A SRª ANA JÚLIA CAREPA (Bloco/PT - PA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho a esta tribuna registrar que, neste fim de semana, ocorrerão dois encontros importantes. Um deles, nos dias 10, 11 e 12, é o encontro dos movimentos sociais com a Eletronorte, em Tucuruí, cujo tema é “Os movimentos populares, as instituições de ensino e pesquisa e o desenvolvimento regional da área de Tucuruí”. Esse encontro visa discutir um modelo de desenvolvimento para aquela região, que recebeu os impactos ambientais e sociais da construção da maior hidrelétrica totalmente nacional, a hidrelétrica de Tucuruí.

Também no próximo final de semana, será realizado, em Manaus, um encontro importante para a Bancada do PT da Amazônia. Estamos preocupados - e o Senador João Capiberibe e vários outros já tiveram oportunidade de tratar do assunto - com a questão do desenvolvimento regional e a importância de haver outro modelo, diferente de tudo o que já foi feito neste País no tocante à Amazônia.

Senador Capiberibe, esse novo modelo será importante para evitar que continue ocorrendo o mesmo que aconteceu ao longo dos anos. Diferentemente do que alguns dizem, cada órgão federal atirava para um lado. Na verdade, parecia que o Governo era vários governos. E o nosso Governo tem recebido algumas críticas, embora seja recente.

Segundo a imprensa, o atual Governo conta com o apoio de 80% da população. Parece que pessoas ficaram viúvas e estão com saudade, já que o povo resolveu aposentar os que passaram décadas e décadas no poder. Agora, cobram de um Governo que tem noventa dias, que conta com apoio popular e que, inclusive, sinalizou ao povo brasileiro com medidas econômicas que permitiram a queda do dólar e a diminuição do risco país.

Há pessoas também que não ficam aqui nem para ouvir. Falam e fogem. Vão embora, porque não têm como enfrentar a discussão. Mas ficaram oito anos no poder. Aliás, algumas delas ficaram muito mais do que isso, e eu não sei por que não deram um salário mínimo decente para o povo brasileiro. Queriam dar R$211,00. O nosso Presidente reconhece que o salário mínimo ainda é pequeno. Mas ele não é de R$211,00; é de R$240,00. É maior. E há os que têm saudade e queriam que ele fosse de R$211,00. Esses estão como ave agourenta, torcem para o novo Governo não dar certo, enquanto a maioria do povo brasileiro, que resolveu aposentar os que passaram décadas no poder e não fizeram as mudanças de que este País tanto precisa, está torcendo para dar certo.

Mas podem torcer as aves agourentas, não há problema não. Maior do que a torcida negativa é, com certeza, a firmeza do nosso Presidente da República, a firmeza daqueles que acreditam que é possível construir um Brasil mais justo, mais soberano, que possa, inclusive, ter um relacionamento internacional digno. O Presidente Lula foi convidado a ir a Davos e falou de cabeça erguida, impondo-se como governante de um País soberano, com a 9ª economia do mundo. Queiram ou não queiram as aves agourentas, nós vamos construir uma nova história neste País, vamos escrever uma página que ficará como exemplo de como não fazer políticas públicas neste País.

Quero então registrar esse seminário, que conta com o apoio da Eletronorte, pois essa é uma forma de discutir desenvolvimento não apenas com as Prefeituras, mas com a sociedade. Foi a sociedade que sofreu as conseqüências da enchente da barragem de Tucuruí e é ela que sofre até hoje os impactos ambientais e sociais. É a população que vive naquela região, que trabalha e produz a riqueza, que muito tem a contribuir para o melhor desenvolvimento do País.

Portanto, não poderia deixar de registrar esse encontro, lamentando que haja pessoas que venham aqui, falem, mas não tenham sequer a coragem de permanecer no plenário para participar de um debate sério.

Muito obrigada, Sr. Presidente.