O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PFL - RR) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, minha presença na tribuna do Senado Federal prende-se, desta feita, à discussão de tema da mais alta relevância para nosso País e que tem sido abordado, nesta tribuna, por meus ilustres Pares, em repetidas oportunidades.

Refiro-me à agroindústria, setor econômico que tradicionalmente se reveste de importância na economia nacional e que, segundo estudos divulgados pelo IBGE, apresentou resultados expressivamente positivos no ano findo.

Enquanto o segmento industrial como um todo cresceu cerca de 1,5%, acompanhando o nível de crescimento do PIB, o setor agroindustrial cresceu mais de 2,5%, gerando um total de riquezas superior a 130 bilhões de reais, significando mais de 11% do Produto Interno Bruto brasileiro.

O complexo de produção de insumos para a agropecuária, compreendendo as máquinas, as sementes e os fertilizantes e defensivos, em conjunto com a estrutura de beneficiamento de produtos agrícolas e pecuários primários, aí entendidos os grãos, as frutas, as várias carnes e demais produtos animais, foi pujante em 2001, com um dinamismo ímpar, capaz de reverter o desempenho negativo de 2000, quando o setor havia encolhido em 3,6 pontos percentuais.

Ao lado de outros elementos positivos que caracterizaram a agroindústria em 2001, como as condições climáticas, as boas safras e as conjunturas mercadológicas favoráveis, cumpre destacar a expressiva parcela de investimentos que foram alocados ao setor, atingindo 4,4 bilhões de reais, segundo os responsáveis pela área de agronegócios do BNDES.

O aporte adequado de financiamentos permitiu a programação adequada das atividades de produção de insumos e de beneficiamento de produtos, de forma moderna e sustentável, o que resultou em produtos finais de qualidade, a preços competitivos, tanto no mercado interno como nos mercados internacionais.

O reflexo de tal conjuntura favorável foi sentido por nós todos, na medida em que os produtos agropecuários não causaram maior impacto nos índices inflacionários de 2001.

Além disso, e tão importante quanto sua influência na economia interna, foi a contribuição da agroindústria para a balança comercial nacional.

Em 2001, a receita de exportações do complexo de agronegócios superou a casa dos 19 bilhões de dólares norte-americanos, representando cerca de um terço das exportações nacionais, segundo dados da Confederação Nacional da Agricultura.

O superávit de nossa balança, o primeiro nos sétimos últimos anos, atingiu a casa de 2,6 bilhões de dólares e, com certeza, pode ser creditado ao brilhante desempenho dos agronegócios, cuja balança setorial apresentou um superávit de 14,7 bilhões de dólares, comprovando, de forma inequívoca, a importância fundamental dos negócios agropecuários para as exportações nacionais.

Ao apresentar esses dados, tento ressaltar, mais uma vez, a importância de uma política séria de atuação setorial, como base para a consecução de sucesso e de desenvolvimento de qualquer atividade econômica.

Os financiamentos, o apoio à exportação e a capacitação tecnológica são as ferramentas que vimos utilizadas e que redundaram num crescimento firme e sustentável para o setor.

Resta-nos, pois, envidar todos os esforços para a manutenção de tal cenário, com a mais profunda convicção de que, ao encontro das mais legítimas vocações nacionais, a agroindústria continuará representando um dos baluartes da vida econômica brasileira.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigado.

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