Discurso durante a 29ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

TRANSCRIÇÃO DA ENTREVISTA DO EMBAIXADOR JOSE MAURICIO BUSTANI, DIRETOR-GERAL DA ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA PROSCRIÇÃO DE ARMAS QUIMICAS - OPAQ, PUBLICADA NO JORNAL CORREIO BRAZILIENSE, DE 25 DO CORRENTE, BEM COMO, DO VOTO DE CONGRATULAÇÕES PELA DECISÃO ADOTADA NO CONSELHO EXECUTIVO DA OPAQ, QUE REJEITOU A MOÇÃO DE DESCONFIANÇA CONTRA O EMBAIXADOR BUSTANI, PROPOSTA PELO GOVERNO DOS ESTADOS UNIDOS DA AMERICA.

Autor
Pedro Simon (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RS)
Nome completo: Pedro Jorge Simon
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA EXTERNA.:
  • TRANSCRIÇÃO DA ENTREVISTA DO EMBAIXADOR JOSE MAURICIO BUSTANI, DIRETOR-GERAL DA ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA PROSCRIÇÃO DE ARMAS QUIMICAS - OPAQ, PUBLICADA NO JORNAL CORREIO BRAZILIENSE, DE 25 DO CORRENTE, BEM COMO, DO VOTO DE CONGRATULAÇÕES PELA DECISÃO ADOTADA NO CONSELHO EXECUTIVO DA OPAQ, QUE REJEITOU A MOÇÃO DE DESCONFIANÇA CONTRA O EMBAIXADOR BUSTANI, PROPOSTA PELO GOVERNO DOS ESTADOS UNIDOS DA AMERICA.
Publicação
Publicação no DSF de 27/03/2002 - Página 3117
Assunto
Outros > POLITICA EXTERNA.
Indexação
  • SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ENTREVISTA, JOSE MAURICIO BUSTANI, EMBAIXADOR, DIRETOR GERAL, ORGÃO ESPECIAL, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU), CONDENAÇÃO, ARMA, ENGENHARIA QUIMICA, PUBLICAÇÃO, JORNAL, CORREIO BRAZILIENSE, DISTRITO FEDERAL (DF), ANEXAÇÃO, DOCUMENTO, CONSELHO EXECUTIVO, REJEIÇÃO, MOÇÃO DE CENSURA, GOVERNO, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA).
  • ELOGIO, GESTÃO, DIRETOR GERAL, ORGÃO ESPECIAL, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU), BUSCA, DIALOGO, PACIFICAÇÃO, CONTROLE, ARMAMENTO, INDUSTRIA QUIMICA.

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, entendo da maior relevância a transcrição, no Diário do Senado Federal, a fim de que conste nos Anais, da entrevista do Embaixador José Maurício Bustani, Diretor-Geral da Organização da Nações Unidas para Proscrição de Armas Químicas - OPAQ, publicada no jornal Correio Braziliense de 25 de março de 2002.

Assim como entendo, também, relevante e oportuna, a transcrição de voto de congratulações pela decisão adotada no Conselho Executivo da OPAQ que rejeitou a moção de desconfiança contra o Embaixador Bustani, proposta pelo governo dos Estados Unidos da América.

O Brasil acompanha, estarrecido, o desenrolar dos últimos acontecimentos internacionais que envolvem nosso Embaixador na OPAQ, cuja administração, conquanto competente e eficiente, não agradando ao atual Presidente americano, porque contraria seus interesses beligerantes, foi objeto de moção de desconfiança proposta pelo governo dos EUA.

Entretanto, apenas 17 dos 41 membros do Conselho Executivo daquela Organização votaram a favor, de sorte que a moção veio a ser rejeitada, significando a derrota da política americana no que tange ao controle das armas químicas e demonstrando que a gestão pacifista do embaixador brasileiro, baseada no consenso e não no confronto, goza de aprovação no seio da entidade que dirige.

Conquanto a situação seja preocupante, pois houve um grande número de abstenções, dentre as quais, a inesperada, incompreensível e injustificável abstenção do representante da Argentina, a firmeza que Bustani revela na entrevista mencionada, merece nossos aplausos: “Fui eleito duas vezes por aclamação e só saio se os países que me elegeram quiserem”.

A transcrição dessa entrevista nos Anais do Senado me parece da maior importância porque esclarece as diversas etapas do processo em curso, assim como consigna as realizações do embaixador brasileiro à frente da OPAQ, tendo obtido, dentre outras, a adesão de países como o Irã, a Líbia, além de ter inspecionado as indústrias químicas de mais de 50 países.

Parece claro que é também a eficiência do Sr. Bustani que desagrada os EUA, já que não haveria qualquer razão para que a indústria química desse país não viesse a ser inspecionada ... O Brasil já o foi duas vezes.

Outro ponto sensível é o que diz respeito ao desarmamento químico da Rússia, que possui o maior arsenal do mundo e que necessita de recursos para desativá-lo, mas o Congresso norte-americano vem sistematicamente bloqueando ajuda financeira àquele país, conforme se vê na entrevista do Sr. Bustani.

Precisamos continuar muito atentos aos próximos capítulos dessa deplorável novela, pois ela é extremamente reveladora do que nos espera, se a paz ou a guerra.

Muito obrigado.

 

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR PEDRO SIMON EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210 do Regimento Interno.)

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Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/03/2002 - Página 3117