A SRª HELOÍSA HELENA (Bloco/PT - AL. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, serei breve, porque vou me inscrever, na próxima semana, para tratar da reforma da Previdência.

Já deixei muito claro nesta Casa que sou absolutamente favorável à reforma do Estado, porque o Estado brasileiro sempre foi parasitado pela elite política econômica, decadente, incompetente, cínica, que nunca fez nada. Então, sou absolutamente favorável, enquanto chega a revolução, à reforma do aparelho do Estado.

É evidente que as palavras podem ser repetidas pelas bocas mais diversas, pelos espíritos mais diferenciados, e todos podem sair por aí discursando reforma, reforma, reforma...

Pode ser uma reforma à luz dos interesses do capital; pode ser uma reforma à luz dos interesses do mundo do trabalho; podem ser as mais diversas concepções para viabilizar a reforma.

Infelizmente, Sr. Presidente, hoje, os jornais estão recheados de declarações do nosso Presidente José Genoíno, Presidente do meu Partido, o Partido dos Trabalhadores. É evidente que, com ele, nunca terei a relação que os políticos vigaristas têm com os partidos de aluguel, permanecendo filiada apenas enquanto representa algo em que efetivamente acredito.

Registro nos Anais da Casa que estou disposta a fazer o grande debate sobre as reformas da Previdência, Tributária e do Sistema Financeiro. Defendo a Reforma do Estado e repito: o Estado privatizado fica a serviço das elites político-econômicas.

Sr. Presidente, não posso silenciar - porque o silêncio não dá frutos - diante das várias declarações publicadas nos jornais no sentido de que serão expulsos do Partido os membros que votarem contrariamente à cobrança dos inativos e a outros itens da proposta de reforma da Previdência.

Na próxima semana, voltarei à tribuna para tratar do tema reforma da Previdência e do Estado Brasileiro, porque gosto da idéia de participar deste debate e quero fazê-lo. Contudo, não posso deixar de dizer que não adiantam as ameaças públicas, porque não cederei naquilo em que efetivamente tenho convicção. Alguns aspectos da reforma da Previdência, por exemplo, reproduzem a velha, enfadonha e mentirosa cantilena do rombo da seguridade, pela qual poderão ser cobrados inativos que recebem supersalários de R$1.050,00, quando uma pessoa com mais de 60 anos tem de pagar R$600,00 de seguro saúde. É evidente que nesse tipo de reforma eu não voto, Sr. Presidente.

Até na Física Quântica, que é extremamente bonita e se predispõe quase a esclarecer o modo como funcionam as coisas no mundo físico, existe a lei da incerteza, a lei da flutuação, a Lei de Pauli. Mas, em relação a esse tema, não há incerteza alguma, porque, com certeza, não voto esse tipo de reforma.