Pronunciamento de Ramez Tebet em 19/03/2002
Fala da Presidência durante a 23ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Homenagem ao trigésimo quinto aniversário da Zona Franca de Manaus.
- Autor
- Ramez Tebet (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MS)
- Nome completo: Ramez Tebet
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Fala da Presidência
- Resumo por assunto
-
HOMENAGEM.
DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
- Homenagem ao trigésimo quinto aniversário da Zona Franca de Manaus.
- Publicação
- Publicação no DSF de 20/03/2002 - Página 2447
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM. DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
- Indexação
-
- IMPORTANCIA, PROJETO, DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL, REGIÃO AMAZONICA, GARANTIA, SOBERANIA NACIONAL, MELHORIA, QUALIDADE DE VIDA, POPULAÇÃO.
- HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, ZONA FRANCA, MUNICIPIO, MANAUS (AM), ESTADO DO AMAZONAS (AM), DEFESA, CONTINUAÇÃO, ATUAÇÃO, SUPERINTENDENCIA DA ZONA FRANCA DE MANAUS (SUFRAMA).
O SR. PRESIDENTE (Ramez Tebet) - Ilustre Sr. Ozias Monteiro Rodrigues, Presidente da Suframa, Exmº Sr. Lupércio Ramos, digníssimo Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas, autoridades presentes, Srªs e Srs. Senadores, em março de 1996, exerci uma das tarefas mais árduas e difíceis realizadas por mim aqui no Senado da República, justamente relatando um projeto de conteúdo altamente polêmico pelo que encerrava naquele momento.
Escrevi no meu relatório que a Amazônia representa - dizia eu em março de 1996 e repito hoje - mais de 60% do território do País; está na Amazônia a maior reserva mundial de água doce, o maior acervo de biodiversidade do Planeta, cerca de um terço das florestas tropicais do mundo e um volume inestimável de riquezas minerais. Cerca de 12% da população brasileira vivem nessa região, distribuídas de forma extremamente desigual, sobre um território em que existem enormes vazios, com baixíssimos índices de densidade populacional. Sua renda e condições de vida são, em média, muito baixas, apesar do enorme potencial da região.
Eu dizia mais, que a Região era, como ainda hoje é, vista nacional e internacionalmente como tendo uma responsabilidade estratégica para a preservação ou a degradação do equilíbrio ambiental, do clima e da biodiversidade do Planeta.
Naquela ocasião, quando relatava um pedido de empréstimo de R$1,4 bilhão, dominado pelo sentimento cívico de brasilidade, da necessidade que tínhamos, ficava indignado, como indignado sou até hoje, pelo desconhecimento que o Brasil tem das verdadeiras potencialidades dessa Região. Portanto, em defesa da soberania nacional, eu dizia que nós só tínhamos condições de defender os verdadeiros interesses da Amazônia, do território brasileiro, desse potencial imenso de riqueza e ainda em defesa dos direitos humanos, com a finalidade de assegurar melhores condições de vida a todos os brasileiros que vivem na Amazônia, se construíssemos rapidamente um projeto nacional para o desenvolvimento auto-sustentado da Amazônia.
O que vejo eu aqui em meio a essas comemorações de 35 anos da Zona Franca de Manaus, Sr. Presidente da Suframa? Não só motivo de alegria e de festa pelo muito que foi realizado em favor dessa Região, por aqueles brasileiros que acreditam nela e depositam confiança nela, mas vejo que esta festa de comemoração também se transforma num pleito, para usar melhor a terminologia, de reivindicações, não só para a continuidade da Zona Franca de Manaus, que comemoramos e festejamos aqui, em presença das mais diversas autoridades, em presença dos meus colegas Senadores, destacando a Bancada da Amazônica, a começar por Gilberto Mestrinho, sentado a minha frente; Jefferson Péres; Bernardo Cabral, que se encontra em missão oficial; Mozarildo Cavalcanti, sentado ao meu lado; Sebastião Rocha, que reivindica também a inclusão do Amapá nessa luta por dias melhores pelo nosso País; Marluce Pinto, grande guerreira; Nabor Júnior, ex-Governador do Acre; e tantos quantos aqui se pronunciaram nessa efeméride. Vejo que continua de pé a necessidade imperiosa de mantermos viva essa chama e, mais do que isso, sustentarmos um plano genuinamente nacional em defesa de toda essa região brasileira.
É assim que vi e que vejo esta sessão de hoje. Alcançamos grandes progressos já aqui mencionados, mas haveremos de conquistar muito mais.
Não sei se algum dos oradores que me antecederam referiram-se à necessidade imperiosa - que eu sinceramente sinto - de conservarmos aquela região para o Brasil que nós queremos, porque tenho receio por aquilo que está acontecendo na região amazônica.
Se não falaram hoje, falaram ontem ou falaram anteontem, ou desde de que chegaram ao Senado da República. Tenho ouvido as vozes dos Senadores que acreditam na região amazônica, em defesa da nossa soberania e daquilo que é nosso. Saúdo-os, pois. Junto a minha voz às vozes todas que aqui se pronunciaram, na certeza de que é procurando levar o desenvolvimento para o interior do Brasil, inóspito em muitos lugares, que haveremos de ter uma pátria menos desigual, mais justa e mais humana.
Recebam todos os amazonenses - se o termo está certo -, ou os amazônidas, como querem outros, o abraço mais sincero da Presidência do Senado.