Discurso durante a 76ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

COMEMORAÇÃO DOS 60 ANOS DE CRIAÇÃO DA COMPANHIA VALE DO RIO DOCE - CVRD.

Autor
Carlos Patrocínio (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/TO)
Nome completo: Carlos do Patrocinio Silveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • COMEMORAÇÃO DOS 60 ANOS DE CRIAÇÃO DA COMPANHIA VALE DO RIO DOCE - CVRD.
Publicação
Publicação no DSF de 05/06/2002 - Página 10326
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, COMPANHIA VALE DO RIO DOCE (CVRD).

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. CARLOS PATROCÍNIO (PTB - TO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, cumprimento todo o corpo dirigente da Companhia Vale do Rio Doce na pessoa do seu Presidente interino, Diretor-Executivo Antônio Miguel Marques.

Muito se tem falado neste plenário sobre propinas, enriquecimento ilícito, comportamento antiético, etc., inclusive na presente data. Considero que o País e a Nação precisam fortalecer sua fé no futuro, a partir de elementos positivos que se uniriam ao longo da nossa História. Nos últimos tempos, o gigante brasileiro, há muito desperto, vem, apesar de tudo, assumindo seu papel no concerto das nações.

Entretanto, nobres Colegas, construir um país com as dimensões territoriais do nosso é trabalho para muito tempo! Por isso, ao participar desta solenidade em homenagem aos 60 anos de frutífera existência da Companhia Vale do Rio Doce, é com muita satisfação que relembro o nome do grande estadista e homem público, fundador do Partido Trabalhista Brasileiro: Getúlio Vargas.

A industrialização no Brasil sofreu um grande impulso a partir de 1940, em conseqüência da política econômica nacionalista e protecionista do Presidente Vargas. Manobrando inteligentemente, Vargas informou, em maio de 1940, ao Departamento de Estado norte-americano, que a empresa alemã Krupp estava disposta a construir uma usina de aço no Brasil. Naquela época, a Alemanha de Hitler já havia iniciado a Segunda Guerra Mundial. A estratégia de Getúlio resultou na oferta de um empréstimo de US$20 milhões, a ser realizado pelo Eximbank.

Com esse empréstimo, foi iniciada a construção da usina de Volta Redonda, criando-se assim a Companhia Siderúrgica Nacional.

A partir de 1942, as relações entre os Presidentes Vargas e Roosevelt se tornaram mais amistosas, e aumentaram os empréstimos do Eximbank; o Governo Federal, então, ampliou os investimentos estatais no plano da infra-estrutura. Em conseqüência, nasceu a Companhia Vale do Rio Doce. Estava garantido o controle da matéria-prima para a indústria pesada brasileira que surgia.

Inicialmente, nobres Colegas, a Vale foi criada com a finalidade de desenvolver a extração de minérios e manganês nas imensas reservas do Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais. No pós-guerra, a implantação da grande siderurgia no Brasil ampliou a importância dessa empresa, que se tornou um elemento crucial também para o abastecimento do crescente mercado interno.

O Quadrilátero Ferrífero compreende uma área de 8.000 km², limitada pelas cidades de Conselheiro Lafayette, Mariana, Sabará e Itabira. Explorando os extensos depósitos dessa microrregião, a Vale do Rio Doce se tornou a maior empresa produtora de minério de ferro do Brasil.

Na década de 70, a Vale divulgou o documento “Amazônia Oriental - Um Projeto Nacional de Exportação”, cujo conteúdo era uma proposta de exploração da área de atuação da Grande Carajás; além da extração mineral, compreende grandes projetos agropecuários e madeireiros. O imenso potencial de Carajás inclui a maior concentração de minério de ferro de alto teor do mundo, além de importantes reservas de alumínio, cobre, manganês, ouro, níquel e estanho.

O Projeto Ferro Carajás, senhores, foi a ponta de lança desse amplo programa. A partir daí, a Vale construiu e opera a Estrada de Ferro Carajás, que liga as regiões produtoras do minério a São Luís do Maranhão, numa distância de 890 Km.

Em julho de 1971, foi criada a Rio Doce Geologia e Mineração S.A., cujo objetivo é atuar na exploração mineral e gerar investimentos para o programa de diversificação da Vale. Desde sua criação, a Docegeo descobriu e avaliou mais de cem depósitos minerais para a Companhia Vale do Rio Doce e suas co-ligadas, obtendo resultados significativos em reservas em caulim, cobre, ouro, manganês, bauxita, níquel, titânio, fosfato e estanho.

Na década de 90, a produção de minério de ferro em Carajás atinge seu recorde, com 45,8 milhões de toneladas. Também a estrada de ferro atinge o máximo no transporte de cargas: 50,1 milhões de toneladas. O lucro da Vale supera R$1 bilhão - o melhor desempenho da história da Companhia, que conta com um efetivo superior a 10 mil empregados.

Ao longo do tempo, a Companhia Vale do Rio Doce estabelece uma série de coligações, compromissos, convênios, participações; desenvolve projetos, recebe diversos prêmios e diversifica sua área de atuação.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o fundador do Partido Trabalhista Brasileiro, provavelmente o Presidente da República mais aceito pelo povo brasileiro - Getúlio Vargas - muito se orgulharia de sua criação: a Companhia Vale do Rio Doce, cujo desempenho é motivo de satisfação para todo cidadão brasileiro.

Superando, porém, os princípios econômicos de produção e lucro, destaca-se o compromisso da Vale com o conceito ecológico de desenvolvimento sustentável. Sua política ambiental define que o respeito ao meio ambiente é um fator fundamental para a competitividade da empresa, devendo ser apropriadamente considerado no desenvolvimento dos seus negócios, projetos, produtos e serviços.

Assim, desde antes do surgimento da determinação legal, a Companhia Vale do Rio Doce vem realizando Estudos de Impacto Ambiental; busca sempre atuar de forma preventiva e corretiva, monitorando os aspectos ecológicos associados às suas atividades, que possam comprometer a qualidade do ar, das águas e do solo. Esse programa contempla, outrossim, ações junto às comunidades indígenas em sua área de atuação, especialmente voltadas para saúde, educação, infra-estrutura e promoção do desenvolvimento.

Por essas realizações, a Vale se constitui, atualmente, na principal parceira privada do Ibama, organizando, de forma ecológica e economicamente sustentável, as atividades de pesquisa científica, exploração de recursos naturais, proteção da biodiversidade e do patrimônio histórico e arqueológico, de educação ambiental, recreação, lazer e turismo entre outras.

Um dos muitos exemplos dessa atuação responsável se encontra no Estado do Tocantins, no Município de Almas, onde a Vale procedeu à exploração de ouro, até o ano 2000, quando a reserva próxima da superfície se esgotou. Paralisadas as atividades, a Companhia vem realizando a recomposição daquele ambiente natural, atividade que emprega, preferencialmente, espécies nativas, utilizando as técnicas de plantio mais adequadas ao local em questão.

A Vale vem operando, satisfatoriamente, um ramal de 200 Km da Estrada de Ferro Carajás, no Estado do Maranhão, ligando o Município de Açailândia ao de Porto Franco, a 715 Km de São Luiz. No ano de 2001, o volume de carga transportada superou 600 mil toneladas.

A população e os empresários do Estado de Tocantins aguardam com interesse que a Valec - empresa coligada à Companhia Vale do Rio Doce - conclua a construção da Ferrovia Norte-Sul. É grande a expectativa, porque a redução dos custos de transporte possibilita o incremento da produção de grãos nos dois Estados - Maranhão e Tocantins --, aumentando a movimentação e o embarque pelo terminal marítimo de Ponta de Madeira, considerado hoje um dos portos mais estratégicos do Brasil e do mundo. A previsão, hoje, é a de que a ferrovia chegue a Colinas, em 2004, e a Couto Magalhães, em 2005.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, muito há que ser dito ainda sobre a importância da Companhia Vale do Rio Doce. Não desejo me alongar, porém, e encerro este pronunciamento com palavras do grande estadista Getúlio Vargas, cuja memória indiretamente reverenciamos hoje e para quem o papel do Governo:

É a própria imagem refletida da Pátria na soma das suas aspirações e no conjunto das suas lealdades. É a emanação do povo e, como tal, o servo da sua vontade, o provedor das suas necessidades, a força humanizada e sensível que preside as relações da sua vida social, no sentido da cooperação e da harmonia das classes e dos interesses.

Parabenizo a Companhia Vale do Rio Doce pelos seus 60 anos de profícuo funcionamento e também a todos aqueles que colaboraram para tanto. A memória do grande Getúlio Vargas está indelevelmente associada a todas essas realizações.

Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/06/2002 - Página 10326