Discurso durante a 20ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Contestação às alegações de que o PT e o PFL estariam aliados com o fim de prejudicar o Governo, esclarecendo que a obstrução da medida provisória que renegocia a dívida dos agricultores deve-se ao fato de que a mesma não será aprovada sem alterações nesta Casa, o que acarretará o seu retorno à Câmara dos Deputados, com consequentes prejuízos à votação da CPMF.

Autor
Heloísa Helena (PT - Partido dos Trabalhadores/AL)
Nome completo: Heloísa Helena Lima de Moraes Carvalho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA PARTIDARIA.:
  • Contestação às alegações de que o PT e o PFL estariam aliados com o fim de prejudicar o Governo, esclarecendo que a obstrução da medida provisória que renegocia a dívida dos agricultores deve-se ao fato de que a mesma não será aprovada sem alterações nesta Casa, o que acarretará o seu retorno à Câmara dos Deputados, com consequentes prejuízos à votação da CPMF.
Publicação
Publicação no DSF de 15/03/2002 - Página 2289
Assunto
Outros > POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • REGISTRO, FALTA, ESCLARECIMENTOS, ARTUR DA TAVOLA, SENADOR, IMPOSSIBILIDADE, COLIGAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), PARTIDO DA FRENTE LIBERAL (PFL), AMBITO, SENADO.
  • EXPECTATIVA, VOTAÇÃO, MEDIDA PROVISORIA (MPV), RENEGOCIAÇÃO, DIVIDA AGRARIA, PRODUTOR RURAL, FAVORECIMENTO, REGIÃO SUBDESENVOLVIDA, ENFASE, AUTORIA, ORADOR, SENADOR.
  • ESCLARECIMENTOS, MANIPULAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), OBSTRUÇÃO PARLAMENTAR, VOTAÇÃO, MEDIDA PROVISORIA (MPV), IMPEDIMENTO, RETORNO, CAMARA DOS DEPUTADOS, MOTIVO, PREJUIZO, APRECIAÇÃO, MATERIA, CONTRIBUIÇÃO PROVISORIA SOBRE A MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA (CPMF).

A SRª HELOÍSA HELENA (Bloco/PT - AL. Como Líder. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Senador Artur da Távola, embora seja atencioso e diligente como Líder do Governo, não está devidamente esclarecido sobre o que está sendo discutido aqui no plenário para especular possíveis alianças entre o PT e o PFL na Casa.

O que estamos discutindo - em vários momentos, temos solicitado a votação da medida provisória - é uma questão muito objetiva: o que queremos é que as condições dadas ao produtor rural do Sul e do Sudeste sejam concedidas, igualmente, aos produtores rurais do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. É apenas isso que queremos.

O que o Governo deveria dizer é que essa obstrução não se relaciona com o PFL e o PT aqui no Senado. O problema é outro. É que o Governo vai perder a votação aqui porque, favoravelmente aos destaques que fizemos, haverá os votos do PSDB, do PMDB e destas pessoas aqui. Só quero ver qual é o Parlamentar, inclusive do PSDB e do PMDB, que chegará à sua região e dirá: “Aceitei, por imposição do Governo Federal, que as condições de adimplência ou de repactuação do saldo devedor dadas ao produtor rural do Sul e do Sudeste não sejam as mesmas dadas ao produtor rural das outras regiões”.

O que se está escondendo aqui é outra coisa. Eles vão perder a votação aqui no Senado. Se essa votação for feita agora e se a medida provisória for encaminhada para a Câmara, será obstruída a pauta de votação da CPMF naquela Casa. Então, as coisas têm que ser muito claras, muito abertas.

E há mais: o PSDB não tem nenhuma autoridade para criticar qualquer discussão política dentro do PT em relação a política de alianças. É evidente que existem problemas em relação a articulações feitas pela política de alianças dentro do PT, mas não caberá ao PSDB dar nenhuma lição de pureza, de altar, no estabelecimento da tática eleitoral, porque a tática eleitoral que sempre usou foi a de se curvar à medíocre matemática eleitoral, abrindo mão, inclusive, dos princípios que levaram à criação do PSDB.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/03/2002 - Página 2289