Discurso durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Elogios à proposta da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo - FIESP, contida em livreto intitulado "O Brasil de Todos Nós - Proposta para Discussão com a Sociedade".

Autor
Romero Jucá (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE DESENVOLVIMENTO.:
  • Elogios à proposta da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo - FIESP, contida em livreto intitulado "O Brasil de Todos Nós - Proposta para Discussão com a Sociedade".
Publicação
Publicação no DSF de 01/03/2002 - Página 1267
Assunto
Outros > POLITICA DE DESENVOLVIMENTO.
Indexação
  • REGISTRO, PUBLICAÇÃO, TRABALHO, FEDERAÇÃO DAS INDUSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO (FIESP), PROPOSTA, DESENVOLVIMENTO NACIONAL, BUSCA, MELHORIA, COMPETIÇÃO INDUSTRIAL, REFORÇO, ECONOMIA NACIONAL, INSERÇÃO, ECONOMIA INTERNACIONAL, SUGESTÃO, POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA, ATUAÇÃO, GOVERNO.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

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            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PSDB - RR) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero registrar a publicação, agora em janeiro, de um excelente texto, um roteiro para o desenvolvimento brasileiro que nos deixa esperançosos e otimistas quanto às possibilidades de nosso País. Trata-se de uma proposta da FIESP - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, contida em um livreto compacto, de apenas 20 páginas, intitulado “O Brasil de Todos Nós - Proposta para Discussão com a Sociedade”.

            É um trabalho que abre construtivamente perspectivas e horizontes, e que merece atenção, análise e debate. Apela aos brasileiros, empresários, políticos, governantes, com um forte teor de crença em nossa potencialidades. Reconhece a sede do Brasil por trabalho e por modernidade, fundamentados na educação, no conhecimento, na criatividade e na solidariedade.

            Nesse texto, a FIESP identifica certas condicionantes macroeconômicas para o desenvolvimento sustentável, tais como: a estabilidade de preços, a seriedade fiscal, o respeito aos contratos, a obtenção de superávit comercial no comércio internacional, a reforma tributária, uma firme política industrial, uma eficiente política de comércio exterior.

            Segundo o livreto “O Brasil de Todos Nós”, não bastam ao País suas vantagens comparativas: é preciso buscar vantagens competitivas. Na economia, trata-se de garantir, por meio dos caminhos recomendados pela proposta, uma trajetória cadente para os juros e para a relação dívida pública/PIB. As privatizações, de preferência com a pulverização de capitais, apontam para a direção correta, mas é preciso construir instituições reguladoras fortes e estabelecer marcos regulatórios competentes.

            A FIESP defende o desenvolvimento do mercado de capitais, créditos para investimentos produtivos, espaço para a previdência privada, reforma trabalhista que promova a multiplicação de empregos formais. A proposta alinha uma série de requisitos para a evolução em direção a um Estado sem vícios, sem desperdícios; para a reforma do sistema político e do sistema judiciário.

            O livreto dedica atenção ao problema da construção da competitividade em nossa economia. Segundo ele, deve-se dar atenção, externamente, às referências internacionais de produtividade, e, internamente, à integração das cadeias produtivas. A presença de empresas estrangeiras entre nós é vista como benéfica, pois pode encurtar o caminho para a obtenção de superávit comercial.

            A política econômica, segundo a FIESP, deve reforçar o desenvolvimento de grupos brasileiros de porte mundial e apoiar nossos segmentos de alta tecnologia. O desenvolvimento deve ter concepção regionalizada, com papel de destaque para os “clusters”, aglomerados, de pequenas empresas. Nessa área, deve ser estimulado o associativismo empresarial. A integração do Brasil a blocos econômicos só poderá ter sucesso se reduzidos os custos sistêmicos indevidos que recaem sobre nossas empresas. A inserção do Brasil no comércio internacional deve seguir cronogramas simultâneos de redução dos custos sistêmicos que prejudicam as empresas brasileiras.

            É delineado pela FIESP um roteiro de metas e ações, quantificáveis, que poderão dar o desejado impulso à transformação do Brasil, com inclusão social e fortalecimento da democracia, criação de oportunidades e consolidação da cidadania.

            Entre essas metas estão quantificações para o crescimento sustentável da economia; o crescimento do emprego e da ocupação; a redução da pobreza absoluta e relativa; o aumento da escolaridade; a redução da mortalidade infantil e o investimento em saúde; a reforma tributária; a consistência fiscal; a trajetória do superávit da balança comercial; a redução do déficit em turismo e em fretes; o fluxo agregado de investimentos produtivos; a redução das desigualdades regionais; os investimentos em pesquisa e desenvolvimento, em capacitação, em inovação e gestão. Todas, repita-se, metas numéricas e quantificadas.

            O livreto da FIESP, com esse belo título de “O Brasil de Todos Nós”, termina com uma mensagem de confiança em nosso País. Segundo o texto, cujo grande tema é a construção da competitividade, “o povo brasileiro, tolerante e solidário, é a fonte básica de fibra e de energia para vencer os grandes desafios: pobreza, exclusão, falta de competitividade, inépcia do Estado”. O livreto insiste em que é possível construir um caminho sustentável de progresso social tendo como base e como meio a competitividade. Só ela permite conviver com a globalização, vencer a exclusão e dar esperança aos cidadãos e, principalmente, aos jovens.

            Sr. Presidente, eu não poderia deixar de dar destaque a esse texto da FIESP e de elogiá-lo. É uma bela contribuição para uma discussão construtiva sobre nossos problemas e nossos caminhos.

            Muito obrigado.


            Modelo15/15/2410:55



Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/03/2002 - Página 1267