Discurso durante a 35ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Elogio à empresa Plantar, de Minas Gerais, pelos avanços na questão ambiental conseguidos com o Projeto de Biomassa Cultivada, utilizando o eucalipto para fornecer carvão à indústria siderúrgica como fonte de energia renovável para produção de ferro-gusa.

Autor
Eduardo Azeredo (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MG)
Nome completo: Eduardo Brandão de Azeredo
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DO MEIO AMBIENTE. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Elogio à empresa Plantar, de Minas Gerais, pelos avanços na questão ambiental conseguidos com o Projeto de Biomassa Cultivada, utilizando o eucalipto para fornecer carvão à indústria siderúrgica como fonte de energia renovável para produção de ferro-gusa.
Publicação
Publicação no DSF de 10/04/2003 - Página 6782
Assunto
Outros > POLITICA DO MEIO AMBIENTE. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • ANALISE, MANEJO ECOLOGICO, LAVOURA, EUCALIPTO, COMPENSAÇÃO, PRODUÇÃO, GAS CARBONICO, INDUSTRIA, UTILIZAÇÃO, CARVÃO VEGETAL.
  • ELOGIO, EXPERIENCIA, EMPRESA, ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), PROJETO, FORNECIMENTO, CARVÃO VEGETAL, INDUSTRIA SIDERURGICA, UTILIZAÇÃO, BIOTECNOLOGIA, PRESERVAÇÃO, MEIO AMBIENTE, CRIAÇÃO, EMPREGO.
  • COMENTARIO, DISCURSO, JORGE BORNHAUSEN, SENADOR, CRITICA, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho aqui hoje para falar de um assunto referente à importante questão ambiental. Refiro-me ao chamado “seqüestro de carbono” pelas florestas, em contrapartida com a produção de carbono pela indústria, em particular a siderúrgica, ou seja, financia-se o plantio de árvores em algum ponto do mundo como compensação por danos ambientais.

Trata-se de um balanço importantíssimo na equação do aquecimento global, o chamado “efeito estufa”. Tanto assim, que o Banco Mundial maneja o Fundo Protocolo do Carbono - PCF, para colocar recursos à disposição dos empreendimentos ligados ao “seqüestro de carbono” ou que apresentem saldo positivo.

Esse é caso do plantio de eucalipto no Brasil, que se expandiu rapidamente, face ao curto ciclo de desenvolvimento, no início, feito de maneira desordenada. Atualmente, o País tem sob controle a sua expansão, por entender bem tanto das vantagens ambientais da sua produção, ou seja, a menor pressão exercida sobre a vegetação nativa e biodiversa, bem como das vantagens econômicas já conhecidas na produção de carvão vegetal.

Assunto controvertido, é verdade, por isso bem discutido pela pesquisa agrícola mundial e nacional, leva à conclusão que o eucalipto, além de apresentar um “seqüestro de carbono” suficiente enquanto produção florestal, apresenta saldo positivo, mesmo deduzindo-se do “seqüestro” a produção de carbono, quando da utilização do mesmo na forma de carvão vegetal.

Agora, venho dar o meu testemunho pessoal de um projeto que acompanhei desde o seu início, como Governador de Minas Gerais, trazendo-o inicialmente ao então Ministro de Ciência e Tecnologia, professor Israel Vargas, que é o “Projeto de Biomassa Cultivada como fonte de Energia Renovável para a Produção de Ferro-Gusa”, que muito interessa ao Brasil, na sua produção siderúrgica e, em especial, a Minas Gerais.

Refiro-me à Plantar, empresa especializada na produção de eucalipto, que, desde 1967, vem trabalhando junto aos órgãos nacionais de fomento e pesquisa na utilização de clones biológicos de alta produtividade e, mais recentemente, com os organismos ambientais, em empreendimento de manejo ambiental auto-sustentado e com balanços positivos do seqüestro de carbono. Hoje está tecnicamente comprovado que o uso de biomassa cultivada na produção de ferro-gusa evita que três toneladas de gás carbônico sejam despejadas na atmosfera para cada tonelada de ferro-gusa produzida com carvão mineral ou coque.

Recentemente, foi assinado um dos primeiros projetos de seqüestro de CO² no Brasil, possibilitando a entrada de recursos internacionais para plantio de árvores em nosso País, como compensação por danos ambientais realizados fora do nosso País.

O plantio de eucalipto gera empregos diretos e indiretos em regiões carentes, diminuindo assim a migração para as cidades médias e grandes. Não concorre com a agricultura de produção de alimentos e mesmo com a de subsistência. E, no meu Governo, o Instituto Estadual de Florestas lançou programa piloto de assentamento agrário, exatamente no plantio e manejo de eucalipto - ainda está em avaliação o plantio de forma auto-sustentável.

Esse projeto tem todas as condições para ser aplicado em todas as regiões do País fornecedoras de carvão vegetal para a indústria siderúrgica e assim pode significar a preservação de milhares de hectares de vegetação nativa, pela oferta de madeira plantada para ser processada.

Encerro, aqui, deixando um voto de estímulo e congratulações a esse novo instrumento de ação ambiental. Refiro-me novamente ao seqüestro de CO², uma maneira de termos recursos em contrapartida a danos ambientais realizados em algum ponto do Planeta.

Quero me congratular com essa nova modalidade de ação ambiental e com essa empresa mineira exemplar, a Plantar, por tudo o que tem feito, provando que o desenvolvimento sustentado é perfeitamente possível dentro da lei, do conceito de empresa socialmente responsável, da geração de empregos, da fixação do homem na sua origem e dos resultados econômicos necessários.

O uso da biotecnologia para acelerar a produção, preservando recursos ambientais fundamentais e beneficiando toda a população ao redor do mundo, é o que se espera com essa nova modalidade de ação ambiental.

Sr. Presidente, antes de terminar, quero apenas fazer uma breve menção ao pronunciamento do Senador Jorge Bornhausen. Nós, do PSDB, também acreditamos que os cem dias são insuficientes para uma boa avaliação do novo Governo. Continuamos na expectativa de ações e de iniciativas. Por enquanto, consideramos que ainda há muito a ser oferecido ao povo brasileiro, especialmente porque a proposta apresentada na época da campanha não tem sido exatamente a posta em prática pelo Partido dos Trabalhadores no Governo. Parece-me que não há qualquer dúvida disso. Fez-se um discurso, ganharam-se votos, mas o que está sendo praticado não é o que foi colocado para o povo brasileiro na época da campanha.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/04/2003 - Página 6782