O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PSDB - RR) - Agradeço à Senadora Marina Silva e registro, inicialmente, que, por enquanto, não estamos cobrando nada, até porque o Presidente Lula ainda não assumiu.

Teremos, aí sim, uma postura diferente da do PT ou de sua maioria com o Presidente Fernando Henrique. Não iremos agir da forma como o PT, ou parte do PT - V. Ex.ª é uma exceção no processo - agiu neste plenário e no plenário da Câmara. Não faremos isso.

V. Ex.ª lembrou bem: as urnas falaram. O resultado da eleição foi insofismável. O Governo Fernando Henrique fez muito, mas, na avaliação do povo brasileiro, não fez o necessário para continuar na mesma linha; foi colocada uma outra linha de mudança.

Teríamos duas posturas a adotar: ou ser oposição radical, atrapalhar, com a nossa maioria ou com a nossa eventual maioria, o andamento das precondições para que o Governo possa funcionar, como parte do PT fez - aliás, no passado -, ou a outra opção, que foi a opção decidida e tomada, primeiramente, pelo Presidente Fernando Henrique, durante o período eleitoral e, posteriormente, de implementar essa transição. Portanto, é um exemplo, repito, que será ou terá que ser seguido, no futuro, por qualquer Partido.

A sociedade brasileira, graças a Deus, tem amadurecido muito - a eleição foi um amadurecimento, devemos reconhecer - e tem aprendido que este é o caminho da democracia. E o Presidente Fernando Henrique Cardoso exerce um papel importante nesse processo, assim como exerceu o ex-Presidente José Sarney, anteriormente, ao implantá-lo.

O Brasil avançou muito, nos últimos 12, 15 anos. E vamos continuar avançando. Nossa postura será mais útil na oposição. Mas na oposição responsável, propositiva, colaborativa, a fim de que o Partido dos Trabalhadores e os Partido aliados possam ter um contraponto. Toda unanimidade é ruim. Então, é importante que haja segmentos da sociedade cobrando, repensando, mas ajudando. E estamos começando a ajudar, repito. Como Líder do Governo, no Congresso Nacional e na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização, da qual sou Membro, votarei em todas as propostas que o PT fizer - todas; se o reajuste salarial for de 72%, vamos aprovar; se o salário mínimo for de R$400,00, como sugere o projeto do Deputado Paulo Paim, vamos aprovar; se for menos, vamos discutir e vamos aprovar também. Não criaremos nenhum óbice, nenhum problema.

Lembrando Carlos Drummond de Andrade, a quem homenageamos hoje pelo seu centenário de nascimento, não colocaremos nenhuma pedra no caminho para que o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha de chutá-la. Vamos, sim, ao contrário, colaborar, participar, discutir e, no momento certo, cobrar. Também não se pode começar um governo cobrando, até porque existe um tempo de maturação e de implementação. Mas podem ter certeza o PT e o Presidente Lula, a quem quero parabenizar, reconhecendo a sua vitória e desejando felicidades a S. Exª e a sua Equipe, que estaremos vigilantes, atuantes e colaborativos nos assuntos que forem importantes para o País.

Muito obrigado.