Discurso durante a 62ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro do falecimento do Sr. Cláudio Augusto Sá Leal, jornalista paraense colaborador do jornal O Liberal. (como Líder)

Autor
Luiz Otavio (PPB - Partido Progressista Brasileiro/PA)
Nome completo: Luiz Otavio Oliveira Campos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Registro do falecimento do Sr. Cláudio Augusto Sá Leal, jornalista paraense colaborador do jornal O Liberal. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 17/05/2002 - Página 8215
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, CLAUDIO AUGUSTO SA LEAL, JORNALISTA, COLABORADOR, JORNAL, O LIBERAL, ESTADO DO PARA (PA).

O SR. LUIZ OTÁVIO (Bloco/PPB - PA. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, subo a esta tribuna nesta manhã para registrar o falecimento do jornalista Cláudio Augusto Sá Leal, o mestre da notícia no meu Estado, que tornou eternos os ensinamentos que lapidaram gerações de jornalistas, principalmente do nosso jornal O Liberal, que tem mais de 80% de preferência entre os leitores.

O jornalista Cláudio Augusto Sá Leal, de 72 anos, 56 dos quais dedicados à profissão, faleceu em Belém, na madrugada de ontem, e foi sepultado no final da tarde do mesmo dia no cemitério do Recanto da Saudade. Seu corpo foi velado na capela mortuária da Beneficente Portuguesa, onde estiveram, durante todo o dia, autoridades estaduais, amigos da família e antigos colegas de trabalho, representantes de pelo menos três gerações de jornalistas, que com ele conviveram nas redações dos jornais que ele dirigiu, incluindo o jornal O Liberal, a partir do início da década de 70.

Nascido em Belém do Pará no dia 3 de março, na Maternidade da Santa Casa de Misericórdia do Pará, Cláudio Sá Leal era casado com D. Maria Lúcia de La Rocque Leal, com quem teve dois filhos, Guilherme Augusto e Carlos de La Rocque Leal, e dois netos. Advogado e jornalista profissional, ele começou sua carreira na imprensa como repórter da Folha do Norte quando tinha apenas 16 anos, destacando-se, logo nos primeiros tempos, como um profissional de futuro brilhante, sério e extremamente talentoso.

Sr. Presidente, da Folha do Norte, Cláudio transferiu-se para A Província do Pará, onde em pouco tempo assumiu o seu primeiro cargo de chefia, como subsecretário de redação. Em 1963, a convite do empresário Oziel Carneiro e do seu irmão Armando Carneiro, então Deputado Federal, deixou A Província do Pará e os ajudou a fundar o jornal O Dia, como um de seus diretores. Dois anos depois, com o fechamento do jornal O Dia, voltou à redação de A Província do Pará, já então sob o comando de Milton Trindade, na época Diretor-Geral dos Diários Associados no Estado.

Em 1973, atendendo a um convite do empresário Rômulo Maiorana, Cláudio Sá Leal transferiu-se para o jornal O Liberal como secretário, cargo que hoje corresponde ao de Diretor de Redação. Por indicação sua e com a aprovação de Romulo, foram admitidos na mesma época, como subsecretários, os jornalistas Ana Diniz e Aldo Almeida, companheiros desde o tempo em que trabalhavam juntos no jornal A Província do Pará. Aldo Almeida viria a trocar, mais tarde, o jornalismo pela atividade política, chegando a eleger-se Deputado Estadual.

Em O Liberal, Cláudio Sá Leal consolidaria sua reputação de profissional de primeira linha e se afirmaria como um dos maiores jornalistas da imprensa do Pará em toda a sua história. O arrojo empresarial de Rômulo Maiorana, por um lado, e, por outro, o talento pessoal de Cláudio se combinaram para fazer de O Liberal, em pouco tempo, o líder absoluto da preferência da opinião pública paraense e um dos melhores e mais acreditados jornais do País.

A sólida relação de respeito e confiança mútua que se estabeleceu entre o dono de empresa e o comando da redação garantiu, a Romulo Maiorana, as condições ideais para investir pesado na modernização do jornal, mediante a aquisição de novas máquinas e equipamentos. Esse processo culminaria, anos depois, com a sua completa informatização, assumindo O Liberal, desde então, uma posição de vanguarda na imprensa paraense, em uma ascensão que se mantém até os dias atuais.

Na redação de O Liberal, Cláudio Sá Leal completava o trabalho com o toque do seu talento profissional. Coube a ele, sobretudo, o mérito de haver formado uma nova geração de jornalistas que, sob o seu comando e orientação direta, sempre rigorosa e exigente ao extremo, ajudaram-no na tarefa de dar solidez a O Liberal, transformando-o no que ele é hoje: um dos maiores e melhores jornais produzidos no Brasil.

Para encerrar, Sr. Presidente, vou trazer um exemplo da vida do jornalista Cláudio Sá Leal. Às vésperas de o Governador Aloysio Chaves deixar o governo para concorrer ao Senado Federal, onde foi eleito Líder do Governo, Cláudio Sá Leal manteve um jornalista de plantão até a madrugada do dia da renúncia. O jornalista telefonava para dizer que a hora já estava avançada, que a madrugada chegava e que não teria a notícia. Ele continuou pedindo que o jornalista permanecesse lá, ficando este até as quatro da manhã. Quando chegou à redação, a manchete de O Liberal sobre a renúncia do Governador Aloysio Chaves e sua candidatura ao Senado já estava pronta. Esse foi o tino, a força e a garra de um jornalista que muito nos honra e também aos jornalistas do Pará e do Brasil.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. LUIZ OTÁVIO EM SEU PRONUNCIAMENTO

(Inserido nos termos do art. 210 do Regimento Interno)

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Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/05/2002 - Página 8215