Pronunciamento de Moreira Mendes em 12/11/2002
Discurso durante a 126ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
HOMENAGEM A REDE AMAZONICA DE RADIO E TELEVISÃO PELOS 30 ANOS DE SUA FUNDAÇÃO.
- Autor
- Moreira Mendes (PFL - Partido da Frente Liberal/RO)
- Nome completo: Rubens Moreira Mendes Filho
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
HOMENAGEM.:
- HOMENAGEM A REDE AMAZONICA DE RADIO E TELEVISÃO PELOS 30 ANOS DE SUA FUNDAÇÃO.
- Publicação
- Publicação no DSF de 13/11/2002 - Página 21070
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
-
- HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, REDE DE TELECOMUNICAÇÕES, ESTADO DO AMAZONAS (AM), REGISTRO, HISTORIA, IMPLANTAÇÃO, EMISSORA, REGIÃO AMAZONICA.
- REGISTRO, IMPORTANCIA, EMPRESA DE RADIO E TELEVISÃO, BENEFICIO, POPULAÇÃO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
- CONGRATULAÇÕES, FUNDADOR, PRESIDENTE, DIRETOR, SUPERINTENDENTE, JORNALISTA, FUNCIONARIOS, EMPRESA DE RADIO E TELEVISÃO, REGIÃO AMAZONICA.
O SR. MOREIRA MENDES (PFL - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, nesta tarde, desta tribuna, quero fazer uma merecida homenagem a um órgão de comunicação que nasceu no Estado do Amazonas, mais precisamente na cidade de Manaus, mas que congrega rádio e televisão por praticamente toda a Amazônia. Refiro-me à Rede Amazônica de Rádio e Televisão que, recentemente, completou trinta anos de existência.
A sua história começou, mais precisamente, em julho de 1969, quando os jornalistas Phelippe Daou e Milton Cordeiro, juntamente com os empresários Joaquim Margarido e Robert Phelippe Daou, constituíram a Rádio TV do Amazonas Ltda., para explorar o serviço de radiodifusão de sons e imagens. A outorga do canal ocorreu no ano de 1970, com prazo de dois anos para a implantação da emissora.
A partir de então, de posse dos projetos técnicos, a equipe decidiu-se pela construção de duas unidades, sendo uma o parque exibidor, na Avenida Carvalho Leal, onde funciona atualmente a Fundação Rede Amazônica, e a outra o parque transmissor, na Estrada do Aleixo, onde funciona atualmente a sede da TV Amazonas.
Os equipamentos utilizados no início da emissora eram câmeras, telecine, ilha de edição e transmissor adquiridos da RCA Corporations. Com essa estrutura, portanto, a TV Amazonas passa a ser a primeira emissora de televisão do Brasil integralmente projetada para operar em cores.
No início de agosto de 1972, o sinal do canal 5 foi ao ar, em caráter experimental e, pela primeira vez, no dia 1º de setembro daquele mesmo ano, às 19 horas, a TV Amazonas era inaugurada oficialmente.
A partir de 1973, a TV Amazonas passou a ser afiliada da Rede Bandeirantes e a transmitir a programação desta emissora. Mas era com a programação local e com promoções de eventos como Dia das Mães, Chegada do Papai Noel, Páscoa e outros, que a TV Amazonas firmava sua participação junto à comunidade, ao mesmo tempo em que conquistava a audiência do público local.
Portanto, Srªs e Srs. Senadores, após a implantação da TV Amazonas, foram montadas, no período de setembro de 1974 a janeiro de 1975, quatro novas emissoras, sendo uma delas em Porto Velho, capital do meu Estado, Rondônia. Sr. Presidente, quero aqui dar o meu testemunho a respeito desse fato, porque me lembro perfeitamente quando o nosso canal 4 foi instalado em Porto Velho. Na seqüência, instalaram-se emissoras em Boa Vista (RR), Rio Branco (AC) e em Macapá (AP). Paralelamente a isso, foram construídas dezenas de retransmissoras em localidades no interior da região, atingindo as fronteiras dos países vizinhos: República da Guiana, Venezuela, Colômbia, Peru e Bolívia.
Sr. Presidente, uma vez mais, quero dar o meu testemunho a respeito da quantidade de retransmissoras instaladas por todo o interior do Estado de Rondônia.
Como não havia satélite ou canalização terrestre para a distribuição do sinal, à época, foram instaladas retransmissoras, não-instantâneas, o que fez com que a Rede Amazônica introduzisse, no Brasil, os aparelhos de videocassete no formato U-matic, então, recém-lançados pela Sony no mercado internacional. A utilização do sistema, na verdade, tornou viável a implantação da Rede e exigiu a organização de um Departamento de Tráfego, encarregado de suprir as emissoras e retransmissoras de reprogramação em fitas. Eram, portanto, manipuladas cerca de 6.000 (seis mil) fitas de vídeo - isso, hoje, seria praticamente inacreditável.
Daí, a partir de 1983, as emissoras de Porto Velho, Rio Branco, Boa Vista e Macapá passaram a ser afiliadas da Rede Globo, o que veio a ocorrer com a TV Amazonas em 1986.
A partir de então, com a programação unificada, a Rede Amazônica de Televisão passou a utilizar o canal exclusivo do Satélite BrasilSat, que possibilitou a transmissão para as emissoras e retransmissoras da Rede e recepção de programas produzidos em Manaus e, em 1990, foi implantada a Sucursal de Brasília, que tantos e bons serviços tem prestado, sobretudo aos Parlamentares dos Estados da Amazônia, destinada a fazer a cobertura jornalística e dos assuntos políticos e econômicos de interesse da região.
Com a necessidade de maiores condições e suporte para a atividade principal de radiodifusão, a Rede Amazônica desenvolveu duas novas atividades. A primeira, exercida por intermédio da Amazonas Energia Solar Ltda., que consiste na autorização de energia solar para a produção de energia elétrica. A atividade teve origem a partir da necessidade de implantar retransmissoras em localidades interioranas com precária rede elétrica ou aonde essa rede não chegava para a instalação da retransmissora. A segunda atividade, ligada diretamente à Rede Amazônica, é o conhecido Studio 5, em Manaus, um empreendimento voltado para a realização de shows, feiras e exposições, com capacidade para sete mil pessoas. Uma estrutura que confere ao Studio 5 o título de maior empreendimento do Norte do País.
A Rede Amazônica de Rádio e Televisão registra, hoje, 800 empregados nas várias categorias profissionais, destacando-se entre eles jornalistas, radialistas, engenheiros, técnicos, pessoal administrativo, motoristas, técnicos em marketing, designers, artistas e tantos outros.
A Rede Amazônica informatizou todos os seus setores, tanto na sua sede, em Manaus, como nas outras afiliadas e Sucursal de Brasília, abrangendo, portanto, toda a Região Norte, com exceção dos Estados do Pará e Tocantins, por meio de suas respectivas capitais: Manaus: TV Amazonas; Porto Velho: TV Rondônia; Boa Vista: TV Roraima; Macapá: TV Amapá e, Rio Branco: TV Acre.
A Rede Amazônica possui ainda cinco geradoras, cinco estações em UHF, oito mini-geradoras (com telejornal local), 202 retransmissoras - sendo 94 no Amazonas, 32 no Acre, 17 no Amapá, 39 em Rondônia e 20 em Roraima -, além do Canal Temático Amazon Sat, sintonizável por UHF nas capitais da Amazônia Ocidental e Amapá, e antenas parabólicas espalhadas por todo o Território Nacional e países vizinhos.
Srªs e Srs. Senadores, a Rede Amazônica, a cada dia, mostra a sua grandeza e a sua força, expandindo-se e mordernizando-se, e, atenta aos avanços tecnológicos, adquire equipamentos para transmissão e recepção via satélite visando a atender a todas as suas emissoras de televisão, e possibilitando a transmissão instantânea de imagens para qualquer lugar da região. A fibra óptica é o seu mais recente investimento. Interliga pontos estratégicos da cidade de Manaus, garantindo qualidade e instantaneidade nos seus informativos.
Finalmente, mantendo-se na vanguarda, a Rede Amazônica de Rádio e Televisão entra na era digital, substituindo todo seu equipamento analógico de captação, edição e exibição existente em Manaus, Porto Velho, Boa Vista, Rio Branco, Macapá e na Sucursal de Brasília, tornando-se uma das mais modernas empresas de mídia, comunicação e entretenimento do País.
Em Brasília, a sucursal conta com três equipes de reportagens, compostas por jornalistas profissionais, oriundos dos Estados em que atuam.
Permanentemente, os repórteres e cinegrafistas participam de treinamentos propiciados pela TV Globo e pela CNN.
É parceira da CNN World Report, que consiste em treinar, anualmente, repórteres em Atlanta e enviar notícias da Amazônia para mais de 180 Países.
Seguindo o lema de cobrir os assuntos amazônicos, a Rede Amazônica já participou de várias coberturas internacionais, tendo ocorrido a primeira em 1997, de Bonn - Alemanha, cobrindo a reunião do PPG-7, com envio diário de material jornalístico via satélite. Também cobriu a abertura da 50ª Sessão da ONU, em Nova Iorque, quando o Presidente do Brasil abordou o tema Meio Ambiente; a Semana da Amazônia, realizada em 1998, no World Trade Center, em Nova Iorque; e, na Venezuela, cobriu, em várias oportunidades, desde os entendimentos iniciais e até a inauguração do sistema de fornecimento de energia de Gury para o Estado de Roraima. Cobriu, mais recentemente, a Rio+10, realizada de 26 de agosto a 4 de setembro deste ano em Joanesburgo, África do Sul.
Participou da transformação dos Territórios Federais de Rondônia, de Roraima e do Amapá em Estados.
É defensora das causas amazônicas, especialmente dos projetos que visam ao bem estar da população cabocla, como a Zona Franca de Manaus, o Sivam, a extração de gás de Urucu, etc.
Não posso deixar de enfatizar aqui a importância do Amazonsat para os meios de comunicação da região Norte de nosso País, especialmente para a Rede Amazônica de Rádio e Televisão. Esse canal de satélite que a Rede Amazônica contratou da Embratel há mais de 10 anos para operar o Amazonsat foi o instrumento que rompeu o isolamento em que vivia a Amazônia e a integrou ao sistema nacional de satélite. Esse canal é dedicado às notícias da região e ao debate de seus problemas por autoridades municipais, estaduais e federais e pelo público em geral.
O Amazonsat é a voz e a cara da Amazônia. Na região, o seu sinal é aberto, transmitido por estações autorizadas pelo Ministério das Comunicações e, no restante do País e nas fronteiras dos países limítrofes, pode ser captado por quem possuir sistema de recepção por antena parabólica.
O Amazonsat é um serviço dos mais relevantes, sobretudo depois que a Radiobrás, por medida de contenção de despesas, deixou de operar televisão na Amazônia. Não fosse ele, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a região provavelmente ainda estaria na escuridão, sem ter conhecimento das notícias e dos fatos. O Programa Brasilsat realizado pelo Governo Federal teve como um dos fundamentos a necessidade de integrar a Amazônia ao resto do País e ao mundo, pela comunicação.
A região amazônica estava, portanto, distante de tudo e sem saber o que acontecia no Brasil e no resto do mundo. Porém, a Rede Amazônica e o Amazonsat, hoje presentes em todos os rincões amazônicos, constituem-se uma das maiores conquistas para toda a população amazônica.
Vale lembrar que, durante muitos anos, a Amazônia apenas recebia informações de fora, via satélite, de modo que as notícias não repercutiam fora de seus limites devido ao atraso e, às vezes, chegavam requentadas às grandes redes sulinas.
Foi a Rede Amazônica que quebrou esse silêncio secular. Montou nas capitais dos Estados onde opera sistemas de acessamento ao satélite e, graças a eles, os noticiários e os cursos regulares e profissionais passaram a chegar rapidamente a qualquer parte da região, do País e do exterior. Além do que sistemas de up-link, portáteis, completam o seu grande trabalho de comunicação instantânea.
Para finalizar, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, devemos reconhecer que tudo isso se deve ao espírito empreendedor, dinâmico, empresarial e, sobretudo, determinado desse grande brasileiro, desse grande amazônida, o Dr. Phelippe Daou, fundador e atual Presidente da Rede Amazônica de Rádio e Televisão, a quem, neste momento, rendo as minhas homenagens, e sem o qual, provavelmente, a história seria bem diferente. Quero, portanto, parabenizá-lo por sua atitude de fazer que a região Norte do Brasil ficasse mais perto dos brasileiros e do mundo.
Parabenizo igualmente o Superintendente de Jornalismo, Milton de Magalhães Cordeiro; o Diretor Administrativo, Aluísio Daou; o Diretor Técnico, Nivelle Daou Jr.; e o Diretor da Sucursal Brasília, meu particular amigo, Raimundo Farias Moreira, pelo belíssimo trabalho que fazem. E na pessoa dele, Sr. Presidente, quero homenagear todos os outros 800 funcionários da Rede Amazônica de Rádio e Televisão, que fazem com que a nossa Amazônia seja conhecida em todo o mundo.
Era o que tinha a registrar neste momento, Sr. Presidente.