Discurso durante a 76ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

COMEMORAÇÃO DOS 60 ANOS DE CRIAÇÃO DA COMPANHIA VALE DO RIO DOCE - CVRD.

Autor
Paulo Hartung (PSB - Partido Socialista Brasileiro/ES)
Nome completo: Paulo César Hartung Gomes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • COMEMORAÇÃO DOS 60 ANOS DE CRIAÇÃO DA COMPANHIA VALE DO RIO DOCE - CVRD.
Publicação
Publicação no DSF de 05/06/2002 - Página 10325
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, COMPANHIA VALE DO RIO DOCE (CVRD).

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. PAULO HARTUNG (PSB - ES. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, gostaria inicialmente de dizer que eu, o Senador Gerson Camata e, tenho certeza, o povo capixaba subscrevemos o discurso apresentado pelo Senador Ricardo Santos. Os capixabas têm motivos de sobra para comemorar e, ao mesmo tempo, debater os 60 anos da Vale do Rio Doce.

Saúdo o Dr. Antonio Miguel Marques, Presidente em exercício da Vale, assim como os diretores, os técnicos e os profissionais que trabalham na empresa.

Sr. Presidente, quero também saudar o Senador Luiz Otávio, representante do Pará nesta Casa, pela feliz iniciativa desta homenagem, de cujo requerimento também fui signatário.

A Companhia Vale do Rio Doce, a partir da década de 40, exerce não só no Estado do Espírito Santo, mas também no Estado vizinho de Minas Gerais, um papel econômico destacado, e comemorar esses 60 anos de existência faz todo sentido. Foi uma atitude extremamente positiva do Senado.

Saúdo os funcionários da Vale, que, hoje, correspondem a um efetivo de mais de 20 mil pessoas diretamente ligadas à empresa, sem contar os seus inúmeros prestadores de serviço.

Gostaria de citar, ainda, duas personalidades que marcaram a história da empresa. Eliezer Batista, já referido pelo Senador Ricardo Santos, foi uma figura visionária, cujo papel foi de fundamental importância no planejamento e no salto que essa empresa deu a partir da sua percepção de oportunidade no mundo. A outra figura que quero reverenciar é o Dr. Schettino, o último Presidente da Vale estatal, que, posso dizer, foi um grande parceiro da nossa administração à frente da Prefeitura de Vitória. Naquela época, a Vale teve um papel muito importante na relação com a comunidade; foi um parceiro importante no trabalho que consegui exercer para mudar significativamente o padrão e a qualidade de vida da população da cidade de Vitória.

Vou citar, rapidamente, dois marcos importantes na história da Vale. Quando eu era menino, visitei a obra do Porto de Tubarão, acompanhando meu falecido pai, nacionalista de carteirinha, que tinha, durante toda sua vida, defendido essas bandeiras, e que vibrava com aquela construção. O Porto de Tubarão mudou a logística do transporte de minério, refletindo em vários países.

Outro marco é Carajás, que considero um outro momento da Vale, na sua expansão para o Norte. Tive oportunidade de conhecer Carajás também no período em que fui Prefeito de Vitória. Confesso que fiquei absolutamente impressionado com aquela mina a céu aberto, sua dimensão e sua potencialidade.

Acredito que o futuro guarda um importante papel para a Vale do Rio Doce. Como empresa estatal e agência de desenvolvimento, induziu o desenvolvimento e ajudou as comunidades a encontrarem novas possibilidades de crescimento econômico e, conseqüentemente, de geração de renda e de inclusão dos seres humanos no desenvolvimento de nossas comunidades. Acho que a Vale tem um papel muito importante no futuro.

Em relação ao Espírito Santo, o Senador Ricardo Santos já foi muito claro ao expressar que a nossa expectativa em relação a Vale é a mesma que desenvolvemos em relação à Companhia Siderúrgica de Tubarão e a outros grandes projetos econômicos e industriais no Estado do Espírito Santo: a verticalização da sua produção.

O Espírito Santo tem avançado muito na descoberta e na exploração de gás natural. Precisamos agregar valor. Se foi um passo importante a construção e o funcionamento de sete usinas de pelotização, inclusive uma construída no período em que exerci o mandato de Prefeito de Vitória, entendo que a Vale precisa dar um passo à frente. E comemorar 60 anos significa isto: relembrar figuras históricas, valorizar sua mão-de-obra, valorizar os aposentados que deram suas vidas, suas inteligências, suas criatividades pelo crescimento da empresa e, conseqüentemente, pelo crescimento do Brasil e das regiões nas quais está inserida.

A Vale está desafiada a novos passos. E novos passos significam agregação de valores na sua cadeia produtiva, verticalização da sua cadeia produtiva. A possibilidade de a Vale evoluir nessa direção é muito importante. Podemos combinar o gás, o minério de ferro, com a possibilidade de produção, por exemplo, de ferro esponja, no Estado do Espírito Santo.

São esses e outros desafios que a Vale tem pela frente.

Agora, depois de privatizada, a Vale pode evoluir muito. Não temos nenhum preconceito se a Vale era estatal ontem e, hoje, é privada. O que importa para nós, brasileiros, é que ela cumpra o seu papel, cresça, desenvolva-se, invista em novos negócios, expanda as suas atividades, gere empregos, gere riqueza para o País.

Fica aqui a nossa saudação de capixabas e a nossa expectativa, evidentemente, de que a Vale mantenha os investimentos no Espírito Santo, aumente suas atividades, gere novas oportunidades e novos empreendimentos no nosso Estado. Esse é o desafio que colocamos para a Vale para os próximos 30, 60 anos. E que ela cuide muito bem das regiões onde está inserida.

É curioso que, quando Prefeito, eu tenha vivido uma relação positiva com a Vale, que era estatal, e uma relação tumultuada com a CST, que era privada. A CST foi privatizada e montou uma bela relação com a comunidade onde está inserida. A Vale está vivendo os primeiros passos da privatização e o que esperamos é que ela faça parte da vida, do dia-a-dia das comunidades onde trabalha. Que busque o lucro, o que é próprio da vida econômica, mas que busque também a possibilidade de incluir essas regiões no desenvolvimento econômico do País.

Fica aqui a minha saudação rápida, modesta, e, acima de tudo, a subscrição minha e do Senador Gerson Camata ao pronunciamento detalhado que apresentou o Senador Ricardo Santos nesta tarde.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/06/2002 - Página 10325