Discurso durante a 104ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenageia o dia do Maçom.

Autor
Edison Lobão (PFL - Partido da Frente Liberal/MA)
Nome completo: Edison Lobão
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenageia o dia do Maçom.
Publicação
Publicação no DSF de 21/08/2002 - Página 15636
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA, MAÇONARIA, IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, DEFESA, LIBERDADE, IGUALDADE, JUSTIÇA, SOCIEDADE.

O SR. EDISON LOBÃO (PFL - MA) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, desde os tempos imemoriais em que o homem tomou consciência da sua existência, iniciou-se com ele a grande indagação filosófica: de onde veio, para onde vai após sua morte, e por que está na Terra?

Os homens esclarecidos logo tiveram a intuição, que se confirma a cada dia, de que estão no mundo para cumprir u’a missão. E nos cabe desempenhá-la da melhor maneira possível, pensando não somente em nós mesmos, mas na humanidade.

Muitos são, infelizmente, aqueles que não conseguem desempenhar bem a sua missão, ou por deficiências de caráter ou por lhes faltarem a orientação sadia.

A maçonaria passou a existir, como princípio, no instante em que o primeiro homem convenceu e orientou outros homens a disseminarem pelo mundo os conceitos de amor e justiça como os pontos culminantes a serem atingidos pela humanidade.

Isto é a Maçonaria: o núcleo de uma irmandade que, aprimorando-se moral e intelectualmente - e aprofundando a percepção do seu próprio Ser Interior -, busca a construção de uma sociedade justa, na qual prevaleçam a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade.

Tais princípios vêm atravessando os séculos como a tríade mais sonhada pela humanidade. É a aspiração dos estadistas, das sociedades esclarecidas e justas, e das religiões em geral. Sem liberdade, o homem não pode usufruir por inteiro a igualdade e a fraternidade se porventura estas lhe forem concedidas; e, inexistindo a fraternidade entre os homens, o sonho da igualdade e da liberdade se frustraria em ambientes contaminados pelo egoísmo, pela inveja e pelo ódio.

Foi sob a influência de tal sabedoria e espírito público, legada pelas mais puras personalidades do passado, que se criou, há 180 anos, o Grande Oriente do Brasil, fonte dos inumeráveis benefícios já prestados ao nosso País.

O que pretende a Maçonaria senão buscar a fraternidade entre os homens, a começar pelos seus integrantes, numa sociedade livre e justa?

E é notável que a Maçonaria tenha surgido, nos seus primórdios, não de uma elite de pensadores e filósofos então afamados, mas provavelmente de homens simples e bons, até o advento das Confrarias de Construtores Medievais, que parece terem dado estrutura organizacional à Maçonaria.

A eles ocorreu a inspiração que veio do Alto. Como se lhes fosse conferida a missão de fazerem multiplicar pelo mundo os princípios capazes de assegurarem, para a humanidade, a paz e a felicidade jamais atingidas por outros atalhos.

Curiosa a oposição que, no passado, se fez à Maçonaria. Talvez porque aos déspotas não agradassem princípios como o da liberdade, igualdade e fraternidade, que feriam seus interesses; talvez também porque os rituais da Maçonaria fossem recebidos como u’a ameaça religiosa.

O fato é que as principais personalidades mundiais abraçaram a Maçonaria como a bandeira que desfraldaram em vida. Seria fastidioso repetir-lhe os nomes. No Brasil, não houve no passado e não há no presente um só movimento em prol da harmonia social que não encontre em sua vanguarda os adeptos da Maçonaria. Também seria alongar demais estas minhas palavras citar os nossos patrícios famosos que lideraram os movimentos maçons. Mas ressalto José Bonifácio de Andrada e Silva e o Visconde do Rio Branco - ambos de alta hierarquia no Grande Oriente do Brasil - como as primeiras pedras que estruturaram entre nós a catedral da Maçonaria. Foram - eles e tantos outros - nomes que ilustram as páginas da nossa História, aos quais se juntam os tantos maçons que, no presente, mantêm acesa a chama do humanitarismo.

Na luta pela nossa Independência; pela abolição da escravatura no Brasil; pela instauração da República; no auxílio às vítimas das guerras; nos movimentos contra as ditaduras e pela redemocratização - em todas essas ações pontificaram as personalidades maçônicas.

O ideal da liberdade, igualdade e fraternidade ainda não se efetivou em sua inteireza, pois falha é a natureza humana. Contudo, vê-se a cada dia que se cristaliza o avanço das suas conquistas. Não há no mundo um só político que deixe de propagá-lo. Mesmo que por tantas razões socioeconômicas não possa realizá-lo, colabora para que se enraíze na consciência dos homens e das mulheres a busca incessante de um mundo mais justo.

Comemorar-se os 180 anos da Maçonaria brasileira, portanto, é o momento adequado para que, entre os que integram as Lojas, se renovem as forças que propaguem seus ideais.

O Senado, com muita honra e prazer, participa dessas comemorações, almejando o continuado sucesso das lutas travadas pelo Grande Oriente do Brasil.

Era o que eu tinha a dizer.

Obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/08/2002 - Página 15636