Pronunciamento de José Fogaça em 12/06/2002
Discurso durante a 84ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal
Considerações sobre a escolha do Dr. Ciro Gomes como candidato à presidência da República pela Frente Trabalhista, em particular, a respeito de aspectos políticos da aliança no Estado do Rio Grande do Sul.
- Autor
- José Fogaça (PPS - CIDADANIA/RS)
- Nome completo: José Alberto Fogaça de Medeiros
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
POLITICA PARTIDARIA.:
- Considerações sobre a escolha do Dr. Ciro Gomes como candidato à presidência da República pela Frente Trabalhista, em particular, a respeito de aspectos políticos da aliança no Estado do Rio Grande do Sul.
- Publicação
- Publicação no DSF de 13/06/2002 - Página 11597
- Assunto
- Outros > POLITICA PARTIDARIA.
- Indexação
-
- COMENTARIO, CONVENÇÃO NACIONAL, COLIGAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO POPULAR SOCIALISTA (PPS), PARTIDO DEMOCRATICO TRABALHISTA (PDT), PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO (PTB), ESCOLHA, CIRO GOMES, CANDIDATO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA.
- REPUDIO, TENTATIVA, MANIPULAÇÃO, EXCLUSIVIDADE, PRESENÇA, CIRO GOMES, CANDIDATO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, CAMPANHA ELEITORAL, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DEMOCRATICO TRABALHISTA (PDT), ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS).
- ELOGIO, CONDUTA, ROBERTO FREIRE, SENADOR, PRESIDENTE, PARTIDO POLITICO, PARTIDO POPULAR SOCIALISTA (PPS), OPOSIÇÃO, MANIPULAÇÃO, NATUREZA POLITICA.
SENADO FEDERAL SF -
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O SR. JOSÉ FOGAÇA (Bloco/PPS - RS. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, no dia 10, segunda-feira, o PPS, juntamente com a Frente Trabalhista, escolheu como seu candidato à Presidência da República o Dr. Ciro Gomes, que foi Governador do Estado do Ceará, Prefeito de Fortaleza e exerceu com brilhantismo o Ministério da Fazenda. Trata-se de um jovem político brasileiro, de amplas e reconhecidas qualidades cívicas e morais, uma das figuras proeminentes do País de hoje, um homem preparado, que tem, desde que se candidatou na eleição anterior, dedicado esses últimos três anos e meio ao estudo, à formação de convicções, ao aprofundamento crítico, ao conhecimento realmente adensado da realidade nacional.
De modo que, Sr. Presidente, faço este registro consciente de que o meu Partido, o PPS, escolheu o seu melhor e mais qualificado nome para, neste momento, desempenhar o papel de candidato à Presidência da República. De fato, Sr. Presidente, a convenção que escolheu o candidato Ciro Gomes foi conjunta, com a participação dos três partidos que integram a Frente Trabalhista: o meu partido, o PPS; o PDT, presidido pelo Dr. Leonel Brizola, e o PTB do Deputado José Carlos Martinez.
O único registro pesaroso que devo fazer, Sr. Presidente, é o de que nessa convenção tripartite teria surgido, conforme noticiado no meu Estado, a exigência, por parte de uma das lideranças integrantes da Frente Trabalhista, de que o candidato Ciro Gomes, no Estado do Rio Grande do Sul, apenas freqüentasse o palanque eleitoral do candidato de um só partido desses integrantes da Frente Trabalhista, no caso, o PDT, ou seja, o palanque do candidato José Fortunati, um homem de bem e respeitado por nós. Tenho certeza de que ele não participou de qualquer gestão ou ação que pudesse caracterizar esse tipo de pedido, esse tipo de reivindicação. Ele não está envolvido, tenho certeza, nesse tipo de requerimento junto ao candidato à Presidência da República, Ciro Gomes
Não importa também, Sr. Presidente, quem tenha apresentado a Ciro Gomes esse tipo de exigência, esse tipo de condição ou até de condicionamento, ou de esdrúxula e descabida reivindicação.
Na biografia de Ciro Gomes não há uma só linha, uma palavra, sequer uma letra que caracterize menção a um ato de indignidade política e isso seria um ato de pequenez moral. Isso se constituiria um ato de subserviência ética, inaceitável, que não consta, não há registro na notável, diria até, na gloriosa biografia do jovem candidato Ciro Gomes.
Quero dizer que, do ponto de vista do PPS do Rio Grande do Sul, que apresenta o seu candidato, Antonio Brito, só há uma lógica plausível e aceitável quando os partidos que compõem uma frente resolvem, por sua opção, cada um apresentar candidato próprio, o que lhes é de direito e o que é legalmente permitido. Quando dois partidos que formam a base de apoio a um candidato à Presidência da República resolvem apresentar candidatos próprios - o que lhes é de direito, repito -, devem obedecer a uma lógica rigorosa e única.
Só há um palanque à Presidência da República, que é de Ciro Gomes, e nele poderão subir e apoiá-lo todos aqueles candidatos ao Senado, ao Governo do Estado, a Deputado Federal e Estadual que ele, Ciro Gomes, aceitar e admitir. Seria injustificável que Ciro Gomes não admitisse no seu palanque os integrantes do seu próprio partido. Seria, como disse, um ato de indignidade política que não consta, que não tem registro na biografia de Ciro Gomes.
Já tentaram impedir a candidatura de Antonio Brito. Agora, Sr. Presidente, querem impedir que ele seja eleitor! Não só não permitem que Brito seja candidato, mas querem impedi-lo de ser eleitor de Ciro Gomes, ou seja, de apoiá-lo e integrar-se a sua campanha. É um ato absolutamente condenável, injustificável e inaceitável do ponto de vista da história, da ética e da política no Rio Grande do Sul.
Quero dizer a V. Exª, Sr. Presidente, que faço este registro repelindo com veemência, repudiando de forma absolutamente contundente esse tipo de gesto, porque o PPS não irá aceitar esse tipo de conduta, esse tipo de comportamento político, esse tipo de manobra e de manipulação.
Por isso, Sr. Presidente, quero também registrar a atitude digna, louvável, serena, firme e indubitável do Líder do meu Partido, Presidente Nacional, a quem devemos, neste momento, elogiar e manifestar o nosso apreço pela atitude que teve Roberto Freire em também se dizer absolutamente contrário a esse tipo de postulação.
Sr. Presidente, esse era o registro que tinha a fazer.
Agradeço a V. Exª.
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