O SR. CHICO SARTORI (Bloco/PSDB - RO. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho à tribuna desta Casa, na manhã de hoje, para falar da satisfação de participar do aprendizado político que esta Casa me proporcionou nestes primeiros cem dias de convívio fraterno, em que as convergências e divergências navegam dentro de um harmonioso respeito entre os nossos caríssimos companheiros Senadores.

Confesso que estou, a cada dia, conseguindo entender com mais profundidade o que, na verdade, representa o Congresso Nacional para a democracia brasileira.

O clima de respeito e a irmandade que nos unem durante as nossas ações parlamentares nos faz amadurecer a alma na busca do entendimento e da verdade, quando os mais variados e importantes temas nos conclamam para a responsabilidade do debate livre e democrático com o objetivo de decidir o presente e o futuro da nossa sociedade.

Este momento, Sr. Presidente, considero extremamente rico para a nossa democracia. Imbuído da função de Senador da República, como representante do Estado de Rondônia Congresso Nacional, tenho nestas últimas semanas, percorrido os diferentes Municípios do meu Estado, com os meus companheiros dos Diretórios municipais do PSDB, a visitar os nossos Prefeitos e Vereadores, independentemente de cor partidária, em busca do oxigênio necessário para abastecer a minha ação neste Parlamento. Tenho, Sr. Presidente, sentido, em cada um dos meus companheiros, o ímpeto de esperança pelo futuro do nosso Brasil.

As grandes e importantes reformas, paulatinamente, vêm acontecendo, no momento em que o Brasil passa por um processo de transformações jamais visto em direção à modernidade e em busca da verdadeira estabilidade da vida democrática.

A estabilidade da nossa moeda tem impulsionado a melhoria da renda dos brasileiros, fortalecendo a expansão da nossa economia, e, por conseguinte, assistimos à diminuição dos índices da pobreza e da miséria que tanto têm preocupado a classe política brasileira.

O nosso País, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é considerado o quinto mais populoso do mundo e aumentou sua população, nas três últimas décadas, em 80 milhões de habitantes. Essa explosão demográfica de forma descontrolada tem estimulado a violência, o desemprego e outras mazelas que o atual e o futuro Governos haverão de administrar.

Quero afirmar, Sr. Presidente, em bom tom e alta voz, que o Governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso vem, de forma incansável, tratando esse problema para amenizar as desigualdades sociais existentes no País. Esse legado, Srªs e Srs. Senadores, considero a contribuição mais importante que a era FHC passa para o seu próximo sucessor administrar.

Mas, Sr. Presidente, aproveito esta oportunidade, ao usar desta tribuna na presença do seleto Plenário e, de coração, tecer alguns comentários sobre importantes eventos ocorridos neste final de semana, durante a minha estadia aqui em Brasília, por ocasião das Convenções Nacionais do PSDB e do PMDB, que consagraram a grande aliança política para as próximas eleições presidenciais.

Partidos que, desde 1995, caminham juntos na sustentação do processo de estabilidade econômica e das grandes transformações das áreas econômicas e sociais. Partidos que se sentem responsáveis pelos avanços conseguidos a milhões de agricultores através de projetos de economia familiar, no sentido de obterem os juros mais baixos da história do País, destinados ao plantio de suas safras e de terem recursos a fundo perdido para infra-estrutura, tudo dentro de um processo democrático, descentralizado, comandado por comitês locais em cada Município. Partidos que se sentem responsáveis pelo enorme processo de reforma agrária instalado neste País - onde centenas e milhares de brasileiros, já cultivando as suas terras, possam se orgulhar, pela primeira vez nas suas vidas, de estarem fora da exclusão social. Partidos que contribuíram e que continuam a contribuir, efetivamente, para o Brasil conseguir que 97% de suas crianças estejam freqüentando as escolas do ensino fundamental e que reduzida fosse a taxa de mortalidade infantil, numa atuação corajosa e competente do ex-Ministro de Estado da Saúde José Serra - aliás, o Brasil foi o País que mais reduziu a mortalidade infantil nos últimos dez anos. Partidos que proporcionaram uma parceria ao Governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso nos momentos bons e difíceis e que, a partir de janeiro do próximo ano, irão governar o futuro do nosso País, com o Presidente José Serra e com a nossa valorosa Deputada Rita Camata na Vice-Presidência da República.

As cartas estão colocadas sobre a mesa. O nosso companheiro José Serra é o candidato da nossa coligação à Presidência da República. O PMDB lançou o nome da Deputada Rita Camata, que foi consagrada pela Convenção do seu Partido, com ampla maioria dos votos, para ser a candidata a Vice-Presidente da República.

A Convenção que escolheu o nome da Deputada Rita Camata foi realizada de forma ampla e democrática. É verdade que, em alguns momentos, foi tumultuada em razão da presença de facções, acontecimentos normais dentro dos Partidos democráticos.

Como tucano, fundador do PSDB nacional e regional do meu Estado de Rondônia, inclusive seu Vice-Presidente, e hoje Senador da República por aquele Estado, estou contente com o resultado das referidas convenções. Tenho a certeza de que o Brasil, para continuar no rumo certo, manter-se no caminho seguro e imune às tempestades que vêm das políticas econômicas de países vizinhos e do populismo irresponsável, o que não é fácil numa economia globalizada, continuará a manter a proposta da estabilidade do Plano Real, e não poderemos admitir a destruição desse projeto para começar tudo de novo.

Não vamos destruí-la para começar do zero. Não vamos fazer a política de terra arrasada para adotar propostas que ninguém conhece. Vamos garantir, sim, um rumo certo e seguro, avançar na área social, combater as desigualdades e lutar contra a exclusão social.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, tenho muito orgulho de ser um brasileiro, de ser do PSDB, de ser Senador da República e de representar o Estado de Rondônia no Congresso Nacional. Orgulho-me de viver com toda a minha família no Brasil. Aqui respiro aliviado cada vez que assisto aos noticiários da imprensa internacional sobre os países vizinhos.

O Brasil, Sr. Presidente, graças a Deus, tem responsabilidade fiscal, tem estabilidade econômica, tem rumo, tem políticas sociais, está avançando nas políticas rurais e urbanas, está investindo, como nunca, nos ensinos fundamental e superior, tem propostas que visam reduzir a discriminação e as desigualdades entre os mais pobres e os mais ricos, principalmente na questão racial.

No meu Estado de Rondônia, Sr. Presidente, vamos caminhar juntos com o PMDB, vamos seguir a orientação segura dos nossos companheiros do Diretório Nacional do PSDB, sob a Liderança firme do nosso Presidente José Anibal, esse valoroso rondoniense de Guajará-Mirim, hoje Deputado Federal pelo Estado de São Paulo, que tanto tem orgulhado essa seleta legião de companheiros que formam o nosso PSDB.

Mas, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, chegou a hora do embate democrático. Os Partidos com a suas coligações irão apresentar os seus candidatos com os seus mais diversificados programas para que o povo possa fazer o seu julgamento livre e consciente daquilo que de melhor possa ser para a nossa sociedade.

Conheço de perto o companheiro José Serra, hoje como colega de Bancada no Senado Federal e ontem como Deputado Federal, ex-Ministro do Planejamento e da Saúde, sem esquecer a sua participação no cenário da política estudantil à frente da Presidência da União Nacional dos Estudantes, UNE, na sagrada missão de combate ao regime militar em defesa da democracia.

Não quero desmerecer os demais candidatos, mas acredito no Brasil, porque sinto que o seu crescimento é conseqüência da era FHC. Acredito no Brasil por não ter nenhuma dúvida da competência, seriedade, honestidade e honradez do nosso companheiro José Serra, que, a partir de janeiro do ano vindouro, honrará o legado deixado pelo nosso Presidente Fernando Henrique Cardoso em busca da consolidação das idéias da socialdemocracia rumo à modernidade do nosso País.

No próximo dia 30 de junho, o nosso PSDB no Estado de Rondônia fará realizar a sua convenção regional para a homologação da Coligação PSDB/PMDB/PPB. Haveremos de buscar o entendimento da boa política na sua mais profunda significação como “arte de harmonizar as diferentes idéias e pensamentos”.

Nesse dia, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, irei colocar o meu nome à disposição dos meus companheiros convencionais do meu Partido, como seu fundador, ex-Presidente por inúmeras vezes do seu Diretório Municipal da cidade de Vilhena, como atual Vice-Presidente do nosso Diretório Regional, como atual Senador da República, mandato conquistado de forma inédita por intermédio de uma luta judicial que durou sete longos anos, emoldurada por lágrimas de tristeza, conseqüência de equívocos e injustiças, mas também de alegria, provenientes da emoção do julgamento justo daqueles que, desprovidos da maldade, ousaram praticar o direito fazendo a verdadeira justiça. Graças a Deus e aos valorosos companheiros, com a nossa insistência e perseverança conseguimos conquistar esta cadeira no Senado Federal, e a cada dia procuro honrá-la em nome do povo de Rondônia.

Felizmente, enganaram-se os pessimistas. Vencemos aquela terrível batalha, haveremos de vencer a próxima, e o meu nome será colocado à disposição dos meus companheiros convencionais para concorrer a uma vaga no Senado pelo nosso PSDB e pela coligação. Dessa vez, Sr. Presidente, espero a lealdade de alguns que de certa forma trabalharam para que Chico Sartori não chegasse ao Senado Federal.

Vou à Convenção do meu Partido de espírito desarmado para pleitear o direito de continuar a servir ao meu Estado de Rondônia, ao meu Partido, ao meu País, com dedicação, seriedade, honestidade e, sobretudo, com alto espírito de brasilidade que sempre tem norteado a minha vida.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. Muito obrigado.

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