A SRª HELOÍSA HELENA (Bloco/PT - AL. Para uma comunicação. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, certamente, hoje vai ser um dia rico em debates, pois outros Senadores da base governista irão falar, e, daqui a pouco, após o início da outra sessão, voltaremos a falar porque está em pauta um debate extremamente importante.

Quero dizer que o Senador Romero Jucá não precisa se preocupar, porque, de fato, o Senador Eduardo Suplicy não está em pânico. Absolutamente, não está em pânico. Está apenas, como brasileiro, como patriota, como representante da Oposição, tentando combater a farsa eleitoral, a fraude eleitoral em curso. Setores importantes da base governista estão tentando atribuir a outros a vulnerabilidade econômica causada pela incompetência política do Governo de administrar problemas econômicos graves do nosso País.

Há pessoas que realmente gostam quando o Brasil funciona como uma senzala branca - às vezes, tentam fazer com que o Senado funcione como anexo arquitetônico do Palácio do Planalto -, e há quem queira que o Brasil se posicione como a senzala branca e mansa dos investidores internacionais. Não vi ninguém do Governo, por exemplo, combatendo as declarações do Sr. George Soros. Aliás, essas declarações devem ser combatidas por qualquer país sério que preze o que está na Constituição, Senador Tião Viana. O inciso I da área de política econômica da Constituição trata da soberania nacional. O Sr. George Soros compara os Estados Unidos de hoje à antiga Roma imperial. Em entrevista à Folha de S. Paulo, ele disse que, na Roma antiga, só votavam os romanos e que, no capitalismo global moderno, só os americanos votam. Os brasileiros não votam.

Cristovam Buarque pode até conhecer o Sr. George Soros, mas o PT jamais vai conversar com ele. E, se algum Parlamentar ou alguma liderança política deu essa declaração, isso é uma mentira. O Partido dos Trabalhadores não vai comer na mão do Sr. George Soros. Ele disse, Senador Romeu Tuma, que o capitalismo global se comporta como os antigos imperadores romanos. Por exemplo, se Lula sobe nas pesquisas, eles dizem: desce. Se Serra sobe nas pesquisas, eles dizem: está certo.

Não sei como é que há pessoas que se satisfazem em serem considerados candidatos dos megainvestidores internacionais. Eu gostaria que o candidato José Serra estivesse no plenário. Eu não gostaria de ser respondida por V. Exª, Senador Geraldo Melo, por quem tenho até carinho. Eu gostaria de ser respondida pelo Sr. José Serra, que é um mentiroso, pois está dizendo que um candidato que prega o calote ajuda a aumentar o nervosismo. Esse senhor está mentindo. É bom que ele venha ao plenário para dizer que a jornalista se equivocou, porque está mentindo quando diz há um candidato que prega o calote, atribuindo a Lula esse tipo de comportamento, o que é uma vergonhosa mentira.

Vamos fazer o debate, o grande debate! Vamos trazer o Sr. Armínio Fraga e o Ministro Pedro Malan aqui. Ora, se estão dizendo que o Brasil está à beira do precipício, por que não vêm aqui para, na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal, debater a política econômica? Mas sabem por que eles não vêm? Por oportunismo eleitoral. Se estivessem de fato preocupados com o Brasil, viriam debater o problema econômico na Comissão de Assuntos Econômicos e na Comissão de Fiscalização e Controle. Eles não vêm aqui porque preferem se calar diante do parasitismo internacional, desses investidores do parasitismo. Os investidores do setor produtivo não têm absolutamente nada a temer por parte do PT.

Se o Brasil está à beira do precipício, o Ministro Pedro Malan e o Presidente do Banco Central deveriam vir ao Senado Federal, à Comissão de Assuntos Econômicos. A vulnerabilidade que existe nas contas públicas do nosso País foi criada por eles, pela sua política econômica, pelo déficit gigantesco que existe hoje no Brasil. Por que, então, não vêm aqui discutir a questão econômica, impedindo que o Brasil caia no precipício?

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigada.

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