A SRª EMILIA FERNANDES (Bloco/PT - RS. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o objetivo da nossa comunicação inadiável é também me associar às homenagens que a Embrapa recebe desta Casa no dia de hoje. Registro que estão presentes nesta sessão os funcionários, os técnicos e o Diretor-Presidente da Embrapa. Comunico ainda que recebemos um dos últimos lançamentos da revista AgroC&T, publicação que objetiva manter a sociedade bem informada a respeito dos avanços da pesquisa agropecuária brasileira e a sua contribuição para o desenvolvimento nacional.

Presto, portanto, esta homenagem especial à Embrapa, na pessoa do Diretor-Presidente Alberto Duque Portugal, à Diretoria-Executiva, os Srs. Dante Scolari, José Roberto Rodrigues Peres e Bonifácio Hideyuki Nakasu.

Há 29 anos essa instituição se volta para uma das finalidades mais sensíveis e importantes do desafio que o mundo nos apresenta, que é a ciência e tecnologia. Essa entidade tem se mantido fiel à sua missão, que é exatamente dar visibilidade a soluções para um desenvolvimento sustentável do agronegócio brasileiro, por meio da geração, adaptação e transferência de conhecimentos e tecnologias em benefício da sociedade. Quando elege como prioridade a adoção de mecanismos eficazes para a aceleração do processo de inovação tecnológica, além de contribuir com subsídios na concepção de políticas públicas essenciais para um processo em desenvolvimento, a Embrapa se constitui em um instrumento de política tecnológica hoje que está aí a desafiar não apenas o Brasil, mas o mundo. Não foi por acaso que a Embrapa recebeu o prêmio Ateneu Rotário de 2002, em São Paulo, pelo qual a cumprimento. Esse prêmio foi dedicado à preservação do meio ambiente, e a Embrapa foi escolhida porque prioriza esse tema em suas atividades e projetos de pesquisa.

Há muitas formas de manifestar essa homenagem. Uma delas é reafirmar o nosso compromisso, resgatando aquilo que consideramos prioridade: a política de ação de desenvolvimento da ciência e tecnologia, inclusive para que o País seja respeitado diante do mundo. Associo-me àquele pensamento segundo o qual destinar recursos, valorizar a sua equipe de trabalho, seus funcionários com bons salários, com dignidade e com valorização, acima do que tem sido feito até agora, é uma necessidade e uma prioridade.

Concluo, Sr. Presidente, dizendo que, em relação ao setor privado, é preciso criar condições para tornar atrativo o investimento em ciência e tecnologia. Em relação ao setor público de pesquisa, urge aprofundar a discussão sobre o conceito de que a lógica burocrática administrativa da ciência e tecnologia diferencia-se da lógica do processo que caracteriza o lucro de governo.

Sabemos que hoje a agricultura no Brasil é responsável por 10% do PIB, que o emprego rural hoje gira em torno de aproximadamente 17 milhões de pessoas e que o emprego do agronegócio está em torno de 27 milhões de pessoas. Tudo isso deve ser mantido como prioridade. É também trabalho da Embrapa o crescimento da produção de grãos, a expansão de fronteiras agrícolas, o aumento da produtividade e da qualidade das lavouras.

Assim, o sucesso inquestionável da Embrapa está diretamente ligado à valorização dos seus cientistas, dos seus técnicos, dos seus funcionários, em todos níveis. O Brasil precisa reverter a atual visão do abandono da pesquisa da ciência e tecnologia, que se expressa na intransigência e no descaso com que vem tratando a universidade pública brasileira. O fortalecimento de uma instituição como a Embrapa é fundamental para sustentar um projeto de desenvolvimento nacional com soberania, geração de empregos e especialmente que assegure a produção de alimentos suficientes para enfrentar a fome.

Os nossos cumprimentos à Embrapa pela sua trajetória, pela sua vida, pela sua resistência e pela qualidade do espaço que coloca o Brasil no que tem feito e pelo que ainda deverá ter.

Resgato aqui três considerações feitas hoje no Congresso Nacional por quem acredito que vai ser o futuro presidente do Brasil a partir do ano que vem. Lula afirmou hoje, na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, que há três formas de um país ser respeitado: pela sua capacidade estratégica de ver e de apostar na ciência e na tecnologia, pela sua capacidade de política, como política militar, e pelo seu potencial econômico. Então, o Brasil, se puder, que aposte nos três, mas, se tiver que fazer uma escolha, que faça, sem dúvida, na ciência e tecnologia, como um despertar para os novos horizontes e os novos desafios.

Cumprimentos à Embrapa.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

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