Discurso durante a 66ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

PREOCUPAÇÃO COM A VIOLENCIA NAS ESCOLAS DO ESTADO DE SERGIPE.

Autor
Maria do Carmo Alves (PFL - Partido da Frente Liberal/SE)
Nome completo: Maria do Carmo do Nascimento Alves
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SEGURANÇA PUBLICA.:
  • PREOCUPAÇÃO COM A VIOLENCIA NAS ESCOLAS DO ESTADO DE SERGIPE.
Publicação
Publicação no DSF de 23/05/2002 - Página 8896
Assunto
Outros > SEGURANÇA PUBLICA.
Indexação
  • REGISTRO, DADOS, SINDICATO, TRABALHADOR, EDUCAÇÃO, ESTADO DE SERGIPE (SE), GRAVIDADE, SITUAÇÃO, AUMENTO, VIOLENCIA, ESTABELECIMENTO DE ENSINO, ESPECIFICAÇÃO, ESCOLA PUBLICA, UTILIZAÇÃO, DROGA, ESTUDANTE, AGRESSÃO, PROFESSOR, SERVIDOR, PREJUIZO, APRENDIZAGEM.
  • APREENSÃO, AUSENCIA, SEGURANÇA, POLICIAMENTO, INVESTIMENTO, CAMPANHA, CONSCIENTIZAÇÃO, JUVENTUDE, SOLICITAÇÃO, PROVIDENCIA, GOVERNO ESTADUAL, GOVERNO FEDERAL.

           A SRª MARIA DO CARMO ALVES (PFL - SE) - Sr. Presidente, Srsªs. e Srs. Senadores, li, com bastante preocupação, uma notícia do Jornal da Cidade de Sergipe, de ontem, que comentava a questão da violência nas escolas e que informava que o Estado de Sergipe ocupa a vergonhosa terceira posição no ranking nacional de violência nas entidades de ensino.

           A violência, como a maioria dos males sociais, atinge de forma desigual a sociedade, prejudicando a questão do ensino-aprendizagem especialmente na rede pública de ensino, onde professores, funcionários e alunos são vítimas de violência e sofrem com a possibilidade de não voltarem em segurança para seus lares.

           Os números fornecidos pelo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Sergipe dos atos de violência registrados pela entidade até o mês de abril deste ano são impressionantes: nos 390 estabelecimentos de ensino fiscalizados, 90 tiveram problemas com atos de vandalismo, ou seja, foram assaltados ou arrombados e 40 com fornecimento e uso de drogas pelos alunos. Esses números confirmam a preocupação dos professores e pais de alunos ao comparar os dados de 2002 com os de 2001, quando das 216 escolas visitadas 101 foram assaltadas ou arrombadas; 32 registraram envolvimento dos estudantes com drogas; 7 disseram possuir gangues dentro dos espaços educacionais e 14 professores foram agredidos fisicamente.

           Os motivos que levaram a escola a se transformar em um local perigoso são muitos, Senhor Presidente, e vão desde a insegurança do país a falta de policiamento e ao pouco investimento em campanha s de conscientização para o jovem. É necessário que haja uma maior participação da sociedade dentro das instituições, para que os exemplos da cultura da paz possam ser reforçados em todos os locais, e para que a parceria casa-escola efetivamente funcione.

           Mas sem policiamento dificilmente poderemos mudar essa triste situação a curto prazo. Mas, pasmem, senhoras e senhores Senadores, a Polícia Militar de Sergipe possui, apenas, 66 homens trabalhando na Companhia de Segurança Escolar, atendendo a 96 escolas estaduais dentro da capital. Eles têm como material de apoio, somente, três viaturas e quatro motocicletas.

           A necessidade de uma intensificação no combate à violência dentro das escolas foi percebida com mais clareza no segundo semestre do ano passado, senhor Presidente, quando dois alunos, uma da rede pública estadual e outro da rede pública municipal de ensino foram esfaqueados por colegas de turma.Esse ano, o tema voltou a ser discutido depois que os professores da Escola Municipal Oviêdo Teixeira, paralisaram as atividades essa semana por dois dias, reivindicando segurança dentro da instituição de ensino, alegando a entrada de vândalos na escola.

           Espero que estes dados sirvam de alerta para que os governos estadual e federal tomem as atitudes condizentes e não permitam que os bancos escolares virem campos de guerra. As escolas devem ser terreno fértil pára o conhecimento e para o debate. Não podemos deixar nossos colégio sucumbirem a violência e a degradação social, esse é o apelo que eu faço.

           Era o que eu tinha a dizer.

           Muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/05/2002 - Página 8896