O SR. OSMAR DIAS (PDT - PR. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srª^s e Srs. Senadores, na semana passada, houve, neste plenário, alguns discursos de despedida, como o dos Senadores Paulo Souto, Bernardo Cabral e José Alencar.

Não me manifestarei para despedir-me, porque estarei no Senado no próximo ano. Porém, registro uma posição que me parece justa: agradeço a uma pessoa que teve, durante os oito anos do meu mandato, uma postura de absoluto respeito e de absoluta conduta ética comigo. Estou falando do meu atual suplente Pedro Seleme.

Acredito ser justo o meu agradecimento, porque exerci o meu mandato durante todo o tempo sem licenciar-me, e ele soube entender que, como eu havia sido eleito Senador da República, era meu dever estar aqui cumprindo o meu mandato integralmente. Tenho por princípio que, quando nos elegemos Senadores da República, temos o dever, a não ser por motivo de força maior, de desempenhar a nossa missão no Senado e cumprirmos nosso mandato integralmente.

Foi o que procurei fazer e apresentei muitos projetos e emendas - algumas aprovadas, muitas não. Mas o importante, Sr. Presidente, é reafirmar que, na política, vale muito essa postura de lealdade que teve o empresário paranaense Pedro Seleme.

Evidentemente, rezo para que todos aqueles que assumam uma suplência de Senador possam ter a mesma conduta de respeito ao mandato conquistado nas urnas e de absoluta postura ética, compreendendo que essa incumbência pertence mesmo ao titular. O suplente deve comportar-se de forma elegante e educada, aguardando, numa eventualidade, assumir o mandato e entendendo que, se o momento não surgir, o titular deve cumprir sua missão até o fim.

Assim o fiz em meu primeiro mandato e pretendo agir do mesmo modo agora, a não ser que haja um motivo muito forte para que eu, num dia, me licencie do Senado, não cumprindo o próximo mandato integralmente.

Obviamente, esse agradecimento ao empresário Pedro Seleme tem uma razão. Não terei outra oportunidade de registrar minha gratidão, porque entraremos em recesso no fim desta semana e meu atual mandato termina no final de janeiro. Mas posso dizer, Sr. Presidente, que tive a honra de ter como meu suplente o Sr. Pedro Seleme, empresário honrado, pessoa digna, coerente, de respeito e de uma postura ética inquestionável. Foi para mim, portanto, uma grande honra poder contar com ele na minha chapa. Tenho certeza de que se eu, um dia, tivesse que deixar o Senado por 120 dias, como reza a Constituição no caso de licença para assunção do suplente, eu estaria aqui sendo representado à altura, com a mesma decência, dignidade e respeito ao povo do meu Estado e do meu País, porque sei que ele faria isso.

Esse era o registro que eu gostaria de fazer na tarde de hoje, Sr. Presidente, para não perder a oportunidade, já que, durante estes oito anos de mandato, eu não tinha ainda feito essa manifestação para agradecer ao meu suplente Pedro Seleme.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.