Pronunciamento de Maria do Carmo Alves em 22/05/2002
Discurso durante a 66ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
PREOCUPAÇÃO COM A VIOLENCIA NAS ESCOLAS DO ESTADO DE SERGIPE.
- Autor
- Maria do Carmo Alves (PFL - Partido da Frente Liberal/SE)
- Nome completo: Maria do Carmo do Nascimento Alves
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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SEGURANÇA PUBLICA.:
- PREOCUPAÇÃO COM A VIOLENCIA NAS ESCOLAS DO ESTADO DE SERGIPE.
- Publicação
- Publicação no DSF de 23/05/2002 - Página 8896
- Assunto
- Outros > SEGURANÇA PUBLICA.
- Indexação
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- REGISTRO, DADOS, SINDICATO, TRABALHADOR, EDUCAÇÃO, ESTADO DE SERGIPE (SE), GRAVIDADE, SITUAÇÃO, AUMENTO, VIOLENCIA, ESTABELECIMENTO DE ENSINO, ESPECIFICAÇÃO, ESCOLA PUBLICA, UTILIZAÇÃO, DROGA, ESTUDANTE, AGRESSÃO, PROFESSOR, SERVIDOR, PREJUIZO, APRENDIZAGEM.
- APREENSÃO, AUSENCIA, SEGURANÇA, POLICIAMENTO, INVESTIMENTO, CAMPANHA, CONSCIENTIZAÇÃO, JUVENTUDE, SOLICITAÇÃO, PROVIDENCIA, GOVERNO ESTADUAL, GOVERNO FEDERAL.
A SRª MARIA DO CARMO ALVES (PFL - SE) - Sr. Presidente, Srsªs. e Srs. Senadores, li, com bastante preocupação, uma notícia do Jornal da Cidade de Sergipe, de ontem, que comentava a questão da violência nas escolas e que informava que o Estado de Sergipe ocupa a vergonhosa terceira posição no ranking nacional de violência nas entidades de ensino.
A violência, como a maioria dos males sociais, atinge de forma desigual a sociedade, prejudicando a questão do ensino-aprendizagem especialmente na rede pública de ensino, onde professores, funcionários e alunos são vítimas de violência e sofrem com a possibilidade de não voltarem em segurança para seus lares.
Os números fornecidos pelo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Sergipe dos atos de violência registrados pela entidade até o mês de abril deste ano são impressionantes: nos 390 estabelecimentos de ensino fiscalizados, 90 tiveram problemas com atos de vandalismo, ou seja, foram assaltados ou arrombados e 40 com fornecimento e uso de drogas pelos alunos. Esses números confirmam a preocupação dos professores e pais de alunos ao comparar os dados de 2002 com os de 2001, quando das 216 escolas visitadas 101 foram assaltadas ou arrombadas; 32 registraram envolvimento dos estudantes com drogas; 7 disseram possuir gangues dentro dos espaços educacionais e 14 professores foram agredidos fisicamente.
Os motivos que levaram a escola a se transformar em um local perigoso são muitos, Senhor Presidente, e vão desde a insegurança do país a falta de policiamento e ao pouco investimento em campanha s de conscientização para o jovem. É necessário que haja uma maior participação da sociedade dentro das instituições, para que os exemplos da cultura da paz possam ser reforçados em todos os locais, e para que a parceria casa-escola efetivamente funcione.
Mas sem policiamento dificilmente poderemos mudar essa triste situação a curto prazo. Mas, pasmem, senhoras e senhores Senadores, a Polícia Militar de Sergipe possui, apenas, 66 homens trabalhando na Companhia de Segurança Escolar, atendendo a 96 escolas estaduais dentro da capital. Eles têm como material de apoio, somente, três viaturas e quatro motocicletas.
A necessidade de uma intensificação no combate à violência dentro das escolas foi percebida com mais clareza no segundo semestre do ano passado, senhor Presidente, quando dois alunos, uma da rede pública estadual e outro da rede pública municipal de ensino foram esfaqueados por colegas de turma.Esse ano, o tema voltou a ser discutido depois que os professores da Escola Municipal Oviêdo Teixeira, paralisaram as atividades essa semana por dois dias, reivindicando segurança dentro da instituição de ensino, alegando a entrada de vândalos na escola.
Espero que estes dados sirvam de alerta para que os governos estadual e federal tomem as atitudes condizentes e não permitam que os bancos escolares virem campos de guerra. As escolas devem ser terreno fértil pára o conhecimento e para o debate. Não podemos deixar nossos colégio sucumbirem a violência e a degradação social, esse é o apelo que eu faço.
Era o que eu tinha a dizer.
Muito obrigada.