O SENADOR MAURO MIRANDA (PMDB - GO) - Sr. Presidente, Srªs Srs.Senadores, a produção agropecuária goiana vem, firme e constantemente, consolidando sua posição entre as mais importantes do País.

Basta dizer que Goiás atingirá, este ano, uma produção de grãos igual a 10% do total nacional, dando, assim, mais uma inequívoca demonstração da força de sua cadeia produtiva primária.

Importa ressaltar, contudo, os reflexos positivos para todos os demais segmentos da economia que decorrem dessa extraordinária pujança da produção primária. A par de constituir o substrato necessário para o fortalecimento da agroindústria, o aumento da produção agropecuária irriga com suas rendas o conjunto da economia goiana, ao longo de sua pertinaz caminhada para materializar nosso sonho de ver o Estado incluído no ranking dos principais produtores brasileiros.

A cadeia do agronegócio é, de longe, a mais expressiva, movimentando nada menos que 60% de toda a economia estadual. Com tal dimensão, o fluxo dessa riqueza tem dado fundamental contribuição para a construção do novo Estado tão almejado por todos os goianos, um Goiás de abundância, modernidade e desenvolvimento.

O rebanho bovino, de 18 milhões e meio de cabeças, é o terceiro maior do País. Ainda mais importante, os pecuaristas têm logrado agregar valor em escala crescente à sua produção, por meio do aumento da qualidade, proveniente da vacinação sistemática contra a febre aftosa. Graças aos esforços dos criadores, conscientes da alta significação econômica da pecuária para o Estado, a vacinação contra aftosa foi universalizada já no ano passado.

Esse trabalho de controle e erradicação da febre aftosa foi premiado, ainda no ano 2000, com o reconhecimento por organização internacional de epizootia sediada em Paris de ser Goiás território livre da doença por meio de imunização. Agora, com o mal praticamente erradicado, a meta é alcançar o reconhecimento oficial de zona livre por erradicação total.

Com efeito, essa é uma das muitas e relevantes conquistas goianas no campo da agropecuária. O controle da zoonose permitiu ao Estado aumentar de forma constante suas exportações de carne congelada para exigentes mercados europeus, para os Estados Unidos e também para países da Ásia, África e Oceania. Ao lado das melhorias genéticas perseguidas desde há muito pelos produtores, as condições sanitárias de um rebanho livre de aftosa por vacinação constituem requisito essencial para que Goiás possa manter remessas constantes e crescentes para o exterior. Com o ganho de qualidade e de competitividade, abrem-se os mercados para a nossa carne bovina. Para os pecuaristas que se dedicam à criação de gado de corte, as exportações representam mais uma e muito interessante alternativa de mercado.

Nos últimos anos, os agricultores goianos conseguiram restabelecer a pujança da nossa produção algodoeira, a ponto de colocar o Estado na condição de segundo maior produtor nacional. No corrente ano agrícola, a área dedicada à cotonicultura não-irrigada foi superior a 100 mil hectares, prevendo-se uma produção de quase 106 mil toneladas de plumas de algodão. A par do constante crescimento da cultura não-irrigada, uma importante novidade é a introdução dos cultivos irrigados, que vêm trazer solução para problemas agronômicos existentes em certas áreas. Em decorrência do emprego de métodos de cultivo mais sofisticados, espera-se não apenas o aumento da produção, mas também a obtenção de plumas de melhor qualidade.

Porém a principal alavanca da agricultura estadual é representada, indiscutivelmente, pela sojicultura, cujo extraordinário desempenho se evidencia no crescimento da produção em nada menos que 31% em um único ano. A área plantada ficou, neste ano de 2002, em quase um milhão e novecentos mil hectares, representando aumento de 22% em relação ao ano anterior. A produção, por sua vez, situou-se em mais de cinco milhões e trezentas mil toneladas. Isso significa produtividade superior a dois mil e oitocentos quilos por hectare, mais de 7% maior que a do ano passado.

Esse crescimento de 31% da produção em um único ano está sendo considerado o maior índice já obtido no País e um verdadeiro recorde em termos de Goiás. No entanto, as perspectivas para a soja goiana não se limitam a um ano atípico do processo produtivo. Conforme dados da Federação da Agricultura do Estado de Goiás, a produção de soja vem crescendo em ritmo constante e saltou de três milhões e quatrocentas mil toneladas para cinco milhões e trezentas mil toneladas em três anos, podendo chegar a sete milhões de toneladas por volta de 2006. Se isso se confirmar, teremos a duplicação da produção no curto espaço de sete anos, e Goiás passará a ocupar a segunda posição no ranking nacional dos Estados produtores de soja.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, como se pode ver, Goiás está materializando o antigo anseio de se tornar um grande e diversificado produtor primário. Paralelamente, vem logrando disponibilizar eficientes estruturas de transformação para toda essa matéria-prima. Ao chegar ao significativo índice de 10% da produção nacional de grãos, aproximando-se da marca dos 10 milhões de toneladas, Goiás ostenta, também, um parque fabril com capacidade para transformar boa parte de sua safra. Cada vez mais, a agroindústria se estabelece no Estado e processa, lá mesmo, a maior parte das safras.

Para celebrar toda essa pujança, realiza-se, neste momento, a 57ª. Exposição Agropecuária do Estado de Goiás e 17ª Internacional de Animais, a Expo-Goiás. Promovido pela Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), o evento está sendo realizado no período entre 10 e 26 do corrente mês no Parque Agropecuário de Goiânia. A Pecuária, como é informalmente chamada pelo povo goiano, é um evento tradicional no Centro-Oeste, sendo considerada a terceira maior feira de agribusiness do País e a mais importante do Centro-Oeste brasileiro. Seu principal objetivo é, evidentemente, mostrar para o Brasil e para o mundo o retrato fiel do trabalho do povo goiano e da força de sua economia, além de divulgar o desenvolvimento da agropecuária do Estado, sua crescente modernidade e produtividade.

A mostra deste ano traz diversas novidades em relação às edições anteriores. Deve-se destacar, em primeiro lugar, o crescimento dos negócios gerados pelas empresas expositoras e empresários do setor rural participantes da feira. Para a consecução desse avanço, a SGPA, realizadora da Expo-Goiás, profissionalizou e modernizou a organização desta edição, contratando empresas nacionais especializadas para ajudá-la a alcançar seu objetivo.

O público visitante esperado para os 17 dias de realização da feira é de 750 mil pessoas. Embora a maior parte do público seja, evidentemente, proveniente do próprio Estado de Goiás, cresce, a cada ano, a presença de visitantes de outros Estados, principalmente das regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do País, além de estrangeiros, especialmente aqueles vindos de países da América do Sul. A feira tem ampla aprovação do público visitante, tanto que, segundo pesquisa de instituto especializado, 79% dos visitantes voltam todos os anos à Pecuária.

Entendendo ser a Expo-Goiás o maior evento popular do povo goiano, a SGPA faz questão de democratizar o acesso da população mediante a cobrança de valores módicos para os ingressos e garantia de entrada livre para os menores de 10 anos. Além disso, os ingressos garantem ao público o direito de concorrer a valiosos brindes, incluindo automóveis e motocicletas.

Outra grande preocupação da promotora do evento é com a segurança dos visitantes. Desse modo, para garantir a tranqüilidade da Expo-Goiás, a SGPA conseguiu da Secretaria de Segurança Pública do Estado o reforço do esquema de segurança, com o aumento do efetivo policial nas áreas interna e externa do Parque Agropecuário de Goiânia. Uma das inovações da edição deste ano foi a instalação de diversas câmeras de vídeo distribuídas dentro do parque, as quais estão sendo monitoradas 24 horas pela polícia militar. Além disso, a SGPA contratou duas empresas de segurança particular, as quais mantêm 3 mil e 500 homens 24 horas por dia durante toda a realização da feira.

Para a realização dos negócios, os empresários rurais e empresas expositoras contam com linhas de crédito especiais do Banco do Brasil durante a Expo-Goiás. A SGPA estima que serão contratados recursos superiores aos do ano passado, que foram de 5 milhões e meio de reais em financiamentos, principalmente para a aquisição de animais e máquinas e implementos agrícolas.

O faturamento bruto esperado da feira situa-se entre 16 e 17 milhões de reais, representando incremento de 5% em relação ao resultado da mostra do ano passado. Esse faturamento representa a soma dos resultados obtidos com bilheteria, comercialização de bebida e comida, produtos e serviços, vendas de máquinas agrícolas, animais e leilões. Para o conjunto da economia da cidade de Goiânia, a mostra gera, durante sua realização, movimento financeiro de nada menos que 30 milhões de reais.

O maior incremento esperado para a mostra deste ano está na área comercial, nos negócios que estão sendo gerados por mais de 200 empresas expositoras, graças a preocupação da promotora do evento em organizar e profissionalizar a área comercial da feira. No total, são esperados negócios de 4 milhões e meio de reais nos 17 dias da mostra, o que representa um muito expressivo aumento de 28,5% comparado com o faturamento obtido pelos expositores em maio de 2001.

Uma das principais atrações da Expo-Goiás 2002 é o espaço destinado aos melhores restaurantes e casas noturnas de Goiânia. Neste período, o Parque Agropecuário de Goiânia se torna o principal local de diversão e lazer da nossa Capital. As principais casas noturnas da feira recebem público médio de 800 pessoas por dia. O setor de alimentação e lazer da mostra está constituído por 40 empresas, havendo, neste ano, melhor distribuição desses espaços, visando à segurança e ao conforto do público visitante.

Outra grande atração da feira deste ano é a realização, do dia 16 até o dia 19, às 19 horas e 30 minutos, do Mega Rodeio SGPA em Touros e Cavalos, com os maiores campeões do Brasil em montaria. Serão, ao todo, 30 montarias. Para esse rodeio, foi montado um local especial, com arquibancadas para 15 mil pessoas, além dos camarotes. Uma novidade no rodeio deste ano será a iluminação e o som no mesmo padrão de sofisticação utilizado nos rodeios internacionais.

Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, a agropecuária representa a principal mola propulsora da economia goiana. É esse universo pujante que se encontra representado na 57ª Exposição Agropecuária do Estado de Goiás e 17ª Internacional de Animais.

Trata-se da maior feira agropecuária do Centro-Oeste brasileiro, uma das cinco maiores do País em negócios e a maior do Brasil em público visitante. Na Pecuária 2002, todos os ramos da economia que formam o setor chamado de agronegócios estão mostrando a rápida modernização do Estado de Goiás. Essa feira é o retrato mais fiel do crescimento tecnológico e produtivo alcançado pela agricultura e pela pecuária goianas.

Congratulo-me, portanto, com todos os produtores rurais do meu Estado de Goiás pelos enormes êxitos que vêm alcançando e, em especial, pela realização desta 57ª edição da Expo-Goiás.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigado.

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