Discurso durante a 122ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Satisfação com o posicionamento do PMDB em relação ao governo do Presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Autor
Ney Suassuna (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PB)
Nome completo: Ney Robinson Suassuna
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA PARTIDARIA.:
  • Satisfação com o posicionamento do PMDB em relação ao governo do Presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Publicação
Publicação no DSF de 07/11/2002 - Página 19838
Assunto
Outros > POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, DECISÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), REUNIÃO, LIDERANÇA, CANDIDATO ELEITO, GOVERNADOR, POSIÇÃO, APOIO, GOVERNO, SUCESSÃO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, BENEFICIO, INTERESSE NACIONAL.
  • NECESSIDADE, APOIO, REFORMA TRIBUTARIA, REFORMA POLITICA, PREVIDENCIA SOCIAL, REITERAÇÃO, INDEPENDENCIA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), DEBATE, PROBLEMAS BRASILEIROS.

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, estou ocupando a tribuna para saudar o meu partido, o PMDB, pela posição cautelosa e firme que adotou, ontem, em uma reunião realizada com todas as Lideranças, principalmente com os cinco Governadores eleitos, quando decidiu abrir uma discussão e tomar posição no sentido de permitir que o próximo governo tenha apoiamento para a governabilidade.

Isso mostra o bom-senso que o Partido está tendo. Embora não conheça as propostas do próximo governo, o País é de todos nós, e, dessa maneira, temos de permitir a governabilidade.

Creio que esta vai ser, mais ou menos, a tônica desta Casa. Todos nós, independentemente de partido, devemos apoiar as medidas necessárias, principalmente as reformas tributária, política, do Judiciário e da Previdência, as quais almejamos. Tenho certeza de que nenhum parlamentar desta ou da outra Casa se furtará a votar aquelas medidas que realmente tragam a modernidade e também o progresso.

Hoje vi, com tristeza, que, no conjunto das nações, caímos mais uma posição. Passamos a ser a 12º economia do mundo. Já ocupamos a 8ª posição. Temos caído exatamente porque o nosso arcabouço legislativo não é moderno o suficiente para enfrentar o mundo globalizado.

Sei que o Presidente eleito vai enfrentar problemas e vai precisar desta Casa. Ele mesmo veio aqui numa surpreendente visita, que mostrou o quanto está interessado no diálogo com o Congresso e na construção de um novo pacto social. Quarenta e oito horas após a sua eleição, aqui estava o Presidente eleito exatamente dizendo do interesse em manter esse diálogo.

Sei que ele terá problemas sérios a enfrentar, como a reforma do Judiciário, que acabei de citar. O novo Governo também enfrentará a reforma da Previdência, que hoje tem um déficit de aproximadamente R$60 bilhões. Sei que também urge a reforma fiscal, tributária. Além disso, temos propostas que estão tramitando nesta Casa, como, por exemplo, a da independência do Banco Central, que foi regulamentada desde 1994, como previsto na Constituição, permitindo que o Banco Central tivesse essa independência. Todos esses problemas são urgentes, são emergenciais. Muitos deles são amarras, âncoras que não permitem o avanço do Brasil; pelo contrário, estão freando o curso da nossa Nação nesse caminhar da economia.

É óbvio que não podemos mais ficar esperando. O México e a Espanha já nos passaram.

Ontem, o meu Partido, o PMDB, tomou uma decisão importante: o apoiamento ao próximo governo com vistas à governabilidade. Ao mesmo tempo, contudo, vai adotar uma postura propositiva em relação às reformas, e vai apoiar aquelas que forem importantes para esse avanço brasileiro.

Então, ocupo a tribuna, Sr. Presidente, em um breve discurso, apenas para saudar o nosso Partido, o PMDB, e dizer que nós, peemedebistas, continuamos com o mesmo espírito de independência, mas também de brasilidade, preocupados com a governabilidade, não querendo nunca fazer o que já foi feito algumas vezes na política brasileira: a oposição sistemática. Não! Nós, do PMDB, não faremos uma oposição sistemática; pelo contrário, vamos apoiar tudo o que seja possível, mas sempre ponderando, discutindo e tratando de forma institucional. Não queremos agir isoladamente, tudo faremos de forma institucional.

Considero um avanço, um gesto de prudência, mas, ao mesmo tempo, de boa vontade e de confiança. Assim como todos os brasileiros, estamos com muita esperança, muita confiança, mas com a prudência de debater cada problema.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/11/2002 - Página 19838