O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PSDB - RR) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, discutimos aqui, não faz muito, a necessidade de expansão dos investimentos em energia renovável, de sorte a garantir o seu uso mais intensivo e a evitar maiores agressões ao meio ambiente.

Restou induvidoso que a escolha e maior utilização dessa fonte energética são as mais recomendadas, também por demonstrarem que as atividades econômicas ambientalmente sustentáveis já promoveram a criação de cerca de 14 milhões de empregos, em todo o mundo, notadamente na área de energia eólica.

Em abono desse posicionamento, a União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), que reúne algo em torno de uma centena de empresas produtoras de açúcar e de álcool, acaba de divulgar mensagem na qual defende a importância do crescimento da produção de álcool combustível, além de bagaço de cana, como fontes geradoras de energia elétrica.

Por iniciativa de seu Conselho Deliberativo, mensagem da Unica revela que o Estado de São Paulo reúne a produção de 60% de todo o açúcar nacional, mediante o emprego de moderna tecnologia e de métodos avançados de gestão. Assim, é responsável pela geração de 61% da produção de álcool e da conseqüente economia de divisas, estimada em cerca de US$1,8 bilhão, anualmente.

A produção de energia, quer como alimento, quer como combustível e provedor de eletricidade, a partir da queima do bagaço de cana, emprega, no campo e nas usinas, cerca de 400 mil pessoas, ou 40% de todo o emprego rural daquele Estado, diretamente.

A Unica tem, como se vê, o compromisso de defender a produção de energia limpa e renovável. Esse é o caso do álcool combustível, ou etanol, que é conhecido como um produto limpo e renovável, dessa forma contribuindo para diminuir a poluição do ar, reduzindo substancialmente o seu impacto sobre a saúde pública.

Em nosso País, a utilização do álcool, ainda que em grande escala, demonstra menor emissão de poluentes pela frota de veículos, reduzindo substancialmente os efeitos danosos do monóxido de carbono, de óxidos de enxofre e de compostos orgânicos tóxicos, como o benzeno, o chumbo e seus derivados.

Acrescenta a Unica, procedentemente, que o álcool anidro era empregado como aditivo à gasolina brasileira nos anos 30. Tempos depois, ante a necessidade de o País alcançar a autonomia energética, foram desenvolvidos o Programa Nacional do Álcool e o pioneiro carro a empregar esse tipo de combustível, resultando todo o processo numa capacidade instalada para a produção de 16 bilhões de litros de álcool, anualmente, o que equivale a 84 milhões de barris de petróleo, no mesmo período.

Nos dias correntes, são produzidos 10,4 bilhões de litros do produto, a cada ano, enquanto aproximadamente 3 milhões de veículos consomem não mais do que 4,9 bilhões de litros/ano de álcool hidratado. Ainda assim, nos últimos 22 anos, o País obteve, com a substituição de 200 mil barris de gasolina por dia pelo álcool, uma economia de US$1,8 bilhão.

Estamos concluindo, Srªs e Srs. Senadores, o nosso pronunciamento, com o elogio à atuação da Unica e dos seus representados, acrescentando que são inúmeros os benefícios da utilização do álcool como combustível automotivo.

Quanto à saúde dos brasileiros, é indispensável frisar que, se a frota nacional de veículos cresce 5% cada ano, aumentando o consumo em 300 milhões de litros, a utilização do álcool sem dúvida reduz o efeito estufa, retirando do ar que respiramos cerca de um milhão de toneladas de gás carbônico, altamente tóxico para o homem.

Era o que tínhamos a dizer.