O SR. ARTUR DA TÁVOLA (Bloco/PSDB - RJ. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero fazer um registro com muito orgulho, porque tem a ver com uma das instituições desta Casa, tão interessante e tão pouco conhecida do Brasil: a TV Senado.

Em São Paulo, existe uma associação que se chama Associação Paulista de Críticos de Arte. Talvez, entre toda as associações de arte, seja aquela que recebe uma confiabilidade nas suas decisões e nos prêmios anuais que distribui. Há muitos anos acompanho a atividade daquela Associação e posso dizer que, em qualquer campo da arte, ela é respeitada.

Ocorre que a inserção da televisão como objeto de análise e de arte é uma novidade na Associação Paulista de Críticos de Arte. E os prêmios que concede são inteiramente diferentes daqueles que a própria televisão confere a si mesma, às suas telenovelas, aos seus programas, etc. A Associação Paulista de Críticos de Arte é uma associação inteiramente independente, feita de pessoas de alto nível cultural.

Pois essa Associação deu à TV Senado um dos prêmios de excelência no ano que passou. E acredito que isso deva ser motivo de orgulho para todos nós, tendo em vista a importância desse prêmio. O prêmio dado pela APCA é o de melhor televisão na categoria de utilidade pública. Chamo a atenção dos Senadores, do Presidente da Casa e de V. Exª, Senador Carlos Wilson, como 1º Secretário, para o fato de que a televisão do Senado receber o prêmio na categoria de utilidade pública de uma instituição da alta seriedade da Associação Paulista de Críticos de Arte é um título de grande importância, de grande significado.

Quero me congratular com os funcionários da TV Senado, que têm eficiência comprovada, com dois ex-Presidentes da Casa, o Presidente José Sarney que a montou, e o Presidente Antonio Carlos Magalhães, que sempre lhe deu condições de desenvolvimento, e com o atual Presidente Ramez Tebet, que também tem dado uma orientação extremamente precisa nesse sentido.

Onde está a importância desse prêmio de utilidade pública para a TV Senado? Está no fato de que a TV pública no Brasil tem poucas emissoras. No Brasil, temos um sistema privado que ocupa cerca de 90% do espectro ou até mais, as televisões chamadas do Governo, que são do Estado, e algumas poucas televisões efetivamente públicas, como é o caso das televisões parlamentares e de algumas outras em todo o País, algumas universitárias, entre outras.

A TV pública tem, sobre as demais, uma qualidade absolutamente única, que é a pluralidade ideológica. A televisão privada, do ponto de vista ideológico, tem uma preocupação com a questão do capital; é uma televisão destinada a dar predominância às coisas e à ideologia do capital. As televisões estatais, de algum modo, por falta de uma política nacional de comunicação por parte dos Estados, acabam sendo do Governo.

A TV Senado vive a pluralidade ideológica. E este modelo implantado na TV Senado, que é de absoluta cobertura dos trabalhos parlamentares, em todas as suas frentes, ao longo da semana, e um extrato desses trabalhos no final da semana, acompanhado por uma televisão de natureza artística ou cultural, é um modelo novo na televisão brasileira que tem obtido resultados excepcionais junto à população e que, de certa forma, traz a população também para os debates ao longo da semana. Quantos e quantos lares brasileiros, a partir do momento em que a TV Senado, além de ser uma televisão por cabo, passou a ser transmitida pela televisão parabólica, atingindo um público potencial de 15 milhões de pessoas, passaram a acompanhar esta verdadeira aula de brasilidade, de cidadania, que significa acompanhar os trabalhos desta Casa. Trabalhos levados com respeito, dignidade, cada um falando a seu tempo, com uma imagem nítida e clara. E as pessoas podem ver que o Senado não é apenas aquela Casa - como de maneira geral é considerado o Congresso -, onde medram aspectos negativos. As pessoas acompanham a profundidade e seriedade dos trabalhos das comissões, a intensidade dos trabalhos no nosso plenário, o fragor do debate político, tudo, enfim, que caracteriza uma televisão desse nível.

O Sr. Pedro Simon (PMDB - RS) - Permite-me V. Exª um aparte?

O SR. ARTUR DA TÁVOLA (Bloco/PSDB - RJ) - O Senador Pedro Simon deseja um aparte, mas não sei se a Mesa o autoriza.

O Sr. Pedro Simon (PMDB - RS) - V. Exª retirou-me o discurso que iria fazer. Mas, com toda sinceridade, ganharam a Casa e os assistentes da TV Senado, porque V. Exª falou com infinita maior competência do que eu. Não há dúvida de que assino embaixo de tudo que V. Exª falou. A Associação Paulista de Críticos de Arte, uma entidade que existe há 32 anos, surpreendeu a todos oferecendo um prêmio a nossa televisão. Isso é excepcional, muito importante e marca a vitória de um projeto que nasceu há pouco tempo.

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O Sr. Pedro Simon (PMDB - RS) - O Presidente José Sarney, o Presidente que está apertando a campainha agora, o Presidente Antonio Carlos Magalhães, a Srª Marilena Chiarelli, todos temos orgulho da nossa TV Senado. E V. Exª tem razão: é algo novo. É a primeira vez que o Brasil sabe o que acontece no Poder Legislativo, pois pode acompanhar tudo - não apenas uma notícia, uma frase no jornal, na televisão ou no noticiário de uma estação privada - o que acontece nesta Casa sob todos os ângulos, inclusive sob o ângulo da Oposição. E quero felicitar V. Exª, que é um dos artistas, pois seu programa é um dos mais ouvidos, um dos mais competentes. Como diz V. Exª, a TV Senado, além de divulgar as atividades da Casa, aborda o aspecto cultural. Muitas pessoas já vieram conversar comigo sobre música erudita aludindo ao programa “daquele Senador do Rio de Janeiro”.

O SR. ARTUR DA TÁVOLA (Bloco/PSDB - RJ) - Muito obrigado.

Vão, então, nas pessoas de Fernando César Mesquita, que montou essa televisão; Wagner Caldeira de Souza, atual Diretor; Marilena Chiarelli, enfim, a todo o corpo da TV Senado os cumprimentos por este merecido prêmio, um reconhecimento a um dos trabalhos desta Casa que tem tantos aspectos a ser reconhecidos na vida brasileira.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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