Discurso durante a 92ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Necessidade de todas as nações assinarem o Protocolo de Kyoto, documento que propõe medidas drásticas em favor da preservação ambiental da terra.

Autor
Eduardo Siqueira Campos (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/TO)
Nome completo: José Eduardo Siqueira Campos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DO MEIO AMBIENTE.:
  • Necessidade de todas as nações assinarem o Protocolo de Kyoto, documento que propõe medidas drásticas em favor da preservação ambiental da terra.
Publicação
Publicação no DSF de 21/06/2002 - Página 12894
Assunto
Outros > POLITICA DO MEIO AMBIENTE.
Indexação
  • COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL DE BRASILIA, DISTRITO FEDERAL (DF), DENUNCIA, AUMENTO, POPULAÇÃO, DESMATAMENTO, ALTERAÇÃO, CLIMA, TOXICIDADE, LIXO, AMEAÇA, VIDA, PLANETA TERRA.
  • REGISTRO, DIVULGAÇÃO, RELATORIO, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU), DIMENSÃO, CRISE, ECOLOGIA.
  • SOLICITAÇÃO, ASSINATURA, AMBITO INTERNACIONAL, PROTOCOLO, AUXILIO, PRESERVAÇÃO, MEIO AMBIENTE, MUNDO.

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O SR. EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS (Bloco/PSDB - TO) - Sr.Presidente, Srªs e Srs. Senadores, não é de agora que as questões relacionadas ao meio ambiente afligem não apenas meu pensamento, mas também a alma de todos os indivíduos deste planeta. Neste exato momento, gostaria de chamar a atenção de todos para o problema do aquecimento global, sobre cujos males o Jornal de Brasília dissertou criticamente há bem pouco tempo atrás, em um longo e interessante artigo. Nele, o jornal denuncia, corajosamente, que a superpopulação, o desmatamento, o lixo tóxico e o efeito estufa, tudo isso agrava, em muito, as condições de sobrevivência da Terra nos próximos anos.

A acusação é séria e merece uma reflexão mais cuidadosa por parte de todos os setores da sociedade. Já há alguns anos, cientistas do mundo inteiro têm alertado para o perigo crescente do desrespeito às regras básicas da preservação do meio ambiente. Enquanto isso, dirigentes políticos e diplomatas ainda hesitam em tomar decisões mais austeras contra os efeitos nocivos das mudanças climáticas. Como é sabido, tais mudanças exercem efeito drástico e trágico sobre as espécies vegetais e animais de nosso ecossistema.

Consciente do perigo que nos ronda, a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou, no último mês de maio, um estrondoso relatório, dimensionando a extensão da crise ecológica e humanitária que progressivamente nos aterroriza. Estruturado em mapas regionais, o documento reitera que, apesar das configurações multifacetadas, os problemas ecológicos se espalham igualmente pelo planeta, uniformizando, até certa medida, uma série de pontos.

No que tange à questão do aquecimento global em curso, os deslocamentos das espécies para as regiões menos quentes constituem suas principais conseqüências até o momento. Da linha do Equador para os pólos, das baixas altitudes para as mais altas, todo esse movimento tem adquirido uma velocidade maior nos últimos anos, transformando violentamente as condições de reprodução dos ambientes naturais. Por exemplo, observa-se, com maior freqüência, o surgimento tanto de acasalamentos extemporâneos quanto posturas de ovos fora de época em diversas espécies de altas latitudes.

Em que pesem as considerações históricas sobre a reincidência do efeito estufa na Terra, a migração atual relacionada a esse fenômeno pode levar a uma redução drástica da biodiversidade mundial. Isso se explica porque, a despeito da lenta visibilidade dos danosos efeitos, não há como nos furtarmos ao fato de que a maioria das espécies encontra-se, hoje, circunscrita às reservas e aos parques, cuja localização se vê mergulhada nas redes intrincadas da urbanidade, entre estradas, indústrias e sofisticados complexos agropecuários. Evidentemente, isso causa profundas mudanças nas paisagens e nas relações entre as espécies.

Especialistas norte-americanos do Centro de Ciências Aplicadas à Biodiversidade, sediado em Washington, já estabeleceram novas estratégias para combater os males do aquecimento global. Como ilustração, vale mencionar que os Estados Unidos decidiram por adotar a formação de corredores biológicos, com o propósito de evitar prováveis ondas maciças de extinção das espécies. A bem da verdade, a aplicação dessas estratégias extrapola o território norte-americano, tendo sido detectada sua ação em ecossistemas mais críticos, como é o caso da Mata Atlântica no Brasil.

Em suma, a situação ecológica no planeta Terra tem adquirido patamares alarmantes, comprometendo a sobrevivência saudável de nossos filhos e netos. Contra isso, governos do mundo inteiro estão sendo instados a prestar colaboração máxima e acelerada, para evitar a ocorrência de um mal maior. Nesse sentido, todas as nações devem apor sua assinatura ao Protocolo de Kyoto - documento internacional que propõe medidas drásticas em favor da preservação ambiental da Terra -, para cujo êxito deve ser urgentemente endossado por toda a população mundial.

Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/06/2002 - Página 12894