Discurso durante a 135ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

HOMENAGEM A SOCIEDADE BRASILEIRA DE ANGIOLOGIA E CIRURGIA VASCULAR PELOS 50 ANOS DE SUA FUNDAÇÃO.

Autor
Lindberg Cury (PFL - Partido da Frente Liberal/DF)
Nome completo: Lindberg Aziz Cury
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM A SOCIEDADE BRASILEIRA DE ANGIOLOGIA E CIRURGIA VASCULAR PELOS 50 ANOS DE SUA FUNDAÇÃO.
Publicação
Publicação no DSF de 27/11/2002 - Página 22672
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, SOCIEDADE, CARDIOLOGIA, ELOGIO, IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, MELHORIA, QUALIDADE DE VIDA, POPULAÇÃO.

O SR. LINDBERG CURY (PFL - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ocupo hoje esta tribuna para prestar uma homenagem aos profissionais que cuidam, principalmente, de órgãos essenciais à vida: as artérias, as veias e os vasos linfáticos do corpo humano. Neste mês de novembro, comemoram-se os 50 anos de fundação da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.

As doenças de fundo circulatório tiveram a sua origem com o aparecimento do homem sobre a Terra. Com exceção do infarto do miocárdio, que acomete clinicamente os animais, as demais doenças relacionadas com a circulação sangüínea/linfática têm sido um apanágio do homem.

A angiologia tem seu início como ciência e arte quando os estudiosos das patologias cardiocirculatórias chegaram à conclusão de que era tarefa extremamente difícil e de pouca exeqüibilidade prática abarcar sob a mesma égide “cardiovascular” as doenças que acometiam a circulação venosa, arterial e linfática.

Dentro desse contexto, Sr. Presidente, foi estabelecido que era necessário haver uma dicotomia entre as doenças cardiovasculares, as quais seriam subordinadas à Cardiologia, e as demais enfermidades circulatórias, que seriam subordinadas à nova ciência denominada de “Angiologia”. O conceito médico da época não estabelecia diferenciação entre as doenças cardiovasculares e a angiologia. Hoje, a ciência moderna coloca em evidência um dos ramos mais importantes, que é a Angiologia.

A Angiologia, portanto, tem sua esfera de ação nas doenças de fundo circulatório, procurando, ainda de modo arbitrário, excluir-se daquelas que envolvem o coração, estando sob sua égide as enfermidades que acometem as artérias, veias e os linfáticos.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, há meio século, surgia, em São Paulo, o embrião da Sociedade Brasileira de Angiologia. Mas, desde o final do século XIX, já havia, no Brasil, os primeiros relatos de casos na área de cirurgia vascular, como a ligadura do aneurisma da aorta abdominal, realizada pelo médico pioneiro Cândido Borges Monteiro.

Mas, somente em 1936, coube ao Professor Alípio Corrêa Neto a fundação do grupo de Moléstias Vasculares, na Universidade de São Paulo. Em 1942, na Europa, o médico Fernando Martorel sugeriu a criação de uma Sociedade Internacional de Angiologia. E, em 1951, ele fundou a Sociedade, realizando o Primeiro Congresso Internacional em Lisboa, Portugal.

No Brasil, muitos médicos já se dedicavam ao estudo de doenças cardiovasculares. E coube ao Professor Mário Degni fundar a Sociedade Brasileira de Angiologia, no dia 1º de novembro de 1952, na sede da Associação Paulista de Medicina. Desta reunião participaram 36 médicos ou seus representantes. O objetivo da entidade era propiciar e intensificar o estudo da angiologia e promover o intercâmbio das instituições nacionais e estrangeiras.

Estava criada a Sociedade Brasileira de Angiologia. A primeira regional da entidade foi criada em 22 de abril de 1953, em Belo Horizonte. A segunda foi a Regional do Distrito Federal, na época o Rio de Janeiro, em 13 de maio de 1953.

A realização de congressos nacionais e internacionais servia de pretexto para que membros de todo o País se reunissem visando não apenas a confraternização, mas a divulgação de estudos e pesquisas nessa área. Um dos exemplos foi o I Congresso Brasileiro de Angiologia, realizado em Belo Horizonte, em 1953, em conjunto com o X Congresso Brasileiro de Cardiologia. Podemos observar que, até então, nos idos de 1953, havia uma ligação estreita entre a Cardiologia e a Angiologia. A partir daí, pelo aumento dos casos que apareciam, estabeleceu-se um diferencial e o conseqüente crescimento do setor da Angiologia.

A Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular é uma sociedade médica sem fins lucrativos, que tem como objetivo congregar angiologistas e cirurgiões vasculares, a fim de desenvolver e aprimorar a pesquisa, a prática e o ensino dessas especialidades, bem como promover a defesa profissional dessas categorias.

Nos últimos anos, as doenças das artérias têm sido motivo de muito estudo por parte dos pesquisadores. A arteriosclerose, nas suas diversas formas e localizações, tem sido a prima-dona dentro desse contexto. A Angiologia tem assumido um papel importante, como ciência e arte, na vanguarda das pesquisas inerentes à circulação, o que tem se traduzido em melhora no tratamento dessas enfermidades e, como conseqüência, em melhoria da qualidade de vida dos povos.

Sr. Presidente, quero aqui homenagear algumas figuras ilustres da área médica, que muito têm contribuído com pesquisas e estudos que ajudam a salvar vidas humanas. A começar pelos presidentes que estiveram à frente da Sociedade Brasileira de Angiologia, desde a sua fundação. Peço permissão para, de público, citá-los. São os médicos Mário Degni (o primeiro presidente), Sydney Arruda, Arthur Mickelberg, Arthur Domingos Pinto, Rubens Carlos Mayall - médico influente que tive oportunidade de conhecer há alguns anos -, Dario de Faria Tavares, Romero Marques, Fernando Luís Duque, Luís Carlos Ely, Márcio J. de Castro e Silva, Osvaldo Cirslurdo, Georges Cordeiro, Celso Figueroa, Emil Burihan, Dirceu Falcão, Carlos José de Brito, Eimar Delly Júnior, Antônio Carlos Simi, Merisa Garrido, Francisco Humberto Maffei, Bonno Van Belle, Reinaldo José Galo, José Fernando Macedo, Marial Elisabeth Rennó de Castro e o atual presidente, Dr. Márcio Leal de Meirelles, cuja presença no plenário do Senado muito nos honra. Peço a S. Sª que se levante para que seja identificado e tenha a presença registrada nos Anais da Casa.

(Palmas.)

Também destaco os profissionais que coordenam a Regional do Distrito Federal dessa entidade na figura do seu presidente Marco Antônio da Silva Magalhães, que também nos honra com a sua presença, e dos médicos Múcio Lopes da Fonseca, Marcos Vinícius da Silva Amorim, Hércules Cúrcio Neto, Fernanda Fontenelle Cabral Machado, Antônio Elias Arbex, Elias Bittar - meu cunhado, que muito me honra com a sua presença -, Hermano Alves Araújo e Lúcio Flávio de Carvalho Firmino.

Peço desculpas à Sociedade se, ao citar nomes, me esqueci de alguém. São 50 anos de fundação da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, e o tempo é escasso para citar todos os que se destacaram nessa área, em todo o Brasil, e que vêm salvando vidas com suas habilidades.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é notório que a medicina teve uma evolução muito grande. Até a década de 50, a tuberculose eliminava um grande número de pessoas. O Brasil e o mundo sofriam com essa enfermidade, e não havia, até então, medicamentos capazes de eliminá-la. Era muito comum morrer de tuberculose. Hoje, a doença está praticamente erradicada no nosso País.

A medicina teve uma evolução muito grande com a informática, com a Internet, e qualquer um pode acessar informações sobre qualquer assunto, sobre todas as especialidades, aumentando a qualidade de vida das pessoas. Antigamente, dizia-se que um cidadão, aos 40 anos de idade, estava no fim da vida. Hoje, temos até atletas com essa idade. As vacinas, os transplantes, a medicação, enfim, a evolução da ciência gradualmente vem contribuindo para a longevidade humana. Hoje é muito comum pessoas com mais de 90 anos de idade; pessoas com sessenta, setenta anos, participantes, atuantes, com vigor físico, o que não ocorria há algumas décadas.

Sr. Presidente, citarei um fato que me causou admiração: um cientista americano informou categoricamente que, dentro de dez anos, será muito comum pessoas com mais de 100 anos e, em 2020, será possível se chegar aos 120 anos de idade. A evolução da medicina, em particular da angiologia, tem contribuído intensamente para isso.

Portanto, hoje, quando se comemoram os 50 anos da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, quero, da tribuna desta Casa, transmitir os nossos cumprimentos a todos os seus membros.

Sr. Presidente, era esse o registro que eu gostaria de fazer.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/11/2002 - Página 22672