Discurso durante a 35ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

ESCLARECE QUE A OPOSIÇÃO LUTA POR UM ACORDO DE LIDERANÇAS, PARA QUE SEJA POSSIVEL A DESOBSTRUÇÃO DA PAUTA.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
REGIMENTO INTERNO.:
  • ESCLARECE QUE A OPOSIÇÃO LUTA POR UM ACORDO DE LIDERANÇAS, PARA QUE SEJA POSSIVEL A DESOBSTRUÇÃO DA PAUTA.
Publicação
Publicação no DSF de 10/04/2003 - Página 6813
Assunto
Outros > REGIMENTO INTERNO.
Indexação
  • ESCLARECIMENTOS, DECISÃO, PARTIDO POLITICO, OPOSIÇÃO, GOVERNO, NECESSIDADE, ACORDO, LIDERANÇA, ANTERIORIDADE, CONCLUSÃO, OBSTRUÇÃO PARLAMENTAR.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pela ordem.) - Sr. Presidente, a Liderança do Governo haverá de ser testemunha do esforço que, em geral, as Lideranças de vários quadrantes ideológicos têm feito para desobstruir a pauta. Até o momento, isso não foi possível, por razões bem práticas, bem objetivas - nenhuma razão subjetiva -, todas, bem objetivas e bem práticas.

No momento em que as matérias forem à votação, sem terem a nossa anuência, vamos usar dos instrumentos democráticos e regimentais, todos, que passam pela perspectiva ou possibilidade da obstrução. O Presidente da Câmara, Deputado João Paulo, fala em “bateção de cabeça”. Então, vou usar o neologismo: passam pela “bateção de voto”, tudo isso. Mas louvo a iniciativa de V. Exª, porque visa a tornar mais prático o trabalho. Na forma, está completamente perfeito.

Quero me reportar a uma questão de fundo. E é bom, porque a cada dia haverá de ser uma lição de amadurecimento para pessoas que, no exercício do poder, haverão de entender a necessidade absoluta de serem amadurecidas.

Eu era Líder do Governo Fernando Henrique, e faltava um ano e meio para completar aquele mandato, e eu dizia: “Daqui a pouco vem um governo por quatro ou por oito anos; pode ser alguém do meu Partido, pode ser alguém do Partido dos Trabalhadores ou de um outro Partido qualquer. Este alguém será muito mais prejudicado nos seus quatro anos do que o Presidente Fernando Henrique neste um ano e meio que lhe falta”.

Considero extremamente difícil de se trabalhar a atividade legislativa, para valer, com esse regime de medidas provisórias que aí está. Muito difícil. Na época, parecia que o democrático, que o legítimo, que o ético, que o justo, que o bonito, que o mais do que o bonito, que o maravilhoso era se tirar, supostamente, poderes do Executivo, transferindo-os para o Congresso. Nada mais democrático do que passar para os representantes do povo poderes que estariam enfeixados em uma mão supostamente ditatorial, como se não tivesse essa mão sido eleita pelo voto popular também. Estamos vendo, na prática, como é complicado.

Não me lembro dos meus discursos. Eu os considero, com certeza - e aqui não vai falsa modéstia - insignificantes mesmos. Lembro-me deste. Este discurso, sim! E até vou mandá-lo para várias pessoas que, hoje, têm responsabilidade de mando nesta Casa. Eu pensava mais no futuro e menos naquele Governo.

De qualquer maneira, nós estamos lutando - acredite V. Exª e acredite a Casa -, de maneira incessante para chegarmos a um acordo e facilitar o processo de votação. Este acontecerá como no destino: no momento em que for possível, em que for razoável, em que houver acordo, vamos, com certeza, ajudar a V. Exª a cumprir com o nosso dever de votar, desobstruindo a pauta. Mas - repito -, na hora do destino, na hora possível, na hora em que os acordos aconteçam, na hora em que, pela ação da humildade, da competência, pela ação da renúncia, do entendimento, possamos chegar à verdade chinesa, que não é a minha e nem a dele, mas é a verdade média, que puxa um pouco da melhor verdade de cada um.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Era o que eu tinha a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/04/2003 - Página 6813