Discurso durante a 25ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem pelo transcurso dos 90 anos de fundação da "Sociedade Beneficente A Mão Branca de Amparo aos Idosos".

Autor
Romeu Tuma (PFL - Partido da Frente Liberal/SP)
Nome completo: Romeu Tuma
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem pelo transcurso dos 90 anos de fundação da "Sociedade Beneficente A Mão Branca de Amparo aos Idosos".
Publicação
Publicação no DSF de 21/03/2002 - Página 2715
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • COMEMORAÇÃO, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, INSTITUIÇÃO BENEFICENTE, HOMENAGEM, ELOGIO, ASSISTENCIA SOCIAL, IDOSO.
  • LEITURA, TEXTO, AUTORIA, DAMASKINOS MANSOUR, ARCEBISPO, HOMENAGEM, FUNDADOR, INSTITUIÇÃO BENEFICENTE, ASSISTENCIA SOCIAL, IDOSO, ELOGIO, ATUAÇÃO.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o cupo hoje esta tribuna para render uma homenagem justa e oportuna a uma instituição filantrópica, sediada em meu Estado, que tem como lema a dignidade e o respeito no trato com os idosos. Falo da “Sociedade Beneficente A Mão Branca - de Amparo aos Idosos”, que comemora o transcurso de seus 90 anos de fundação. O embrião desse relevante trabalho surgia em 1912, no salão da Igreja Ortodoxa da antiga Rua Itobi, onde famílias da coletividade sírio-libanesa se reuniam para troca de experiências e ajuda mútua. Foi esse o grupo que resolveu fundar uma sociedade de ajuda ao próximo, optando, mais tarde, por trabalhar em favor da terceira idade, ao se deparar com um idoso que faleceu sem nenhuma assistência. Assim, ao longo de nove décadas, a entidade vem prestando um trabalho exemplar de filantropia, amor ao próximo e solidariedade.

            Cito aqui as palavras da atual presidente da Sociedade “A Mão Branca”, Sra. Elizabeth Camasmie Zogbi, em seu pronunciamento por ocasião do início das comemorações dos 90 anos da entidade: “os idosos fazem parte de um grupo da população voltada ao passado, que viveu muitas infâncias: a sua própria, a dos seus filhos, a dos seus netos e bisnetos. Trabalhou, produziu, divertiu-se, sorriu, chorou, ganhou muito e muito perdeu, porque a tão almejada longevidade traz sempre muitas perdas”. 

            E sabemos todos nós, Sr. Presidente, Sras e Srs. Senadores, que o aumento da expectativa de vida do brasileiro demanda maior assistência ao idoso, pois a melhoria da qualidade de vida, necessariamente, deve acompanhar o prolongamento desta. A tão sonhada longevidade não pode representar apenas o prolongamento de um período de incapacidade e dependência, justificado na carência de serviços e instalações, ou dos recursos para mantê-los, no campo do atendimento aos idosos. Assim, é muito nítido o grau de importância, inclusive econômica, que resulta do trabalho de amparo ao idoso. Nessa área, a promoção da saúde física e psicológica como atendimento primário têm um importante papel a desempenhar, tanto na prevenção quanto na recuperação. E é nesse contexto que se insere a “Sociedade Beneficente A Mão Branca de Amparo aos Idosos” que vem prestando, ao longo de suas nove décadas de existência, um dedicado e desprendido trabalho.

            Dando início às comemorações pelo transcurso dos 90 anos da Instituição, Sua Excelência Reverendíssima Dom Damaskinos Mansour, Arcebispo Metropolitano de São Paulo e de todo o Brasil, abriu as portas da Catedral Metropolitana Ortodoxa, como no passado, para que ali tivessem início, também, as comemorações alusivas à significativa data.

            Quero parabenizar diretores, funcionários e colaboradores da “Sociedade Beneficente A Mão Branca”, pelo transcurso dos 90 anos da Instituição, conquista essa que somente a determinação em bem servir poderia patrocinar.

            Gostaria de encerrar estas palavras transcrevendo alguns trechos do pronunciamento de Dom Damaskinos Mansour, na ocasião da Missa em Ação de Graças, celebrada em comemoração ao acontecimento:

“...

Essa Sociedade, desde seu início, sempre teve como objetivo servir o próximo, e a Quaresma , para nós, não é mais do que isso: olhar com carinho e espírito de serviço para nossos irmãos, para o homem, pelo qual o próprio Senhor Jesus se encarnou, sofreu a morte e ressuscitou - para salvação de cada homem e de toda a humanidade. Assim, Jesus Cristo deu a si mesmo como exemplo para nós e para todos, nesse ato de amor, abnegação e serviço, como lemos no Evangelho de São Mateus, quando nos fala do Juízo Final, dizendo:

“Vinde, bendito de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era forasteiro e me hospedastes; estava nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; preso e foste ver-me... Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.”

Este é o serviço básico que mostra a importância dessa Sociedade e de outras sociedades semelhantes. Trata-se de uma entidade humanitária e filantrópica. Seu nome: “A Mão Branca”, vem de uma expressão árabe que significa: mão caridosa, mão amiga que ajuda, socorre, e faz sempre boas obras iluminadas pela Luz Divina. Este nome foi escolhido pelo famoso poeta árabe Kaissar Maluf.

Sem dúvida, a sociedade “A Mão Branca” elevou o nome da coletividade árabe em São Paulo, conquisstando o respeito de todos, inclusive das autoridades brasileiras, pelo tipo de atividade que desenvolveu, prestando os mais diversos serviços assistenciais à sociedade, tantos e tão diversos que não teríamos tempo de mencionar todas. Basta lembrar que, a partir de determinado momento de sua história, sua preocupação se voltou para os idosos desassistidos, trabalhando por atender a suas necessidades e dar-lhes vida digna e pacífica.

Tendo em vista as origens nobres dessa entidade, achamos por bem lembrar os nomes de suas saudosas fundadoras, aquelas senhoras ortodoxas de nossa comunidade sírio-libanesa, que se reuniam no salão da Igreja Ortodoxa de Nossa Senhora, na Rua Itobi, hoje rua Basílio Jafet e que deram início à então “Sociedade Beneficente de Damas Syrias - A Mão Branca”, posteriormente “Sociedade Beneficente A Mão Branca - Pró-Asilo à Velhice”, hoje “Sociedade Beneficente A Mão Branca - de Amparo aos Idosos”

Foram elas:

Adel Ibrahim Diab Maluf

Adma Azer Maluf

Farida Mitre Maluf

Fariza Trabulsi Moherdaui

Josefina Kaisar Maluf

Malaque Antonio Haiar

Malaque Elias Chuaire

Malvina Elias Calfat

Mariam Aramen

Matilde Salomão Yazbeck

Nazira Salem Carone

Nazira Basílio Jafet

Saula Sarhan Helito

Desenvolveu atividades variadas nos mais diferentes campos assistenciais até 1939, quando sua atenção se voltou de forma especial para os idosos, construindo um lar para acolhê-los, com o auxilio de três destacados membros de nossa comunidade, com o apoio e orientação do Arquimandrita Isaías Abud. Foram eles: Nagib Riskallah George, Elian Nacache e Ghattaz Cury, pai do nosso querido Dr. Riad Cury, novo presidente de nosso Conselho, que tomará posse no próximo domingo, se Deus Quiser, juntamente com os demais membros da nova diretoria.

Foram ainda de grande valia os préstimos dos engenheiros Malta Eduardo Salem, Paulo Taufik Camasmie e outros colaboradores.

Se essa Sociedade, como tantas outras, teve início e foi fundada no salão da nossa Igreja de Nossa Senhora, qual é, então, o berço de praticamente todas as entidades da coletividade sírio-libanesa em São Paulo? A Igreja Ortodoxa!

No entanto, a Sociedade “A Mão Branca” sempre serviu a todos, sem distinção de credo religioso ou político, nacionalidade, idioma ou cor.

Suas portas sempre estiveram abertas para a coletividade árabe em geral, para os brasileiros e para todos os necessitados.

Queridos:

Esta Santa Missa que celebramos hoje, com todos os que estão presentes em nossa Catedral, é ocasião para rezarmos por todos que trabalharam nessa Sociedade em seus mais diversos setores e das mais diferentes maneiras e que já passaram à outra vida. Rogamos pelo descanso de suas almas. Que o Senhor Deus os tenha junto de seus santos, num lugar luminoso, verdejante e confortável, onde não há dor, tristeza, nem lamentação, mas vida eterna.

Que estejam junto de Deus aqueles que em Seu Nome trabalharam. Rezamos igualmente por todos que atualmente servem a Deus e ao próximo através da Sociedade “A Mão Branca”, nela trabalhando de diversas maneiras. Que o Senhor lhes conceda, e a suas famílias, saúde, forças, alegria e paz e os faça em tudo dignos de ouvir do Pai Celeste o Bem-aventurado chamado:

“Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era forasteiro e me hospedastes; estava nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; preso e fostes ver-me... Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”.

Finalmente, agradecemos a presença e atenção de todos e rogamos sobre vós as bênçãos de Deus.

Dom Damaskinos Mansour

Metropolita”


            Modelo111/29/243:44



Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/03/2002 - Página 2715