O SR. JEFFERSON PÉRES (PDT - AM. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, eu não pude resistir ao desejo de me pronunciar depois de ouvir a manifestação do ilustre Senador Romero Jucá, que me pareceu jubiloso pela redução do desmatamento na Amazônia, conforme dados noticiados ontem.

Mas, Sr. Presidente, eu não posso partilhar da alegria do Senador Romero Jucá. Saber que, no ano de 2000, 17.000km² da floresta amazônica foram postos abaixo, quase um território de Israel, Sr. Presidente, e soltarmos foguetes por isso! O Brasil não tem um projeto para a Amazônia. Foram 17.000km², a maior parte talvez de mata primária, derrubados no ano passado para serem substituídos por pastagens ou por campos de cultivo de soja, ou seja, o que for.

Sr. Presidente, é preciso que a consciência ecológica ainda esteja muito distante deste País para que isso seja motivo de pronunciamento e júbilo no Senado Federal.

Calcula-se que, no ano passado, em estimativas ainda não confirmadas, mais de 15.000km², Senador Francelino Pereira - um Líbano e meio -, foram postos abaixo, queimados ou derrubados por motosserras, totalizando 600.000km² - duas Itálias -, Senador Ney Suassuna, V. Exª que é de uma Região que sofre pela falta de recursos hídricos e por força de desmatamentos que vêm desde os tempos coloniais e nós, amazônidas, nos rejubilarmos, porque apenas 17 mil quilômetros quadrados foram abatidos? Triste País este! Só posso me rejubilar quando esses desmatamentos estiverem próximos de zero. Antes disso, há motivo de pêsames para o Brasil, que dá um péssimo exemplo para o mundo. Eu, como homem da Amazônia, quero manifestar o meu protesto por continuar esse crime ecológico na minha região. Muito obrigado.

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