O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, prometo ser bem rápido para favorecer o tempo dos Senadores Iris Rezende e Roberto Requião, cujos pronunciamentos acompanharei, por saber da importância de suas falas quando usam da tribuna no interesse desta Casa.

Tivemos a discussão de vários assuntos nesta importante sessão de sexta-feira após Corpus Christi, dia em que todos tivemos oportunidade de pedir lucidez e inteligência ao Senhor Jesus Cristo, que nos guia no cumprimento da nossa missão de legislar em favor da sociedade.

O Senador Eduardo Suplicy trouxe requerimento de homenagem a Mário Lago, grande artista e grande ator, homem que soube expressar coerência política em toda a sua vida. Portanto, uma justa e correta homenagem.

O Senador Roberto Saturnino trouxe requerimento em favor do Embaixador José Sette Câmara, que tanto produziu em favor do Rio de Janeiro e da Nação brasileira.

O Senador Francisco Escórcio fez um discurso destacando a sua terra natal, Açailândia, de onde veio trazendo alegria e inteligência para melhorar a situação deste Senado.

Sr. Presidente, falou-se tanto em reformas. O Senador Roberto Requião usou do microfone e fez várias críticas; o Senador Geraldo Melo fez suas ponderações.

Todavia, na fala do Senador Roberto Saturnino surgiu várias vezes a citação da impunidade, do crime e da corrupção. Não quero roubar o tempo, Sr. Presidente, mas a revista Câmara Americana de Comércio, que traz o título “Corrupção, Crime e Impunidade Desestimulam os Investimentos”, faz uma pesquisa apontando esses três itens como os maiores responsáveis pelo desestímulo aos investimentos produtivos no País. Está aqui o gráfico apresentado pela revista.

Passando hoje os olhos pela Folha de S.Paulo, verifico que o Senador Iris Rezende usou da tribuna com eloqüência, sabedoria e inteligência nos seus pronunciamentos sobre o tráfico de drogas. Não vou ater-me ao assunto, mas em Franca, a maior produtora e exportadora de calçados do meu Estado, uma indústria colocou drogas no interior de seus calçados, transportando-os para a Europa, segundo depoimentos de alguns dos calçadistas.

Hoje, os “mulas”, traficantes contratados para levar drogas, chegam a engolir um quilo em cápsulas com o produto. Primeiro, faziam os testes do cabeleireiro. O cabeleireiro é um dos responsável pela estrutura dos africanos da Nigéria, que montaram um esquema nessa cidade para o transporte. Há mais de cem brasileiros presos na Europa por tráfico, realizado pela condução das drogas em seus estômagos. Arriscam a vida e a liberdade para receber R$5 mil reais e favorecer toda estrutura do crime organizado da Nigéria.

O roubo de cargas também me preocupa bastante, Sr. Presidente. Iremos ao seu Estado, na semana que vem, por requerimento do Senador Moreira Mendes. O Estado de Roraima não está comprometido com o roubo de cargas, como São Paulo, Rio de Janeiro e outros Estados, mas o que me assusta e me traz aqui é tudo o que foi falado sobre a corrupção na atividade policial. Hoje pela manhã, ao ler os jornais Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo, choquei-me com a notícia de que três PMs e um carcereiro foram detidos por roubo de cargas. Infelizmente, vemo-nos diante da situação de ter que recuperar a dignidade da função policial. Os elementos que se deixam corromper pelo tráfico de drogas não devem apenas ser execrados em sua profissão, sendo afastados de suas funções: devem receber o dobro da pena a ser aplicada a qualquer cidadão comum. O policial tem a obrigação de respeitar a sua função e de se comprometer com a sociedade para exercer a sua função com dignidade. Quem se corrompe na Polícia não merece o respeito da sociedade e deve receber pena em dobro, principalmente quando o faz ligando-se às quadrilhas de tráfico de drogas.

O Senador Iris Rezende fez referência, ontem, desta tribuna, a processo deletério envolvendo a infância e a juventude que, ao longo do tempo, vão se perdendo para enriquecer meia dúzia de canalhas que se prestam a essa indignidade.

Obrigado, Sr. Presidente.

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