O SR. RAMEZ TEBET (PMDB - MS. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, acabei de ouvir o Senador Paulo Paim. S. Exª fez uma abordagem nacional, referindo-se às realizações do Governo Federal, mas, ao término do seu discurso, teve os olhos voltados para problemas que dizem respeito ao seu Estado, o Rio Grande do Sul. Pois bem, eu também sou assim, Sr. Presidente. Pedi a palavra, rapidamente, para dizer que o que me traz aqui é um assunto referente a Mato Grosso do Sul e a Minas Gerais, mais especificamente a Mato Grosso do Sul, que precisa mais do que Minas Gerais. Sempre estive e quero estar presente em todos os acontecimentos que digam respeito a Mato Grosso do Sul, mas, infelizmente, neste sábado, dia 12, quando S. Exª o Ministro dos Transportes Anderson Adauto esteve em Paranaíba, uma das mais importantes cidades do meu Estado, acompanhado do Governador de Estado e de várias autoridades, recepcionado pelo Prefeito Diogo Tita, infelizmente, por motivo de força maior, não pude comparecer. Mas a notícia auspiciosa é que, desde 1993, imaginem V. Exªs, constrói-se no rio Paranaíba, que liga Mato Grosso do Sul a Minas Gerais, na BR-497, uma importante ponte que é uma verdadeira obra de engenharia, que unirá ainda mais as duas Unidades da Federação brasileira, que tem quase 700 metros de extensão e um vão livre, entre as torres, de 350 metros. É uma obra na qual, até agora, já foram investidos cerca de R$30 milhões. Quantas e quantas vezes ocupei esta tribuna para pedir ao Governo que agilizasse o término dessa ponte. Os últimos recursos pelos quais lutei junto com a Bancada foi para que se liberassem recursos para concluir o vão da ponte - faltavam apenas 70 metros. Pois bem, isso foi feito, e a ponte ainda não está sendo utilizada porque falta a construção do aterro, e só do lado do Estado de Mato Grosso do Sul.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, para quem vive num Estado como Mato Grosso do Sul, que sonha com a melhoria dos seus meios de comunicações, principalmente no setor dos transportes, um Estado que necessita de estradas e tem essas estradas em precárias condições, um Estado que precisa se unir a outras Unidades da Federação - e essa ponte tem essa finalidade - é realmente auspicioso ver que o Ministro lá compareceu, a pedido do Presidente da República, que esteve em Campo Grande por ocasião da Exposição Agropecuária e garantiu que essa ponte iria ser concluída num curto espaço de tempo, muito rapidamente. Pois bem, sábado último, o Ministro lá compareceu, viu a ponte, foi acompanhado de Parlamentares dos dois Estados da Federação, de Minas Gerais e de Mato Grosso do Sul, e peremptoriamente, afirmou que isso era prioridade e que essa obra, pela qual tanto lutamos. É interessante como as coisas acontecem em nossa vida. Recordo-me, quando era estudante no Rio de Janeiro, no ano de 1959, e cursava o último ano da Faculdade de Direito, que nos reuníamos - os estudantes - para discutir as principais obras de importância para o então Estado de Mato Grosso. E essa ponte, essa ligação com Minas Gerais, era julgada imprescindível por nós - ela sempre foi julgada imprescindível por todos os Governos. Mas o Governo de Minas Gerais, aliado ao Governo de Mato Grosso do Sul, pleiteia essa ponte, iniciada em 1993, que só falta o aterro para ser concluída.

Venho a esta tribuna hoje para dizer que aquele sonho da juventude, pelo qual tanto ansiamos e lutamos, quis o destino que eu, seguindo a carreira política e como Senador da República, tivesse a oportunidade de incluir, juntamente com os demais membros da Bancada Federal de Mato Grosso do Sul, num dos orçamentos da União, os recursos para que essa obra pudesse atender verdadeiramente os anseios das comunidades sul-mato-grossense e mineira.

Quero, nesta oportunidade, registrar esse acontecimento. E muitos poderão perguntar: Mas por quê, se só falta o aterro? Desde 1993 que estamos lutando!

Lembro-me do meu último apelo quando eu era Presidente do Senado: eu fui ao Presidente Fernando Henrique Cardoso, mostrei-lhe fotografia da ponte e disse-lhe: “- Presidente, isso é obra do seu Governo, por que não terminá-la, se só faltam 70 metros? É só pagar uma dívida de R$10 milhões para a construtora e teremos a obra pronta”. Pois bem, esses 70 metros que faltavam, justamente no meio da ponte, porque ela foi construída partindo de Mato Grosso do Sul para Minas Gerais e de Minas Gerais para Mato Grosso do Sul, foram concluídos. E, agora, temos a palavra do Presidente da República e do Sr. Ministro dos Transportes de que, brevemente, estaremos inaugurando a ponte sobre o rio Paranaíba, a chamada Ponte do Alencastro.

Quero, daqui, enviar meus parabéns, inclusive, à Bancada de Minas Gerais que fez muito esforço junto com a Bancada de Mato Grosso do Sul para que esse sonho pudesse ser realizado porque acredito que, realmente, essa obra será concluída. Recebi relato minucioso do Prefeito Municipal da cidade a respeito da visita do Sr. Ministro. A população está eufórica, dizem até que no dia 4 de julho vamos inaugurar essa ponte, que liga esses dois Estados da Federação.

Portanto, fico feliz e renovo meu apelo ao Ministro dos Transportes, para que S. Exª, com sua sensibilidade, não deixe faltar os R$7 milhões ou R$8 milhões que estão faltando para concluir essa obra tão importante para Mato Grosso do Sul e para Minas Gerais. Se tivesse ido lá, Sr. Presidente, Srs. Senadores, teria feito também um pedido a S. Exª: a BR-158, num trecho de 60 km, está paralisada e os serviços que lá foram feitos já estão praticamente perdidos, em razão das chuvas; os aterros terão que, praticamente, ser refeitos. A BR-158, também no meu Estado, liga a cidade onde nasci ao Município de Selvíria. É o único trecho que não está asfaltado. Que o Sr. Ministro se sensibilize com a situação e também apronte essa obra o mais urgente possível.

Sr. Presidente, veja como as coisas são, como vale a pena sonhar! O Presidente Lula esteve na Exposição Agropecuária de Campo Grande e disse que iria refazer o trecho da BR-262, entre Miranda e Corumbá, que está totalmente esburacado. O trânsito por lá é praticamente impossível. Quando penso nesse trecho da BR-262 retrocedo no tempo: volto ao tempo em que era estudante e vislumbrava que quando pavimentassem a BR-262, de Vitória, no Espírito Santo, a Corumbá, no meu Estado, nós teríamos um surto de progresso muito grande. Imaginem V. Exªs que como Governador do Estado tive a oportunidade de inaugurar o trecho entre Miranda e Corumbá. Sabem por quê? Porque as obras de pavimentação dessa rodovia federal foram feitas com recursos do meu Estado, no período em que tive a honra e o privilégio de governá-lo, porque substituí o então Governador Wilson Barbosa Martins, tão amigo de V. Exª, por sinal, quando deixou o Governo para ser candidato ao Senado. Meu sonho de estudante realizou-se, justamente, quando era Governador.

Agora, não luto mais pela construção da estrada, mas por sua recuperação, que também foi prometida pelo Presidente Lula. Tenho certeza de que Sua Excelência irá cumprir sua promessa. Faço um apelo para que o Ministro dos Transportes também cumpra sua promessa o mais urgente possível, tamanha a importância desse trecho, dessa estrada, para Mato Grosso do Sul.

Sr. Presidente, era a comunicação que desejava fazer ao Senado da República, cumprimentando o Sr. Ministro, que nos visitou; cumprimentando o Senhor Presidente da República; cumprimentando o Prefeito de Paranaíba, a Câmara de Vereadores; e a Bancada Federal de Minas Gerais, que sempre foi nossa aliada nesse grande empreendimento.

Dia 04 de julho é o aniversário de Paranaíba. O Ministro não garantiu que até lá o aterro estaria pronto, mas deixou uma esperança muito grande. Oxalá, essa esperança se concretize! Muito obrigado.