O SR. MAURO MIRANDA (PMDB - GO) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, vivemos em um momento até certo ponto ambivalente no que se refere à situação e às perspectivas da economia nacional. De um lado, constatamos uma estabilidade básica dessa economia, assinalando a correção das medidas implantadas pelo Plano Real, bem como a capacidade de correção de rumos, em face da emergência de novos condicionantes internos ou externos. Não há como negar que nosso sistema econômico-financeiro tem enfrentado galhardamente uma série de crises internacionais, as quais diversos países pagaram um preço excessivamente alto.

Por outro lado, permanecemos em um patamar de crescimento ainda reduzido; nossa capacidade de gerar renda e emprego continua subaproveitada. Faltam alguns fatores - é o que devemos concluir - para que deslanche nosso vasto potencial de desenvolvimento econômico, revertendo em benefícios sociais de que tanto necessitamos.

Constatamos, de qualquer modo, Srªs e Srs. Senadores, que as forças produtivas do País seguem empenhadas em se modernizar e em se tornar mais produtivas e competitivas; e em ocupar os espaços ainda pouco explorados, que se estendem em grandes proporções por este nosso Brasil. 

No que se refere à região Centro-Oeste, sabemos quão grandes são as suas potencialidades; que acumulam condições favoráveis para o desenvolvimento de diversas atividades econômicas; que nosso ritmo de crescimento econômico tem sido elevado nos últimos anos, ou, se quisermos, nas últimas décadas; sabemos, por fim, que a todo momento se abrem novas frentes e novas perspectivas de desenvolvimento nos Estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal. 

Os dados da sondagem industrial regional da Confederação Nacional da Indústria (CNI) vêm mostrar que os empresários do Centro-Oeste permanecem confiantes nas perspectivas de crescimento de suas atividades e dispostos a nelas investir. De acordo com esses dados, os empresários de nossa região apresentaram, no primeiro trimestre de 2002, o índice de confiança mais elevado do País. Esse índice abrange quesitos tais como expectativa de crescimento do setor em que atua, de maior faturamento da própria empresa, de aumento da compra de máterias-primas e de contratação de novos empregados. O empresariado do Centro-Oeste mostrou que seu otimismo, avaliado em 61,8 pontos, é o maior do País, o qual apresentou um índice de confiança médio de 58,9 pontos. De acordo com a metodologia da pesquisa, uma pontuação superior a 50 já revela uma expectativa positiva do empresariado em relação ao futuro.

Uma análise mais detalhada dos dados da pesquisa da CNI leva à conclusão de que a melhoria da taxa de otimismo regional se deveu principalmente às expectativas favoráveis das grandes empresas, que de fato são as que têm obtido melhores resultados. As grandes empresas destacam-se, em nossa região, como dinamizadoras poderosas das atividades econômicas, possibilitando que uma grande quantidade de pequenos negócios se desenvolvam em seu raio de influência.

O menor grau de confiança das pequenas e médias empresas deve ser devidamente considerado, juntamente com medidas que reforcem esse espectro da atividade empresarial na região. Ainda assim, prevalece uma expectativa positiva de nossos pequenos e médios empresários, que acreditam nas amplas possibilidades de desenvolvimento do Centro-Oeste, possibilidades essas que serão mais e melhor realizadas desde que se propiciem os estímulos e condições favoráveis, sobretudo através da conjugação de esforços dos setores público e privado.

            Essa atitude de confiança deve ser, tanto quanto possível, reforçada, para que ela se encontre o mais possível assentada na realidade - e que se estenda do modo mais amplo sobre o conjunto do empresariado nacional.

Eis o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

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