Discurso durante a 38ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Importância do agronegócio para o Brasil. Vocação agrícola do Piauí. Avanços alcançados pelo Piauí em diversas atividades econômicas. Homenagem aos artesãos piauienses que farão exposição no Senado Federal.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA AGRICOLA. DESENVOLVIMENTO REGIONAL. HOMENAGEM.:
  • Importância do agronegócio para o Brasil. Vocação agrícola do Piauí. Avanços alcançados pelo Piauí em diversas atividades econômicas. Homenagem aos artesãos piauienses que farão exposição no Senado Federal.
Aparteantes
Amir Lando, Antonio Carlos Valadares.
Publicação
Publicação no DSF de 16/04/2003 - Página 7777
Assunto
Outros > POLITICA AGRICOLA. DESENVOLVIMENTO REGIONAL. HOMENAGEM.
Indexação
  • REGISTRO, INFORMAÇÕES, BANCO MUNDIAL, ESCLARECIMENTOS, SITUAÇÃO SOCIAL, BRASIL.
  • EXPECTATIVA, POLITICA, GOVERNO FEDERAL, INCENTIVO, AGRICULTURA, IMPORTANCIA, ECONOMIA, ABASTECIMENTO, POPULAÇÃO, ESTADO DO PIAUI (PI), COMENTARIO, VIABILIDADE, DESENVOLVIMENTO, ATIVIDADE AGRICOLA, REGIÃO, MOTIVO, CAPACIDADE, RECURSOS NATURAIS, ESPECIFICAÇÃO, AGUA.
  • ESCLARECIMENTOS, IMPORTANCIA, ESTADO DO PIAUI (PI), PRODUÇÃO, SOJA, CASTANHA DE CAJU, CERA DE CARNAUBA, AQUICULTURA, FRUTICULTURA, PECUARIA, CAPRINO, ESTABELECIMENTO, EMPRESA NACIONAL, EMPRESA INTERNACIONAL, COLABORAÇÃO, INDUSTRIALIZAÇÃO, COMERCIALIZAÇÃO, EXPORTAÇÃO, PRODUTO AGROPECUARIO, BENEFICIO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
  • HOMENAGEM, ARTESÃO, ESTADO DO PIAUI (PI), REALIZAÇÃO, EXPOSIÇÃO, SENADO.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Romeu Tuma, Srªs e Srs. Senadores, brasileiros e brasileiras que assistem a esta sessão pela TV Senado, segundo indicadores de desenvolvimento divulgados pelo Banco Mundial, que hoje vem cortejando tanto o nosso País, o nosso querido Brasil é um desastre em termos sociais.

A expectativa de vida ao nascer é de apenas 68 anos, enquanto que a média dos países da América Latina é 71 anos. O Brasil tem, portanto, três anos a menos que os demais países latino-americanos. A renda per capita é de US$3,070.00, inferior à da América Latina, de US$3,580.00. A taxa de alunos que completam o ensino básico é de 71%, igual à de Bangladesh, um dos países mais miseráveis do mundo. A desnutrição infantil, isto é, o percentual de crianças com peso abaixo do normal é de 6%, comparável à da Argélia e à do Líbano, países que enfrentam guerras civis. A concentração de renda é gritante. Dos 120 países para os quais há dados organizados - há mais de 300 países no mundo -, somente quatro têm desigualdade maior do que a brasileira. Só quatro países, dos 120 organizados, têm situação mais injusta do que a do Brasil: Colômbia, Lesoto, Namíbia e África do Sul.

Nesta Casa, entretanto, temos de ser otimistas, porque quem fez nascer esta Cidade, Juscelino Kubitscheck - médico e cirurgião, como eu, da Santa Casa, passou pela vida militar, foi prefeito, governador -, cantava: “é melhor ser otimista. O otimista pode errar, mas o pessimista já nasce errado, e continua errando”.

Os dados do Banco Mundial nos escravizam. Talvez sejam conseqüência da exploração resultante das altas taxas de juros, do desrespeito a Ruy Barbosa, que ali está, que pregou a primazia ao trabalho e ao trabalhador. O trabalhador vem antes; a riqueza vem depois.

Apesar disso, somos otimistas. Ainda está presente no Senado o Ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, que participa da reunião conjunta das Comissões de Assuntos Econômicos e Assuntos Sociais, para expor a política agrícola do nosso Governo. Trata-se de uma grata presença no Senado e no Governo do Brasil.

Estive na reunião até há pouco e vim para esta sessão, cumprir meu compromisso. Havia inúmeros Senadores inscritos. Fiquei meditando a respeito e vi que o meu otimismo se justifica. O Ministro disse que hoje a grandeza do PIB e a grande possibilidade de empregos e de aumento na exportação estão na agricultura e no agronegócio. Realmente, ficamos impressionados com o conhecimento de S. Exª o Ministro. Nenhum Ministro o excedeu ainda na firmeza e na crença nos destinos da agricultura de nosso País.

Isso nos faz lembrar Franklin Delano Roosevelt num dos momentos mais difíceis dos Estados Unidos, no pós-guerra, no plano New Deal, e é muito oportuno meditarmos sobre o que ele disse: “As cidades poderão ser destruídas, porque elas renascerão e serão reconstruídas por meio do campo. Agora, se o campo for destruído, as cidades também perecerão pela fome vindoura”. E foi mais adiante nesse pensamento, dizendo que, se em cada fazendola daquele país se estendesse um bico de luz, e se em cada panela houvesse uma galinha, isso fixaria o homem no campo. É por isso que os Estados Unidos são um país poderoso, e o são sobretudo porque produzem grãos. Rumando a 500 milhões de toneladas de grãos, alimentam-se e geram a sua riqueza. O Brasil tem esse exemplo.

Destaco esse otimismo, porque o Piauí de hoje não é aquela imagem passada, que foi pinçada, num ato de desacerto, pelo Governo Lula, que nem sabia onde ficavam Guaribas e Acauã. Programaram a visita e viram que era impossível. Aquelas cidades são o retrato do povo do Brasil e do Piauí, que luta, humilde, em cima de uma serra, a Serra das Confusões. Hoje, eles não têm fome, graças à sua grandiosa safra de feijão.

Esta é a saída do Brasil: o trabalho, o trabalho que gera riquezas, que mata a fome.

Então, quando vejo que a saída deste País é o agronegócio, oriundo da agricultura, quero dizer que o Piauí é a última fronteira agrícola de cerrados - onze milhões de hectares, três milhões ao lado do rio Parnaíba, o segundo rio do Nordeste. E o Piauí, ao contrário do que muitos pensam - e enganam-se, pois a ignorância é audaciosa -, não é um problema para este País; é uma solução. Do Nordeste, é o Estado que tem mais água. E afirmo, não como Senador, mas como professor de Biologia, que a água é a substância mais importante da natureza, muito mais do que o petróleo - em uma criança de dez quilos, oito são de água; em um adulto de cem quilos, sessenta quilos são de água.

No Piauí, com dezenove rios, seis deles perenes, cem lagoas, lugar onde jorra a água como jorra petróleo, desenvolve-se intensamente o setor da soja. Quando comecei a governar o Piauí, colhiam-se dez mil toneladas de soja; quando deixei o Estado, colhiam-se muito mais de trezentas mil toneladas. Essa grande produção deu-nos condições de atrair a implantação de uma importante empresa produtora de derivados de soja oriunda da cidade de Gaspar, Santa Catarina, a Ceval - após a união da Ceval com a Santista, em 2000, a empresa passou a se chamar Bunge Alimentos. Essa empresa está implantando em nosso Estado uma transformadora de soja para a produção de óleo, de leite e de margarina: trata-se de um parque industrial de mais de US$300 milhões. Esse é o Piauí.

É o Piauí que quer vos dizer: somos o Estado que mais tem cajueiros, o que é hoje uma atração turística. A propósito, a literatura brasileira destaca o verso “Meu Pequeno Cajueiro”, de Humberto de Campos, maranhense que plantou um cajueiro em minha cidade. Parece predestinação - dizem que os cajueiros têm um poder espiritual, que inspira os autores modernos de literatura -, pois, de fato, atualmente o Piauí é o Estado brasileiro que tem mais cajueiros plantados. Nosso governo plantou muito mais de doze milhões de pés. Esse crescimento possibilitou grande desenvolvimento no Piauí: anteriormente, toda castanha colhida ia para o vizinho, o Estado do Ceará, para ser industrializada, mas hoje o Piauí tem 27 indústrias de beneficiamento de castanha.

Sr. Presidente Romeu Tuma, como dizia o sábio Ministro de Agricultura, Roberto Rodrigues, o difícil é a comercialização. As primeiras fábricas de castanha teriam sido construídas por meio de cooperativas - e eles tiveram muitas dificuldades para sobreviver por causa da concorrência dos poderosos empresários do Ceará, que já eram antigos na comercialização.

Deus me inspirou e eu sondei um grupo, um grupo espanhol poderoso que tem interesse no Piauí - eles já possuem um grande curtume por lá. Esse grupo entrou também no negócio da castanha e fez funcionar uma fábrica no Município de Altos que, segundo nos informaram, do ponto de vista técnico, é a segunda fábrica mais avançada do mundo, perdendo somente para uma fábrica italiana. E eu que vi, no passado, castanhas irem ao Ceará, e serem comprados quatro quilos por um dólar! Recentemente vi na Europa um quilo dessa castanha ser vendido a quinze, dezesseis, dezessete e até dezoito dólares. Esse é o Estado do Piauí.

A cera da carnaúba é ainda uma grande riqueza nossa. A comercialização da cera da carnaúba, símbolo do Piauí, com o aparecimento do plástico, sofreu um retrocesso, mas com o desenvolvimento da fruticultura passou a ser comprada por todo o mundo para embelezar os frutos nas exposições comerciais dos mercados. Então, voltou a ter esse motivo de comercialização.

O Sr. Amir Lando (PMDB - RO) - V. Exª me permite um aparte?

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Com todo o prazer, concedo aparte ao grande Senador e jurista Amir Lando, do meu partido, o PMDB.

O Sr. Amir Lando (PMDB - RO) - A costumeira generosidade de V. Exª acaba me inibindo, e fica difícil fazer com que o meu aparte chegue à altura do discurso de V. Exª. De qualquer sorte, tentarei fazê-lo. Todos cantam a sua terra e V. Exª canta a sua com brilho, arte, poesia e verso, em realidade, em perspectiva, sob todos os ângulos. O Piauí vem pujante e pleno a este Senado da República pelo verbo de V. Exª, que faz desfilar tudo quanto encanta naquele estado tão importante da Federação. V. Exª destacou as potencialidades do Piauí. Acompanhei a fala de V. Exª quando se referiu à lavoura de soja, de milho, enfim, à produção de grãos. Essa produção rumou para o Piauí e lá encontrou terras férteis, terras que até então ninguém conhecia. Sobretudo os homens do sul, montando em pingos de aço, foram lavrando terras bravias e fazendo do sertão um jardim de produção. Isso é o Piauí. É esse Piauí que tem 11 milhões de hectares propícios à agricultura mecanizada. O Piauí vai adiante pela bravura de sua gente, pelo denodo dos que trabalham, porque só o trabalho dignifica qualquer povo, qualquer Estado, qualquer nação. Parabéns ao Piauí. Parabéns a V. Exª quando, mais uma vez, nos brinda com esse filme colorido que mostra todas as nuances da realidade pujante do Piauí.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Agradeço pelo sábio complemento do nobre Senador Amir Lando, imagem, em nosso partido, de Rui Barbosa, um grande jurista.

Ainda sobre o Piauí, quero dizer que me vêm à mente os anos de 1967 e 1968, quando fazia o meu curso de pós-graduação em cirurgia no Rio de Janeiro, no Hospital do Servidor Público Estadual. Vi, numa dessas revistas da época, a Realidade - hoje equivaleria à revista IstoÉ ou à Veja -, uma gozação: na bandeira piauiense aparecia um couro de bode. Eu quero dizer que isso foi uma inspiração, pois a adversidade é uma benção disfarçada.

Depois de tantos anos, eu venho aqui para dizer que a caprinocultura, hoje, é uma das grandes riquezas do Piauí. Em quantidade, somos o segundo do País; em qualidade, somos o primeiro. Isso fez com que dois grandes curtumes espanhóis se implantassem no Piauí: um de uma empresa familiar, Codina de Vick, e outro de Barcelona, que também entrou nos negócios da produção de castanha. O couro de bode é hoje a matéria-prima dos melhores casacos usados pela humanidade. E diria mais: com o avanço da medicina, comprovou-se que a carne dos caprinos - carneiros, bodes, ovelhas - é a que tem menos colesterol. Conseqüentemente, ao nos alimentarmos da carne do bode do Piauí, prolongamos nossa vida, evitando o aparecimento das doenças coronarianas trazidas pelo colesterol.

O Sr. Antonio Carlos Valadares (Bloco/PSB - SE) - V. Exª me concede um aparte, Senador Mão Santa?

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Aparte concedido, com grande satisfação.

O Sr. Antonio Carlos Valadares (Bloco/PSB - SE) - Senador Mão Santa, V. Exª ocupa a tribuna na tarde de hoje e nos brinda com um pronunciamento enfocando principalmente o seu querido Piauí, o Estado nordestino que V. Exª tem a honra de representar nesta Casa. Em um dado momento do seu pronunciamento, a questão da água veio à baila. V. Exª enfatizou, com muita segurança, que a água é o que há de mais importante para o ser humano, com o que concordo inteiramente. É importante lembrar que o Brasil é um País privilegiado, pois dispõe, pela ajuda da própria Natureza, de condições excepcionais: apesar de possuir apenas 3% da população mundial, dispõe de 12% da água doce do mundo; enquanto a China, com 1,2 bilhão de habitantes, 20% da população mundial, dispõe apenas de 6% da água doce do planeta. Portanto, devemos ter em mente a importância da preservação do manancial de água doce que temos, preservando nossas florestas, para evitar a erosão. Também precisamos resolver os problemas de água, principalmente no Nordeste. Embora tenhamos o rio São Francisco, o Nordeste só dispõe de 3% de água doce do Brasil, e futuramente teremos problemas muito sérios na nossa região. Necessitamos de um projeto integrado de aproveitamento das nossas bacias, da transposição do rio Tocantins, que dispõe de um dos maiores lagos de água doce do mundo, para o leito do rio São Francisco, a fim de aumentar a sua vazão e disponibilizar um volume de água necessário para suprir as necessidades da região nordestina. Além disso, precisamos revitalizar o rio São Francisco. Inclusive uma proposta de emenda constitucional, de minha autoria, que confere 0,5% por ano do Orçamento da União em favor da recuperação do Velho Chico e para a execução de projetos de desenvolvimento sustentável foi provada no Senado Federal. Assim, V. Exª tem razão quando fala da importância da água para a vida do ser humano. No que diz respeito ao Brasil, se soubermos preservar o meio ambiente e fazer bom uso da água, possivelmente não teremos as dificuldades de outros países como a China, a Índia e principalmente o Oriente Médio, onde guerras poderão vir a ocorrer por falta d’água. A sorte é que temos governos responsáveis que vão lutar pela preservação dos nossos recursos hídricos. Agradeço a V. Exª. Meus parabéns pelo seu pronunciamento.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Eu é que agradeço o aparte deste grande líder do Nordeste, o Senador Antonio Carlos Valadares.

Gostaria de lembrar que o Estado do Piauí, com os seus 19 rios, seis deles perenes, e 100 lagoas, é detentor de um volumoso manancial de água. Na cidade de Cristino Castro, por exemplo, temos o poço Violeta, conhecido no Brasil, que jorra água a uma altura de 40 metros. E no meio dessa região, há o vale do rio Gurguéia, uma espécie de Nilo. Aliás, estão querendo transformar aquela região em um novo Estado, o Estado do Gurguéia, ao qual sou favorável, não porque queira me separar dos irmãos, mas porque, por um erro histórico, as fronteiras dos Estados foram estabelecidas de acordo com os acidentes geográficos. Em conseqüência disso, o Piauí ficou com uma área muito extensa, Senador Antonio Carlos Valadares, haja vista que cabem 12 Sergipe ou 10 Alagoas dentro do Piauí. Se analisarmos o mapa dos Estados Unidos, verificaremos que os estados americanos têm mais ou menos a mesma área, semelhantes a quadriláteros. O Estado do Piauí é muito comprido: vai do mar onde nasci até a Bahia do Senador Rodolpho Tourinho. Por isso a esperança daquele povo de construir o novo Estado do Gurguéia.

Nós, do Piauí, também nos orgulhamos da nossa fruticultura, inspirada na cultura de Petrolina, em Pernambuco. O Estado avança na fruticultura com a exportação do caju e da castanha. Somos hoje os maiores exportadores brasileiros. Também nos orgulhamos da apicultura. O nosso mel natural é de alta qualidade e somos um dos maiores produtores.

Em todo o Nordeste nasceu uma nova perspectiva com o camarão, o crustáceo mais buscado nos restaurantes e um dos mais caros. Os camarões do Equador, país líder na cultura e exportação desse crustáceo, foram vítimas de uma doença, ficaram anêmicos, e buscaram territórios com a mesma limosidade, com a mesma aerificação, ou seja, com as mesmas condições geográficas. Hoje, o Piauí se destaca na carcinicultura, porque o rio que percorre 1.458 km, arrastando as vegetações que são detidas pelas raízes dos mangues, que são vegetações de raízes aéreas, oferece grandes possibilidades ao cultivo de todos os crustáceos. Portanto, com esse cultivo natural e o desenvolvimento da carcinicultura, o Piauí apresenta perspectivas invejáveis para qualquer investidor. Investidores internacionais têm fazendas de camarão no delta do Estado.

Mas o motivo de nossa vinda a esta tribuna é o nosso orgulho por aquilo que cantamos como sendo nossa riqueza: a água. Fui buscar inspiração em Sófocles, quando disse que “muitas são as maravilhas da natureza, mas a mais maravilhosa é o homem”. E é ao homem do Piauí que vim aqui render uma homenagem: o homem que lutou, em batalha sangrenta, para expulsar os portugueses deste País. Por isso, o Brasil é grande e único. O Brasil não repetiu aquela história do filho que fica com o sul do território, enquanto o pai fica com o norte. Nós expulsamos os portugueses e, por isso, o Brasil é deste tamanho.

Um homem foi muito importante na proclamação da República, Davi Caldas, o profeta da República. Dezessete anos antes de 15 de novembro de 1889, ele publicou um jornal na nossa capital - a primeira capital planejada deste País, que inspirou Juscelino Kubitschek - cujo nome era Oitenta e Nove, para influenciar o Brasil a lutar pela República, pela democracia, “governo do povo, pelo povo e para o povo”.

Venho prestar uma homenagem ao artesão do Piauí - estima-se que mais de 10 mil pessoas no Estado dependam dessa atividade - e convidá-los para a exposição de nosso artesanato, que traduz a inteligência e a arte do povo piauiense, a ser realizada nesta Casa, de quarta-feira ao final do mês. Essa exposição já foi exibida na Embaixada de Portugal, em Brasília, de 13 a 30 de março, para comemorar os 100 anos da Batalha do Jenipapo.

Essas são as palavras que tenho a proferir. E quero dizer, nesta Casa, que inicia seus trabalhos sob a proteção de Deus, que envio a minha voz em forma de reza e oração: Oh, Deus, eu Vos agradeço por ter nascido no Piauí!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/04/2003 - Página 7777