Pronunciamento de Eduardo Siqueira Campos em 26/06/2002
Discurso durante a 96ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
ANALISE DAS INFORMAÇÕES RESULTANTES DA PESQUISA ANUAL DE SERVIÇOS, REALIZADA PELO IBGE.
- Autor
- Eduardo Siqueira Campos (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/TO)
- Nome completo: José Eduardo Siqueira Campos
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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TELECOMUNICAÇÃO.:
- ANALISE DAS INFORMAÇÕES RESULTANTES DA PESQUISA ANUAL DE SERVIÇOS, REALIZADA PELO IBGE.
- Publicação
- Publicação no DSF de 27/06/2002 - Página 13619
- Assunto
- Outros > TELECOMUNICAÇÃO.
- Indexação
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- APRESENTAÇÃO, DADOS, PESQUISA, INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE), SERVIÇO, ANALISE, CRESCIMENTO, SERVIÇO DE INFORMAÇÕES, SERVIÇO DE COMUNICAÇÕES, COMENTARIO, IMPORTANCIA, DETERMINAÇÃO, CONJUNTURA ECONOMICA, AMBITO INTERNACIONAL, ALTERAÇÃO, ECONOMIA.
O SR. EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS (Bloco/PSDB - TO) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, há poucos dias foram divulgadas pelo IBGE as primeiras informações resultantes da Pesquisa Anual de Serviços, realizada por aquele instituto, relativa ao exercício de 2000. Trata-se de dados que julgo de fundamental importância para a análise da conjuntura brasileira.
A Pesquisa Anual de Serviços, cuja série iniciou-se em 1998, é uma das pesquisas de caráter estrutural do IBGE, respondendo, em substituição aos censos econômicos e ao lado da Pesquisa Industrial Anual, da Pesquisa Anual do Comércio e da Pesquisa Anual da Indústria da Construção, pelas informações necessárias à caracterização da estrutura produtiva dos diversos segmentos das atividades de serviços mercantis não-financeiros.
O levantamento citado representa um valioso sistema de informações, que permite a elaboração de estimativas de valor adicionado, emprego e salários, por atividade e por unidade da Federação, possibilitando a identificação da estrutura básica destas atividades no País, sua distribuição espacial e o acompanhamento de suas transformações no tempo.
A pesquisa relativa a 2000 mostrou, em termos globais, um crescimento dos segmentos investigados de 9,7%, comparando-se com 1999, em termos de pessoal ocupado, tendo sido criados mais de quinhentos mil novos postos de trabalho, ao tempo que a receita operacional líquida aumentou 17,7% em termos nominais. Por outro lado, houve um decréscimo de 5,9% na remuneração média.
Um ponto foi focalizado de forma privilegiada em 2000, a dimensão do chamado "setor informacional", representado pelas empresas de serviços que atuam nos segmentos intensivos em informação, uma vez que essas empresas apresentam importância crescente na estrutura econômica dos países desenvolvidos e estão no centro das profundas transformações produtivas verificadas na economia.
O dinamismo das novas tecnologias de informação e comunicação tem propiciado a rápida expansão de novos serviços, ampliando os domínios de conhecimento científico e gerando profundas alterações nos padrões produtivos, culturais e de consumo.
A constituição de uma nova infra-estrutura de telecomunicações, com a telefonia celular, TV a cabo, satélite, Internet e outras, a difusão da informatização e o uso das novas tecnologias na área de comunicações estão na base do que se convencionou chamar de "nova economia".
A estreita integração entre o setor de telecomunicações, de comunicação de massa e informática agrupa setores distintos e atrela os serviços de produção de informações, entretenimento e transmissão de voz, som, imagem e dados mediados por computadores a um mercado comum.
Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a “nova economia” nacional faturou, em 2000, setenta e quatro bilhões de reais, o que, por si só, já demonstra a pujança de seus setores componentes e a relevância de sua permanente avaliação. Respondendo por 70% desse total, as telecomunicações são, sem dúvida, o carro-chefe, empregando mais de cem mil pessoas e com uma renda média de 14,4 salários mínimos.
A alta qualidade tecnológica dos serviços da “nova economia” resultou num faturamento médio de três milhões de reais, por empresa pesquisada, contrapondo-se ao faturamento médio de trezentos e trinta mil reais, levantado para a média geral do setor nacional de serviços não-financeiros.
Interessante observação, captada na pesquisa, é de que, em 2000, a relevância dos serviços de Internet representaram menos de 2% da nova economia.
Srªs e Srs. Senadores, a “nova economia”, também chamada a “economia da informação”, responde por cerca de 7% do PIB nacional, congregando cerca de vinte e cinco mil empresas e trezentos e cinqüenta mil empregos diretos, e vem se constituindo no segmento de maior crescimento desde o final da década passada, sendo prevista a continuidade de seu crescimento nos anos atuais e futuros.
A intensa influência do segmento em nossa vida cotidiana nos remete seguramente à maior responsabilidade na condução dos padrões qualitativos que devem reger essas atividades, representando, assim, um novo e profundo desafio ao Congresso Nacional, a quem cabe legislar sobre as regras de comportamento das mesmas.
Fica, pois, de minha parte, o alerta para que estejamos, cada vez mais, atentos ao desenrolar dos novos passos dos setores de comunicações, de informática, de lazer e entretenimento, e outros correlatos, para que a sociedade brasileira esteja permanentemente segura de que os padrões econômicos, culturais e éticos que devem pautar a prestação de tais serviços estejam garantidos e, principalmente, compatíveis com o maior benefício possível para todos os brasileiros.
Muito obrigado.