com brincadeira. Temos que, juntos, tomar uma posição que seja boa para o Brasil, que seja boa para o PMDB, pensando antes no nosso País. Manifesto a minha permanente admiração pelas posições de V. Exª, pelas lições políticas que vem dando a este País e aos homens públicos e, sobretudo, pela homenagem tão tocante que me prestou referindo-se ao meu nome nesta manhã de sexta-feira. Muito obrigado a V. Exª. Obrigado, Sr. Presidente.

            O SR. PRESIDENTE (Edison Lobão) - Peço a V. Exª que conclua o seu discurso.

            O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Agradeço-lhe o aparte, Senador Iris Rezende. V. Exª fez um histórico muito importante, que é absolutamente exato. Nós só temos nesse histórico uma pequena divergência: eu fiquei com o Itamar na última Convenção. Se tivéssemos ido de Itamar Franco, ele teria ganho aquela eleição de Fernando Henrique - teria sido um grande Presidente! O maior erro histórico da vida política de Fernando Henrique foi a sua reeleição; foi ter jogado todo o seu prestígio na reeleição. Naquele momento em que fez a reeleição estava com credibilidade de 90%. Se tivesse usado isso para fazer a reforma tributária, a reforma administrativa, a reforma política, a reforma partidária, hoje seria um estadista e, muito provavelmente, estaria voltando agora como candidato a Presidente. Acho que ele cometeu um erro. E o PMDB, se tivesse ido com o Itamar Franco, teria acertado.

            Digo apenas, Sr. Presidente, já que o meu tempo se esgota, com muita singeleza: falei na dívida externa e falei em nível interno num plano que seja verdadeiramente voltado para o social. Digo com todas as letras, agricultura como prioridade, agricultura familiar, um projeto que faça com que o Brasil realmente saia da posição de 100 milhões de toneladas, que era, praticamente, a da época de V. Exª, e parta para o grau de um País que tem as maiores reservas de áreas cultiváveis do mundo e a maior reserva de água doce do mundo. Mas temos que ter uma proposta nesse sentido. Um projeto como o da Itália; criar um banco como o Banco de Bangladesh para o povo, a fim de se criarem empregos, dar R$100, R$200, R$500, R$2.000 ou R$5.000 para que o cidadão marginal, com uma pequena máquina de costura semi-industrial, ou com uma pequena cozinha semi-industrial, se transforme num cidadão, passando a ser um microempresário e tenha condições de progredir. Acho que o PMDB tem que apresentar um projeto, uma proposta que seja sua, que seja a sua cara: "A nossa cara é esta aqui". O Brasil, depois da morte de Tancredo Neves, está cansado de ver Sarney, e não sei mais quem, e mais quem, e não sabe qual é a cara do PMDB, o que pensa o PMDB, qual é a história do PMDB, qual é a proposta do PMDB!

            Isso eu acho que deve ser feito. Se eu for candidato, irei usar os seis minutos de televisão olho no olho. Podem o Sr. Dutra e o outro fazerem os programas mais espetaculares no campo de padrão Globo de qualidade, mas eu vou falar olho no olho. Vou dizer, vou conversar.

            Eu garanto, meu amigo Iris, o PMDB pode não ganhar a eleição para Presidente - isso não dá para garantir -, mas sai como o grande Partido. Caso contrário, mesmo apoiando o Serra ou a Dona Roseana, não dá para dizer que ganha, e o PDMB sai como um ex-Partido grande. Faço um chamamento ao Dr. Renan; faço um chamamento ao nosso Deputado, querido Líder lá na Câmara dos Deputados; faço um chamamento ao Presidente do Partido, Michel: ainda é hora. Eles que assumam as posições de liderança que têm para se identificar com as bases. Eles que façam a convenção e as prévias, porque uma coisa eu garanto: se boicotarem as prévias, e elas não saírem, vai ter convenção em junho, onde eles serão fragorosamente derrotados. O PMDB vai ter candidato.

            Por isso, você que está me assistindo, meu irmão, no rádio, na TV Senado, avise o seu amigo Vereador do PMDB, avise o seu amigo Prefeito: ele tem um voto. No dia 20 de março, ele tem que ir à capital do Estado, das 9 da manhã às 17h, e depositar o seu voto. Por enquanto é o Itamar, é o Jungmann e é o Pedro Simon. Mas, até o dia 10 de março, pode ser até que os governistas apresentem outros candidatos. Estarão numa cédula única, e você vai escolher o candidato do PMDB.

            Muito obrigado.


            Modelo15/26/2411:25



Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/02/2002 - Página 731