Discurso durante a 76ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

COMEMORAÇÃO DOS 60 ANOS DE CRIAÇÃO DA COMPANHIA VALE DO RIO DOCE - CVRD.

Autor
Luiz Otavio (PPB - Partido Progressista Brasileiro/PA)
Nome completo: Luiz Otavio Oliveira Campos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • COMEMORAÇÃO DOS 60 ANOS DE CRIAÇÃO DA COMPANHIA VALE DO RIO DOCE - CVRD.
Publicação
Publicação no DSF de 05/06/2002 - Página 10311
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, COMPANHIA VALE DO RIO DOCE (CVRD), IMPORTANCIA, CONTRIBUIÇÃO, DESENVOLVIMENTO, PAIS, ESPECIFICAÇÃO, ESTADO DO PARA (PA).

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. LUIZ OTÁVIO (Bloco/PPB - PA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Congresso Nacional dá, hoje, uma demonstração de que a Amazônia - ou os Estados que a compõem - está em festa, uma vez que, pela manhã, na Câmara dos Deputados, participamos de uma cerimônia de homenagem pelos 60 anos de fundação do Banco da Amazônia e, agora, o Senado da República homenageia os 60 anos de criação da Companhia Vale do Rio Doce.

Não obstante as críticas que durante a minha vida política tenha formulado à Companhia Vale do Rio Doce, especialmente no que diz respeito às suas decisões que afetavam diretamente o meu Estado, como o protelamento contínuo de investimentos nos projetos de exploração do cobre - minério abundante no subsolo paraense -, reconheço seu grande valor e acompanho, com interesse, suas ações. Constato, portanto, que a Vale mudou e ampliou o seu raio de investimentos.

Como a Vale mudou, também mudei. Digo, com a maior tranqüilidade e seriedade, que, hoje, a Companhia Vale do Rio Doce é importante para o meu Estado, o Pará, e muito mais para o Brasil. É uma empresa estratégica, de forte capital e poder econômico, mas também muito voltada para a área social. A Vale do Rio Doce, no novo mundo, no novo Brasil, com sua nova configuração de empresa privada, deu prioridade para investimentos na área social.

Alguns tinham muitas preocupações com a sua privatização; outros eram céticos com relação ao resultado financeiro, duvidavam do seu crescimento, da sua potencialidade, dos seus recursos humanos. No ano passado, assisti a uma sessão na Câmara dos Deputados em que todos os Partidos, tanto os da base do Governo como os de Oposição, prestaram forte e séria homenagem à Vale do Rio Doce. Eu desconhecia, inclusive, que alguns Parlamentares eram oriundos da Companhia Vale do Rio Doce e tinham familiares historicamente ligados àquela empresa.

Assim, a contribuição da Vale ao Brasil não se limita ao campo do desenvolvimento econômico, do qual, graças à sua extraordinária pujança, participa com a geração de milhares de postos de trabalho diretos e indiretos, com vultosíssima contribuição ao Erário, com captação de divisas em volume superior a qualquer outro conglomerado estabelecido no País.

Falar da Vale do Rio Doce, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é falar de dimensões superlativas. Trata-se da maior companhia de mineração diversificada das Américas, daquela que ocupa, no âmbito mundial, a posição de maior exportadora de minério de ferro. Sua contribuição para a balança de pagamentos do País não encontra paralelo. Em seu conjunto, as exportações do conglomerado alcançaram, no ano passado, a impressionante cifra de US$3,3 bilhões. E, ainda mais significativo, as exportações líquidas totalizaram nada menos que US$2,9 bilhões.

Mais uma vez, vale lembrar que os montantes exportados pela Vale ganham especial significado pelo fato de a empresa responder por um volume de importação proporcionalmente insignificante.

No setor de transportes, a qualidade dos ativos ferroviários e os muitos anos de experiência como operadora de ferrovias e portos colocam a Vale em posição vantajosa no mercado, posicionando-a como empresa brasileira líder em logística. Esta é uma nova diversificação que a Vale do Rio Doce faz, a área de logística.

O sistema de logística, construído originariamente para servir à atividade comercial de minério de ferro da companhia, inclui, no sistema sul, a Estrada de Ferro Vitória-Minas, com quase 900 quilômetros, e o Complexo de Tubarão; e, no sistema norte, a Estrada de Ferro Carajás, em meu Estado, também com quase 900 quilômetros de extensão, e o Terminal Marítimo de Ponta da Madeira. Mais recentemente, a Vale adquiriu participações em três ferrovias privatizadas, a Ferrovia Centro-Atlântica, a Companhia Ferroviária do Nordeste e a Ferroban. Além disso, a Vale detém participação indireta na MRS Logística S.A.

No seu conjunto, a malha ferroviária da Companhia Vale do Rio Doce é, hoje, a mais extensa do Brasil, totalizando 15 mil quilômetros de linhas, quase a metade da malha ferroviária nacional. Cerca de 50% da carga ferroviária do País é transportada pelas ferrovias da Vale, e o transporte de cargas gerais tem crescido em torno de 20% ao ano.

Outro setor no qual a Companhia da Vale do Rio Doce vem investindo pesadamente é o de geração de energia. E isso, por dois bons motivos: em primeiro lugar, porque se trata de investimentos essenciais para assegurar a continuidade do desenvolvimento nacional; em segundo, porque a Companhia Vale do Rio Doce consome 4,5% de toda a energia gerada no Brasil, o que a torna a maior consumidora isolada do País. Assim, a empresa criou uma área de energia, expressando sua determinação em ter uma participação significativa nesse mercado.

Os investimentos da Vale nesses nove empreendimentos que irão adicionar mais de três mil megawatts ao sistema elétrico brasileiro superam a casa de US$600 milhões e darão acesso a uma potência instalada de 1.500 megawatts, o suficiente para abastecer uma cidade como Campinas, no Estado de São Paulo. Afora esses projetos, outros investimentos ainda estão sendo analisados, além de Estreito e de Serra Quebrada, de cujas instalações já decidiu também participar.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a criação da Companhia Vale do Rio Doce, em 1942, objetivava a exploração das minas de Itabira, no Estado de Minas Gerais - do meu querido Senador José de Alencar -, e a operação da Estrada de Ferro Vitória-Minas, no Estado do Espírito Santo - do meu querido Senador Ricardo Santos -, daí o nome da empresa.

Um marco importante do relacionamento entre a Vale do Rio Doce e o Pará foi a primeira incursão da companhia à região de Carajás, em 1968, por intermédio de seu funcionário José Eduardo Machado, geólogo do Centro de Pesquisas de Minérios. Quatro anos mais tarde, as pesquisas conduzidas na região concluíram que em Carajás se encontrava nada menos que a maior reserva de minério de ferro do mundo, com 18 bilhões de toneladas. Em 1977, a Vale adquiriu os direitos exclusivos para exploração da província mineral de Carajás e, em 1978, iniciou a construção da Estrada de Ferro Carajás - EFC.

Mas a exploração de minério de ferro em Carajás não é, de forma alguma, o único empreendimento da Vale em terras paraenses. Já em 1974, a Vale participou da criação da Mineração Rio do Norte, MRN, consórcio multinacional organizado para explorar as jazidas de bauxita às margens do rio Trombetas, no meu Estado, com produção inicial estimada em 3,4 milhões de toneladas anuais. Em 1994, a empresa concluía a duplicação da mina de ouro de Igarapé-Bahia, também lá localizada, ampliando sua capacidade para 10 toneladas/ano. Em 1995, a produção de manganês em Carajás ultrapassou a barreira de 1,2 milhão de toneladas.

Por se tratar de uma megaempresa, vou substituir os números pela participação que o Governo do Espírito Santo, da nossa querida Minas Gerais e do meu Pará têm junto à Vale do Rio Doce.

A Vale do Rio Doce no Estado do Pará teve mais uma conquista, com a significativa inauguração da empresa Pará Pigmentos S. A., em Ipixuna, contando com a presença do nosso querido Governador Almir Gabriel.

Além da Mineração Rio do Norte, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a Vale do Rio Doce tem sabido valorizar corretamente a espetacular riqueza mineral contida no subsolo paraense, fazendo os necessários investimentos para extraí-la, beneficiá-la e transportá-la.

Hoje, há 14 Municípios em torno da Serra de Carajás, todos atendidos com projetos principalmente na área social, de saneamento, pavimentação e ensino, numa parceria permanente da Vale do Rio Doce com o Governo do Estado e com os Governos municipais.

No que se refere ao alumínio, em Barcarena e na Vila do Conde, temos as empresa Albras e Alunorte, que beneficiam a bauxita, que vem da Mineração Rio do Norte, em Trombetas, transformando-a em alumina e alumínio, produtos exportados para todos os países, principalmente o Japão.

A infra-estrutura logística e de energia elétrica existente em Carajás representará uma economia significativa para a Companhia Vale do Rio Doce na exploração de cobre, que tem sido alvo de grandes investimentos por parte da empresa.

Recentemente, estivemos na Serra do Sossego, onde o Presidente Fernando Henrique Cardoso e o Presidente da Vale do Rio Doce, Sr. Roger Agnelli, tiveram oportunidade de iniciar a grande obra que será a exploração de cobre naquela região do Estado do Pará. Futuramente, também haverá exploração desse metal na região do Salobo. Assim, teremos condições de ser superavitários na exportação de cobre, limitando, por conseguinte, a importação desse produto, que gera um déficit na balança comercial brasileira.

Encerro dizendo da minha satisfação de representar o meu Estado do Pará. Apresentei requerimento, subscrito por mais de quinze Srs. Senadores, para a realização desta sessão de homenagem singela e sincera à Companhia Vale do Rio Doce. Poucas vezes, no País, os políticos e a classe política reconhecem o mérito de empresas - estatais ou privadas, como é a realidade da Vale do Rio Doce - na Câmara Alta do Brasil, no Senado da República, que pode hoje, orgulhosamente, dar parabéns pelos 60 anos da Companhia Vale do Rio Doce, desejando que se prolonguem até os 600 anos.

Eu teria ainda algumas considerações a fazer, mas a Presidência me avisa que preciso dar oportunidade aos demais oradores inscritos. Assim sendo, peço que o meu pronunciamento seja publicado na íntegra.

Muito obrigado.

 

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SEGUE, NA ÍNTEGRA, PRONUNCIAMENTO DO SR. SENADOR LUIZ OTÁVIO.

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HOMENAGEM AOS 60 ANOS DE CRIAÇÃO DA

COMPANHIA VALE DO RIO DOCE (CVRD)

O SR. LUIZ OTÁVIO (Bloco/PPB - PA) - Sr. Presidente, Srªs e Srs, Senadores, não obstante as críticas que, durante a minha vida política, tenha formulado à Companhia Vale do Rio Doce, especialmente no que diz respeito às suas decisões que afetavam diretamente o meu Estado, como o protelamento contínuo de investimentos nos projetos de exploração do cobre - minério abundante no subsolo paraense -, reconheço seu grande valor e acompanho, com interesse, as suas ações. Constato, portanto, que a Vale mudou e ampliou o seu raio de investimentos. Nesse sentido, foi com grande satisfação e com o sentimento de estar cumprindo um dever de justiça que apresentei o Requerimento n.° 239, de 2002, para que o tempo destinado aos oradores da Hora do Expediente da Sessão desta data fosse destinado a homenagear os 60 anos de criação da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD).

É público e notório a importância que a Companhia Vale do Rio Doce representou, e representa, para o desenvolvimento da nossa Nação, desde a sua criação. Assim sendo, creio ser mais do que merecidas as justas homenagens que a Empresa vem recebendo por ocasião de seus 60 anos, às quais esta Casa não poderia furtar-se.

Afinal, a contribuição da Vale ao Brasil não se limita ao campo do desenvolvimento econômico, no qual, graças a sua extraordinária pujança, participa com a geração de milhares de postos de trabalho diretos e indiretos, com vultosa contribuição ao Erário, com captação de divisas em volume superior a qualquer outro conglomerado estabelecido no País. Mais além, a Vale oferece um exemplo de inabalável fé no futuro do Brasil, por meio de sua gestão empresarial moderna e arrojada, sempre pronta a ousar mais e mais, sempre disposta a investir fortemente naqueles segmentos mais relevantes e necessários para o progresso da Nação.

De outra parte, temos o firme compromisso social da Companhia Vale do Rio Doce, pois, enquanto empresa sintonizada com o tempo presente, sabe perfeitamente que sua prosperidade é indissociável da melhoria das condições de vida nas comunidades onde está inserida. E, não menos importante, seu comprometimento com o conceito de desenvolvimento sustentável, embasado no princípio de que a preservação do equilíbrio do meio ambiente é componente fundamental da qualidade dos seus produtos e serviços.

Falar da Companhia Vale do Rio Doce é sempre falar de dimensões superlativas. Trata-se da maior companhia de mineração diversificada das Américas. Daquela que ocupa, em nível mundial, a posição de maior exportadora de minério de ferro e pelotas, de segunda maior produtora de manganês e terceira maior produtora de ferro-ligas de manganês. Em nível nacional, é ela a maior exportadora de alumínio, produzindo, ainda, alumina, bauxita, caulim, ouro e potássio. Suas reservas de minério de ferro são suficientes para os próximos dois séculos e meio. Neste momento, está dando os primeiros passos na concretização de um ambicioso projeto estratégico para se tornar uma das maiores produtoras mundiais de cobre.

Sua contribuição para a balança de pagamentos do País não encontra paralelo. Em seu conjunto, as exportações do conglomerado alcançaram, no ano passado, a impressionante cifra de 3 bilhões e 300 milhões de dólares. E, ainda mais significativo, as exportações líquidas totalizaram nada menos que 2 bilhões e 900 milhões de dólares. São resultados que colocam a Vale na envaidecedora posição de empresa que mais contribui para o saldo da balança comercial brasileira.

Para assegurar ao conglomerado Vale do Rio Doce a permanência nessa posição de maior grupo exportador do País, seus profissionais viajam por todo o planeta levando a efeito uma agressiva política de vendas. O resultado desse esforço tem sido uma sucessão de vitórias em face das gigantescas corporações que com a Vale competem. Cabe mencionar, à guisa de um bom exemplo, o contrato recentemente assinado com a Baosteel, maior grupo siderúrgico da República Popular da China, para o fornecimento de 6 milhões de toneladas anuais de minério de ferro por um período de 20 anos. Essa negociação representou nada mais, nada menos do que a sólida implantação da nossa Vale no maior e mais promissor mercado do mundo.

Mais uma vez, vale lembrar que os montantes exportados pela Vale ganham especial significado pelo fato de a empresa responder por um volume de importação proporcionalmente insignificante. Assim, a captação de divisas para o País realizada pela empresa é praticamente líquida.

Importa ressaltar, também, que, embora produção, beneficiamento e transporte de minério constituam o núcleo central de suas operações, a Vale é muito mais do que uma empresa mineradora. Ao longo de sua história, a Companhia Vale do Rio Doce soube sempre superar crescentes desafios e firmar-se em posição de destaque em todos os ramos de atividade em que se engajou. Além do minério de ferro e pelotas, manganês, ouro, potássio, bauxita, caulim e ferro-ligas, a Vale atua em siderurgia, navegação, ferrovias, portos, alumínio, papel e celulose e energia.

No setor de transportes, a qualidade dos ativos ferroviários e os muitos anos de experiência como operadora de ferrovias e portos colocam a Vale em posição vantajosa no mercado, posicionando-a como empresa brasileira líder em logística. Para que se tenha uma idéia da participação desse ramo de atividade no conjunto dos negócios da Companhia Vale do Rio Doce, basta dizer que a prestação de serviços de logística para terceiros correspondeu, no ano passado, a 12% do seu faturamento líquido.

O sistema de logística, construído originalmente para servir à atividade comercial de minério de ferro da Companhia, inclui, no Sistema Sul, a Estrada de Ferro Vitória a Minas, com 898 quilômetros, e o Complexo de Tubarão; e, no Sistema Norte, a Estrada de Ferro Carajás, com 892 quilômetros, e o Terminal Marítimo de Ponta da Madeira. Mais recentemente, a Vale adquiriu participações em três ferrovias privatizadas, a Ferrovia Centro Atlântica, a Companhia Ferroviária do Nordeste e a Ferroban. Além disso, a Vale detém participação indireta na MRS Logística S.A.

No seu conjunto, a malha ferroviária da Companhia Vale do Rio Doce é hoje a mais extensa do Brasil, totalizando 15 mil quilômetros de linhas, quase a metade da malha ferroviária nacional. Essa infra-estrutura proporciona receitas muito expressivas para a empresa, mediante o transporte de minérios, aço, soja, contêineres e uma variedade cada vez maior de produtos. Cerca de 50% da carga ferroviária do País é transportada pelas ferrovias da Vale, e o transporte de cargas gerais tem crescido em torno de 20% ao ano.

O crescimento da Vale no setor é estimulado por soluções logísticas de ponta: a empresa administra pátios, armazéns, terminais marítimos e complexos portuários no Maranhão, Sergipe, Pará, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro pelos quais passa boa parte das exportações brasileiras. Em sua atuação como prestadora de serviços, a Vale oferece a melhor solução logística para seus clientes.

Outro setor no qual a Companhia Vale do Rio Doce vem investindo pesadamente é o de geração de energia. E isso, por dois bons motivos. Em primeiro lugar, porque se trata de um segmento no qual grandes investimentos são essenciais para assegurar a continuidade do desenvolvimento nacional. Em segundo lugar, porque a Vale consome 4,5% de toda a energia gerada no Brasil, o que a torna o maior consumidor isolado do País.

Assim, a empresa criou uma área de energia, expressando sua determinação em ter uma participação significativa nesse mercado. Hoje, a Vale já é um dos maiores investidores em energia elétrica do Brasil. A empresa está presente, mediante parcerias, em nove projetos em diferentes estágios de implantação, já estando em funcionamento duas de suas usinas hidrelétricas - Igarapava e Porto Estrela.

Os investimentos da Vale nesses nove empreendimentos, que irão adicionar 3 mil 364 MW ao sistema elétrico brasileiro, superam a casa dos 590 milhões de dólares, e lhe darão acesso a uma potência instalada de 1 mil e 500 MW, o suficiente para abastecer uma cidade como Campinas, no Estado de São Paulo. Afora esses projetos, outros investimentos ainda estão sendo analisados, além de Estreito e Serra Quebrada, de cujas licitações a Vale já decidiu participar.

A criação da Companhia Vale do Rio Doce, em 1942, objetivava a exploração das minas de Itabira, no Estado de Minas Gerais, e a operação da Estrada de Ferro Vitória a Minas - daí o nome da empresa. Seu monumental crescimento, contudo, levou-a a operar em 10 Estados da Federação. Hoje, a parcela mais relevante dos trabalhos da companhia desenvolve-se no meu Estado do Pará.

Um marco importante do relacionamento entre a Vale do Rio Doce e o Pará foi a primeira incursão da Companhia à região de Carajás, em 1968, por intermédio de seu funcionário José Eduardo Machado, geólogo do Centro de Pesquisas de Minérios. Quatro anos mais tarde, as pesquisas conduzidas na região concluíram que em Carajás se encontrava nada menos que a maior reserva de minério de ferro do mundo, com 18 bilhões de toneladas. Em 1977, a Vale adquiriu os direitos exclusivos para exploração da província mineral de Carajás e, em 1978, iniciou a construção da Estrada de Ferro Carajás - EFC.

Mas a exploração de minério de ferro em Carajás não é, de forma alguma, o único empreendimento da Vale em terras paraenses. Já em 1974, a Vale participou da criação da Mineração Rio do Norte - MRN, consórcio multinacional organizado para explorar as jazidas de bauxita às margens do rio Trombetas, no Estado, com produção inicial estimada de 3,4 milhões de toneladas anuais. Em 1994, a empresa concluía a duplicação da mina de ouro de Igarapé-Bahia, também lá localizada, ampliando sua capacidade para 10 toneladas/ano. Em 1995, a produção de manganês em Carajás ultrapassou a barreira de 1 milhão e 200 mil toneladas.

Uma outra espetacular jazida mineral foi descoberta em terras paraenses seis anos atrás. Naquela oportunidade, o próprio Presidente Fernando Henrique Cardoso encarregou-se de anunciar a descoberta da mina de ouro de Serra Leste, localizada a 55 quilômetros de Carajás. As reservas foram estimadas em 150 toneladas e a Vale projetou investimentos da ordem de 250 milhões de dólares. Ainda em 1996, a Vale firmou com a Southern Star Resources Ltd. o primeiro acordo de parceria com uma empresa privada para exploração na área de ouro. A mineradora americana ficou encarregada da prospecção e da pesquisa geológica da jazida de Serra das Andorinhas, no sul do Pará.

Com efeito, esse ano de 1996 foi repleto de conquistas para as operações da Vale do Rio Doce no Estado do Pará. Uma das mais significativas foi a inauguração, em Ipixuna, pela Pará Pigmentos S.A., de sua unidade de extração e beneficiamento de caulim, com uma planta de secagem no porto privativo de Ponta da Montanha, em Barcarena. A solenidade contou com a presença do Governador do Estado, Almir Gabriel. Para concretizar o projeto, foram necessários investimentos de 192 milhões de dólares. A produção estimada era de 300 mil toneladas, devendo crescer progressivamente até alcançar 1 milhão de toneladas.

A Mineração Rio do Norte (MRN), por seu turno, completava naquele ano a marca de 2 milhões de homens-hora trabalhados sem acidente com afastamento, uma importante conquista da segurança no trabalho, constante preocupação da Vale do Rio Doce. Dois anos mais tarde, a mesma MRN batia recorde de produção de bauxita, superando os 10 milhões de toneladas.

A produção de minério de ferro em Carajás, contudo, continua tendo grande destaque. No ano de 1998, ela bateu novo recorde, atingindo quase 46 milhões de toneladas. Paralelamente, a Estrada de Ferro Carajás batia recorde no transporte de cargas, superando os 50 milhões de toneladas.

Como se pode ver, a Companhia Vale do Rio Doce tem sabido valorizar corretamente a espetacular riqueza mineral contida no subsolo paraense, fazendo os necessários investimentos para extraí-la, beneficiá-la e transportá-la.

Já falamos do minério de ferro, da bauxita, do ouro, do manganês e do caulim. Mas o subsolo paraense guarda ainda outros tesouros. As pesquisas geológicas conduzidas pela Rio Doce Geologia e Mineração S.A. (Docegeo) descobriram importantes jazidas de cobre em Carajás, fazendo com que esse metal adquirisse um papel significativo no contexto da estratégia de crescimento da Vale.

É que a infra-estrutura de logística e de energia elétrica já existente em Carajás representará uma economia significativa para a Companhia Vale do Rio Doce na exploração de cobre em cinco projetos lá localizados. Como explicou o presidente da empresa, Roger Agnelli, em entrevista concedida no último dia 10 em São Paulo, a produção nesses projetos terá um custo de 2 mil e 500 dólares por tonelada, enquanto a média do mercado fica entre 3 mil e 3 mil e 500 dólares por tonelada. Segundo Agnelli, a Vale pode assim “otimizar sinergias”, o que permite “economia muito grande no capital investido”.

A entrevista do presidente da Vale foi publicada na mesma semana em que a empresa anunciou a aquisição da metade que ainda não lhe pertencia do projeto Salobo. Ao custo de 50 milhões e 900 mil dólares, pagos à Anglo American, a Vale tornou-se a única proprietária desse projeto, no qual prevê investimentos da ordem de 502 milhões de dólares. A previsão é de que os estudos técnicos estejam concluídos até o final do corrente ano e a produção se inicie em 2007. De acordo com Roger Agnelli, “Salobo é um projeto de classe mundial”, pois “o minério tem um bom teor de cobre e ouro”.

Como já mencionamos, são cinco os projetos de exploração de cobre da Companhia Vale do Rio Doce em Carajás. O primeiro a entrar em produção será o Projeto Sossego, que irá explorar a mina localizada no igarapé de mesmo nome. Esse projeto já teve seu estudo de viabilidade concluído e, recentemente, tive a honra e a satisfação de participar, na companhia do Presidente Fernando Henrique Cardoso e do Governador Almir Gabriel, da cerimônia de lançamento de sua pedra fundamental.

Os que estivemos presentes a esse evento, pudemos testemunhar um clima de muito otimismo, de muita confiança, na medida em que esse passo inicial dos projetos de cobre da Vale em Carajás marca, com certeza, a abertura de uma era de muito progresso, muito desenvolvimento econômico e social para o Estado do Pará.

O controle integral do Projeto Sossego foi adquirido pela Companhia Vale do Rio Doce no dia 24 de outubro do ano passado. Suas reservas são estimadas em 313 milhões de toneladas de minério de cobre, com conteúdo de cobre de 1,02% e 0,3 gramas de ouro por tonelada. O projeto, de mineração a céu aberto, situa-se entre os mais competitivos da indústria global de mineração de cobre, com custo estimado de investimento de 2 mil e 800 dólares por tonelada de capacidade de produção e custo caixa estimado de produção de concentrado de cobre de aproximadamente 32 centavos de dólar por libra.

A previsão é que o Projeto Sossego comece a produzir cobre e ouro em meados de 2004, com capacidade anual de 140 mil toneladas de cobre fino em concentrado, além de 3 toneladas de ouro. O investimento estimado para Sossego ascende a 383 milhões de dólares.

Os quatro outros projetos de cobre da CVRD em Carajás são denominados 118, Cristalino, Alemão e o já citado Salobo. Todos esses encontram-se na fase dos estudos de pré-viabilidade. A estimativa de produção de cobre do Projeto 118 é de 50 mil toneladas por ano, e a expectativa é de que ele comece a produzir no ano de 2004. O investimento da Vale nesse projeto será da ordem de 70 milhões de dólares. Cristalino tem capacidade de produção anual estimada em 150 mil toneladas de cobre e 2 toneladas e meia de ouro. O início de produção está previsto para 2006 e o investimento chegará a 250 milhões de dólares.

O Projeto Alemão deverá também produzir 150 mil toneladas de cobre a cada ano, mas uma quantidade bem maior de ouro: quase 7 toneladas. Prevê-se que ele entre em operação em 2006, juntamente com Cristalino, a partir de investimento de 368 milhões de dólares. Salobo é o maior dos cinco projetos. Sua produção anual está estimada em 200 mil toneladas de cobre e 8 toneladas de ouro. O investimento para que ele possa entrar em operação no ano de 2007 será, como já mencionamos, de 502 milhões de dólares.

No conjunto desses cinco projetos, a Companhia Vale do Rio Doce estará investindo a considerável soma de 1 bilhão e 573 milhões de dólares, visando à produção de 690 mil toneladas de cobre e mais de 20 toneladas de ouro ao ano. Essa produção corresponde a mais de 5% de todo o cobre atualmente produzido no mundo. Trata-se, evidentemente, de uma corajosa aposta da Vale, que muito significará para o progresso do Pará e do Brasil. Basta dizer que a produção das minas da CVRD em Carajás contribuirá para modificar a situação do Brasil de importador de cobre - a um custo de 310 milhões de dólares no ano 2000 - para exportador líquido, posicionando a Companhia entre os maiores produtores mundiais do metal.

Mas, além dos cinco projetos mencionados, a CVRD está pesquisando cerca de 200 anomalias identificadas por seus geólogos, nas quais há possibilidade de serem descobertas novas jazidas de cobre. A empresa tem também a intenção de realizar investimentos na área de cobre no exterior. O sul do Peru e o Chile são consideradas regiões estratégicas.

Como afirmei anteriormente, uma parcela muito significativa dos negócios da Vale está hoje sediada no Estado do Pará, o que exige constante comunicação, entendimento e cooperação entre a direção da empresa e o Governo do Estado.

Ambos têm demonstrado compreensão dessa necessidade e muita disposição para o diálogo.

Ainda no dia 1º de abril deste ano, a alta direção da Companhia Vale do Rio Doce, encabeçada por seu diretor-presidente, Roger Agnelli, esteve no Palácio dos Despachos, em Belém, expondo ao Governador Almir Gabriel e ao seu secretariado os planos de investimento da companhia no Estado e seus impactos nos Municípios da sua área de influência.

Na oportunidade, a direção de nossa gigante do setor mineral informou ao Governador seu propósito de investir cerca de 5 bilhões de dólares no Estado até o ano de 2005.

Após detalhar os planos para o Projeto Sossego, o presidente Agnelli declarou o objetivo de médio prazo da CVRD de assumir nada menos que um quarto do mercado mundial de cobre. Dos 13 milhões de toneladas de cobre produzidos atualmente no mundo, a Vale pretende ficar com 3 milhões de toneladas. E mercado para a colocação dessa produção não vai faltar. As projeções indicam que o comércio de cobre deverá crescer, no futuro próximo, a uma taxa de 3,5% ao ano, o que corresponderá a 450 mil toneladas adicionais de cobre a cada ano.

Na reunião realizada no Palácio dos Despachos, a direção da Vale também expôs o Plano de Desenvolvimento Sustentável elaborado pela empresa para fornecer subsídios ao Município de Canaã dos Carajás, no sul do Pará, onde está localizada a mina do Sossego.

O intuito da empresa é transformar o Município em modelo de desenvolvimento sustentável, criando condições para o crescimento sócio-ambiental e econômico. Segundo informação de um dos diretores presente, a Vale já investiu, até agora, 125 milhões de dólares no setor de meio ambiente nas áreas onde atua. Os investimentos foram feitos principalmente em saneamento básico nas cidades onde estão os projetos e em pesquisa, neste caso em parceria com o Ibama e a Funai.

No que tange ao Projeto Sossego, em particular, foi lembrado que ele levará o desenvolvimento a Canaã dos Carajás, com a criação de empregos diretos e indiretos, aumento da renda do Município e do Estado, incremento na arrecadação de impostos, além da abertura e pavimentação da estrada que liga Canaã a Parauapebas, da construção de uma linha de transmissão e de investimentos em qualificação de trabalhadores. A melhoria da qualidade de vida na região é um resultado assegurado, a exemplo do que já acontece com o Município de Parauapebas.

A exibição do Plano de Crescimento da CVRD no Estado para os próximos anos evidenciou o propósito de crescimento de 3% ao ano no setor de ferrosos. Esse aumento da produção vai ocorrer em Carajás graças à ampliação do Sistema Norte da CVRD, de 50 milhões de toneladas/ano para 56 milhões de toneladas/ano.

Em Canaã dos Carajás também está localizada a mina de níquel Vermelho, que deverá entrar em operação em cinco anos. Segundo dados da Vale, a utilização do níquel, principalmente na fabricação de aço inoxidável, vem crescendo no mercado.

A reunião realizada entre a direção da Vale e o Governo do Estado do Pará em abril último representou um amadurecimento na relação entre esses dois entes cujos interesses estão intimamente interligados. Como lembrou um Secretário de Estado presente ao encontro, tanto a empresa quanto o Estado precisam crescer, mas o crescimento de ambos depende de um melhor planejamento do desenvolvimento regional nos locais onde a Vale implanta seus projetos.

Encerrando a reunião, o Governador Almir Gabriel frisou ser compreensível que a Vale defenda seus projetos. Segundo ele, a empresa precisa dar uma resposta a seus acionistas, assim como o Governo do Estado tem que dar um retorno à população. O Governador tem a convicção de que é necessário um planejamento cuidadoso, contemplando as áreas social e econômica, nos Municípios onde projetos da Vale estão sediados. Por fim, o Governador Almir Gabriel manifestou seu desejo de que um novo encontro seja realizado em breve para melhor articular o papel de cada um dos entes nesse processo.

O nível de investimento que a Companhia Vale do Rio Doce vem realizando no Estado do Pará é, de fato, extraordinário, não sendo encontradiço em lugar algum do mundo. A repercussão desses investimentos na economia estadual é considerável. Para que se faça uma idéia, basta dizer que, com os próximos investimentos da companhia, o volume de exportações do Estado terá um crescimento de nada menos do que 30% a 35%, além da expressiva geração de novos postos de trabalho.

Ao longo dos seus 60 anos de existência, a Companhia Vale do Rio Doce vem dando uma contribuição inestimável ao progresso do Brasil. Nas últimas três décadas, a empresa vem desenvolvendo uma série de projetos no Estado do Pará que têm revolucionado as bases da economia local.

Todos os brasileiros, e os paraenses em particular, têm muito a agradecer à Companhia Vale do Rio Doce. É muito justa, portanto, a homenagem que o Senado da República lhe presta nesta data.

Era o que tinha a dizer. Muito obrigado!


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/06/2002 - Página 10311