Pronunciamento de Heloísa Helena em 01/08/2002
Discurso durante a 99ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal
Insatisfação com o uso eleitoral dos programas da bolsa escola e renda familiar.
- Autor
- Heloísa Helena (PT - Partido dos Trabalhadores/AL)
- Nome completo: Heloísa Helena Lima de Moraes Carvalho
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
ELEIÇÕES.:
- Insatisfação com o uso eleitoral dos programas da bolsa escola e renda familiar.
- Publicação
- Publicação no DSF de 02/08/2002 - Página 14829
- Assunto
- Outros > ELEIÇÕES.
- Indexação
-
- REPUDIO, ATUAÇÃO, POLITICO, UTILIZAÇÃO, PROGRAMA, POLITICA SOCIAL, INCENTIVO, EDUCAÇÃO, GARANTIA, RENDA MINIMA, REALIZAÇÃO, CAMPANHA ELEITORAL, FALSIDADE, INFORMAÇÃO, RISCOS, EXTINÇÃO, BENEFICIO, POSSIBILIDADE, PARTIDO POLITICO, OPOSIÇÃO, VITORIA, ELEIÇÕES.
SENADO FEDERAL SF -
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A SRª HELOÍSA HELENA (Bloco/PT - AL. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, vou fazer apenas um breve apelo, diante de algumas questões que temos observado no processo eleitoral e reclamações recebidas de vários lugares do Brasil, não apenas de Alagoas.
É do conhecimento de todos que as chamadas políticas compensatórias, ou seja, bolsa-renda, bolsa-escola, vale-gás, embora não tenham um grande significado do ponto de vista da construção de uma nação soberana, justa e igualitária, em muitos momentos, significam a única opção para garantir que mulheres, homens e famílias pobres deste País tenham as condições mínimas de sobrevivência; porque ninguém vive com isso.
Como se não bastasse todo o processo de manipulação política na entrega dessas chamadas políticas compensatórias, em vários lugares do Brasil e de Alagoas, o povo chegava cedinho, humildemente, tentando pegar aquilo que significava a única condição de sobrevivência para a sua família e não podia ser atendido -- ainda que estivesse lá a Caixa Econômica Federal e todos os órgãos que operacionalizam essas políticas compensatórias -- porque tinha que chegar o palanque político, o prefeito, o vereador, o deputado, o senador ou o governador, enfim, as ilustres personalidades políticas. O povo podia ficar lá de seis horas da manhã até duas horas da tarde. Depois, os políticos chegavam com suas barrigas fartas dos churrascos feitos nas fazendas da redondeza para começarem a fazer a manipulação política da chamada distribuição das políticas compensatórias.
Como se isso não bastasse, para aprofundar a vigarice política e o banditismo eleitoral, os candidatos divulgam que qualquer candidatura da oposição aos governos estaduais, à Presidência da República ou em relação a qualquer um outro cargo, significa que as políticas compensatórias vão acabar. O terrorismo eleitoral, a vigarice política, o banditismo que está sendo feito em vários lugares deste País é inadmissível, porque se aproveitam da dor, do sofrimento e da angústia de um pai de família - que muitas vezes vêem na bolsa-escola e na bolsa-renda a única possibilidade de alimentar seus filhos - dizendo que, em qualquer lugar em que a Oposição for vencedora, não poderão contar com mais nenhum desses mecanismos para contribuir para o sustento de suas famílias.
Primeiro, informo ao eleitor que a vigarice política e o banditismo eleitoral não servirão, independentemente do futuro governo, até porque a própria população conseguiu essas conquistas por meio da legislação e da pressão, em função de muitas políticas feitas para atenuar tensões sociais no nosso País, portanto, essas políticas não acabarão. Entretanto, precisamos acabar com a vigarice política e o banditismo eleitoral, porque é inadmissível se apropriar da dor e da angústia de pais e mães de família utilizando esse tipo de terrorismo: afirmar que os programas bolsa-escola, vale-gás e outros acabarão se a Oposição ganhar os governos ou a Presidência da República.
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