Pronunciamento de Romero Jucá em 16/05/2002
Discurso durante a 62ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Registro da edição, pelo Banco Central, do Relatório de Inflação relativo ao primeiro trimestre deste ano.
- Autor
- Romero Jucá (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/RR)
- Nome completo: Romero Jucá Filho
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.:
- Registro da edição, pelo Banco Central, do Relatório de Inflação relativo ao primeiro trimestre deste ano.
- Publicação
- Publicação no DSF de 17/05/2002 - Página 8267
- Assunto
- Outros > POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.
- Indexação
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- ELOGIO, EDIÇÃO, BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN), RELATORIO, INFLAÇÃO, AVALIAÇÃO, POLITICA MONETARIA, GOVERNO FEDERAL, ESCLARECIMENTOS, POPULAÇÃO.
- DIVULGAÇÃO, DADOS, RELATORIO, BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN), CRESCIMENTO ECONOMICO, AUMENTO, CONSUMO, CRESCIMENTO, PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB), CONTROLE, INFLAÇÃO, REDUÇÃO, EXPORTAÇÃO, EFEITO, CRISE, ECONOMIA, PAIS ESTRANGEIRO, ARGENTINA.
- ELOGIO, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, EXPECTATIVA, CANDIDATO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, CONTINUAÇÃO, TRABALHO.
O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PSDB - RR) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero registrar aqui a edição, pelo Banco Central, de seu Relatório de Inflação, de março próximo passado, relativo ao primeiro trimestre deste ano. O Banco Central vem editando essa publicação trimestral, recheada de úteis análises e dados, com o objetivo de avaliar o desempenho do regime de metas inflacionárias adotado pelo Governo Federal, bem como se delinear um cenário prospectivo sobre o comportamento dos preços.
Por meio desse meritório esforço de transparência e de esclarecimento da sociedade, o Banco Central examina e explica as condições das economias nacional e internacional. São informações que orientam as próprias autoridades responsáveis pela nossa política monetária em suas decisões sobre a adoção de juros básicos, a cargo do Comitê de Política Monetária (Copon). Processo esse, Sr. Presidente, que se dá, como todos têm constatado, à luz do dia e à luz da racionalidade, embasada e detalhada pelo Relatório de Inflação trimestral.
O Relatório é constituído de seis capítulos: Nível de Atividade; Preços; Políticas Creditícia, Monetária e Fiscal; Economia Internacional; Setor Externo; e Perspectivas para a Inflação.
Com relação ao nível de atividade, analisam-se a evolução das vendas no varejo, os estoques, a produção, o mercado de trabalho e os investimentos.
A análise sobre o comportamento dos preços focaliza os resultados obtidos no trimestre em função das decisões de política monetária e das condições reais da economia que independeram da ação governamental.
O capítulo relativo às políticas creditícia, monetária e fiscal centra-se no desempenho do crédito e do mercado financeiro, assim como na execução orçamentária.
Quanto à economia internacional, o Relatório apresenta o desempenho das economias dos principais países, procurando identificar as condições que possam influenciar a economia brasileira, notadamente nas suas relações com o exterior.
Já o capítulo sobre o setor externo enfoca a evolução das transações econômicas com o exterior, com ênfase no resultado comercial e nas condições de financiamento externo.
O capítulo final examina as perspectivas para a inflação.
Sr. Presidente, o mais recente Relatório de Inflação do Banco Central indica que a evolução do nível de atividade econômica, embora em ritmo moderado, garante que se manterá o crescimento da economia. A produção industrial apresenta recuperação desde novembro, respaldada pelo fim dos efeitos restritivos da crise de energia.
O investimento cresce a taxas positivas porém declinantes, enquanto o consumo aumenta lentamente, beneficiado pela melhora das expectativas e redução da taxa de juros. Do lado dos fatores limitativos do crescimento da economia, temos a queda dos rendimentos reais do trabalho e a contenção de crédito.
A recuperação ocorre, assim, sem pressões de demanda sobre a inflação, levando a taxa de crescimento significativa. De acordo com o cenário básico, o PIB brasileiro deve crescer 2,5%, em 2002.
A balança comercial brasileira continua superavitária, reflexo do declínio mais intenso das importações. Já a retração da economia mundial e as dificuldades econômicas enfrentadas pela Argentina têm tido impacto negativo sobre as exportações brasileiras. No entanto, indicadores sugerem uma recuperação mundial mais forte e uma diversificação de mercados para os produtos brasileiros, fatores que contribuirão para atenuar a retração das vendas externas a alguns parceiros comerciais.
A manutenção do câmbio no atual patamar e a recuperação da economia mundial deverão levar a um melhor desempenho do setor externo. A captação de recursos tem sido suficiente para financiar os pagamentos externos, o que resulta em estabilidade da taxa de câmbio.
Quanto às perspectivas da inflação, projetou-se para ela, a partir das hipóteses contidas no cenário básico, uma trajetória até o final de 2003. A inflação, nessa projeção, declina continuamente, atingindo 4,4% ao final deste ano e 2,8% no próximo.
Na projeção dessas baixas taxas inflacionárias, Sr. Presidente, incluído o ano que vem, o Banco Central assume, naturalmente, que o próximo governo agirá com responsabilidade e competência na condução da política monetária e no controle da inflação, impedindo que a praga inflacionária volte a torturar o povo brasileiro.
Sr. Presidente, embora de tiragem limitada em sua versão em papel, o Relatório de Inflação do Banco Central é leitura obrigatória e riquíssima fonte de dados para os que têm de acompanhar mais profundamente a evolução da economia brasileira.
Como postura de governo, sua publicação sistemática é uma lição de transparência e de trabalho metódico e altamente profissional, não fora o Presidente do Banco Central, Armínio Fraga, professor de política monetária de renome internacional.
Vemos, Sr. Presidente, que, na condução da política econômica do Governo, há ordem, método, competência, seriedade. Ela está no rumo certo, conduzida com firmeza. Oxalá possa o Brasil contar permanentemente, como se fosse uma bênção regular e constante da natureza, com governos responsáveis, que ajam sem demagogia, sem populismo, sem sandices, que ameacem destruir tudo o que o povo brasileiro construiu e conquistou sob a presidência de Fernando Henrique Cardoso.
O atual Governo colocou o País nos trilhos e vem mantendo esse caminho, mostrando que só a seriedade é base sólida para a esperança e para a tranqüilidade. O rumo firme do Brasil, nos próximos meses e anos, só pode ser perturbado por análises precipitadas de chamados especialistas econômicos internacionais que nada entendem de nossa realidade; e, também, infelizmente, por brasileiros em posição de destaque que ameaçam a Nação com idéias de governo esdrúxulas, estapafúrdias, inviáveis e perigosas.
São os pensamentos que me ocorrem ao folhear o Relatório de Inflação do Banco Central, merecedor inconteste de todos esses elogios.
Muito obrigado.