O SR. JONAS PINHEIRO (PFL - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, é uma honra usar a palavra, neste instante, sob a Presidência de V. Exª. Lembro-me que, ao chegar à Câmara dos Deputados, em 1983, o nome de V. Exª era muito comentado por ter feito um excelente trabalho na Comissão de Agricultura - inclusive, tive a oportunidade de ser Relator de um projeto de lei de sua autoria. De forma que, ao deixar o Congresso Nacional e voltar para a sua terra, Guarapuava, perdemos muito com a sua ausência, mas pudemos ganhar novamente com o seu retorno. Esperamos, ainda, trabalhar muito juntos, uma vez que, apesar dos meus 20 anos no Congresso - com três mandatos de Deputado Federal e um mandato de Senador - acabei de ser reeleito o mais votado Senador do Mato Grosso, junto com seu amigo e conterrâneo, Blairo Maggi, de São Miguel do Iguaçu, filho do legendário empresário, colonizador e o maior produtor rural do nosso País, que foi o Sr. André Antônio Maggi.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho a esta tribuna para falar sobre a escolha dos ministros do Governo Luiz Inácio Lula da Silva, que vem sendo acompanhada com apreensão em todo o território nacional.

Mesmo diante dessa expectativa geral, o Presidente eleito Lula tem se mantido comedido e parcimonioso, fazendo as ponderações e as negociações que a democracia e que o estado de direito exigem e esperam. Dessa forma, tem anunciado seu ministério paulatinamente e, na opinião da maioria, tem acertado na escolha das pessoas para cada cargo em particular.

Na última sexta-feira, ele anunciou o Ministro da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento. Foi escolhido para ocupar Pasta tão importante o empresário e produtor agrícola Roberto Rodriguez. Na minha opinião, que considero, modéstia à parte, abalizada, pois conheço o ramo e todas as suas implicações, a escolha de Roberto Rodriguez para ocupar o Ministério da Agricultura não poderia ser mais apropriada.

Substituir o atual ministro Pratini de Moraes, que marcou sua gestão naquela Pasta com uma folha de excelentes serviços prestados à agricultura não será tarefa fácil. O Ministro Pratini de Moraes tem sido um dos mais destacados Ministros da Agricultura dos últimos tempos e levou seu encargo como uma missão, à qual devotou seu tempo e sua experiência, dando, à agricultura brasileira e às exportações nesse setor, um grande impulso. Na sua gestão, dinamizou-se também o agro-negócio, o qual vem crescendo rapidamente e já é responsável por parcela expressiva do PIB brasileiro.

Devo registrar, também, que o Ministro Patrini de Moraes, na semana passada, foi homenageado em várias oportunidades. Normalmente, um Ministro entra com festa e sai melancolicamente, mas o Ministro Pratini de Moraes está saindo com festa em todos os recantos do Brasil, pelo reconhecimento de sua ação no Ministério da Agricultura do Brasil.

Roberto Rodrigues tem as prerrogativas que o indicam para o cargo. Há mais de 4 décadas, ele dedica a sua vida à agricultura. É produtor e empresário do setor. Além disso, Roberto Rodrigues tem ocupado cargos importantes e de destaque no âmbito do setor agrícola mundial. Ele é hoje Presidente da Associação Brasileira de Agribusiness (Abag) e integra o Comitê Empresarial de Comércio Exterior do Itamaraty. Além disso, até outubro do ano passado, foi Presidente da Associação Cooperativista Internacional (ACI), a maior organização não-governamental do mundo, com sede em Genebra, na Suíça, presente em 102 países e que congrega 800 milhões de sócios.

Os cargos que Roberto Rodrigues tem ocupado não foram conferidos a ele como honrarias. Ele os ocupou por competência, por conhecer cada um desses assuntos em profundidade, por ser bom negociador, por defender com ardor o cooperativismo e o agronegócio.

Abro novamente um parêntese para reconhecer que a OCB - Organização das Cooperativas Brasileiras - tem uma dimensão enorme, uma vez que Roberto Rodrigues, como Presidente daquela instituição, desenvolveu um trabalho espetacular. Lembro-me, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, que, durante a Assembléia Nacional Constituinte e mesmo depois, Roberto Rodrigues coordenou a Frente Parlamentar da Agricultura. Junto com o então Presidente da CNA, Alysson Paulinelli, e com o então Presidente da Sociedade Rural Brasileira, Pedro Camargo, Roberto Rodrigues desempenhou um excelente trabalho não só na Assembléia Nacional Constituinte, como pós-Constituinte.

Como elegi a agricultura a minha bandeira de trabalho, o meu desempenho nesse setor acabou aproximando-me de Roberto Rodrigues há muitos anos. Com ele tenho mantido uma amizade salutar e sincera, tendo-o como incansável parceiro nas negociações com o governo em favor de uma política agrícola concernente com a amplidão de nosso País e com todo o seu enorme potencial. Conhecendo-o, então, como conheço, tenho certeza de que o Presidente eleito, Lula, não poderia ter feito melhor nem mais acertada escolha.

Roberto Rodrigues não está filiado a nenhum partido político. Ele diz que a sua legenda é o PCCA, que quer dizer Partido do Cooperativismo, do Campo e do Agronegócio. Essa sigla servirá a ele de alavanca nas negociações no mercado agrícola externo em defesa do nosso mercado interno.

Roberto Rodrigues tem livre trânsito lá fora, no exterior, conhece os problemas de quase todos os países e as soluções que alguns têm conseguido adotar, e tem conhecimento da realidade do País em que vivemos. Ele saberá tirar proveito de todo esse cabedal de experiência que tem para valorizar a nossa agricultura e ampliar as exportações de nossos produtos agrícolas.

Desejo, desta tribuna, enviar os meus efusivos cumprimentos ao amigo e, por que não dizer, companheiro Roberto Rodrigues pela sua indicação para a Pasta da Agricultura e desejar-lhe uma profícua e feliz gestão em benefício de todo o setor agrícola brasileiro e, por conseguinte, do Brasil.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o destino já estava sabendo da escolha do substituto do Ministro Pratini de Moraes, o nosso companheiro Roberto Rodrigues, pois antes da sua escolha houve um entendimento. Quero fazer alusão ao Deputado Roberto Balestra, aqui presente e que participou daquele encontro. Sob o comando de Roberto Rodrigues, o setor do agronegócio brasileiro instituiu uma entidade chamada Rural Brasil, constituída pela Confederação Nacional da Pecuária do Brasil - CNA, pela OCB, pela Sociedade Rural Brasileira, pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu - ABCZ, pelo Conselho Nacional do Café, pela União Brasileira da Avicultura - UBA, pela Associação Brasileira dos Criadores - ABC, pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão - Abrapa e tantas outras associações e entidades que defendem a agricultura brasileira. A Rural Brasil vai ser a convergência de todas as ações para ajudar o Presidente Lula, o futuro Ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, o Presidente do Banco Central, o Ministro da Indústria e Comércio, Luiz Furlan, a fim de que a agricultura tenha uma agenda propositiva na sua defesa.

Temos aqui vinte e sete pontos importantes que a Rural Brasil, sob o comando de Roberto Rodrigues, elaborou para o Brasil. Por coincidência e pelo destino que a vida prega, será ele o nosso Ministro da Agricultura, incumbido de comandar esse trabalho que ele bem inventou.

Quero desejar ao futuro Ministro Roberto Rodrigues uma feliz ação, que ele, por certo, comandará no comando do próximo governo, que começará no dia 1º de janeiro.

Muito obrigado, Sr. Presidente.