Discurso durante a 45ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem pelo transcurso do aniversário de emancipação da cidade de Cristinápolis/SE.

Autor
Antonio Carlos Valadares (PSB - Partido Socialista Brasileiro/SE)
Nome completo: Antonio Carlos Valadares
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem pelo transcurso do aniversário de emancipação da cidade de Cristinápolis/SE.
Publicação
Publicação no DSF de 29/04/2003 - Página 8942
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO, EMANCIPAÇÃO, MUNICIPIO, CRISTINAPOLIS (SE), ESTADO DE SERGIPE (SE), SAUDAÇÃO, ELIZEU SANTOS, PREFEITO, POPULAÇÃO.

O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES (Bloco/PSB - SE) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores,cento e vinte e um anos atrás, em um dia 24 de abril, quando no Brasil vigia ainda o Império e os atuais Estados se chamavam Províncias, a freguesia então conhecida pelo nome de Chapada era elevada à categoria de vila, com seu nome mudado para Christina - com “ch”, como era do uso ortográfico da época. Corria o ano de 1882, tempos já marcados por inquietação política, em decorrência do movimento republicano, um quadro que teria levado as autoridades locais e provinciais a querer homenagear a Imperatriz, Dona Thereza Christina.

A nova vila, assim, tornava-se independente da vila do Espírito Santo - atualmente Indiaroba. Mais tarde, em 1938, já sob regime republicano, a vila ainda denominada Christina foi elevada à categoria de cidade e, em 1944, passou a chamar-se Cristinápolis, por decisão do interventor Augusto Maynard Gomes, nome que mantém até o dia de hoje, quando, em comemoração de seu aniversário de emancipação, subo a esta tribuna para contar um pouco de sua história e de sua atualidade.

Situada às margens do rio Real, extremo sul do Estado de Sergipe, em região de planalto, Cristinápolis foi, durante muito tempo, um refúgio de indígenas evadidos dos morticínios e da escravidão, a que estavam sujeitos em face do avanço dos primeiros colonizadores do Brasil, desde os meados do século XVI. Vindos das áreas vizinhas de Tomar de Geru, Santa Luzia do Itanhi e Indiaroba, os índios se estabeleceram entre os rios Urubás de Cima e Urubás de Baixo, construindo ali sua aldeia.

A presença da aldeia indígena atraiu a atenção dos padres jesuítas, que partiram para lá em sua missão evangelizadora. Ali edificaram uma capela, sob a invocação de São Francisco de Assis, santo que viria a ser o padroeiro da futura cidade.

Até a segunda metade do século XIX, o povoado permaneceu praticamente isolado, habitado somente pelos índios e pelos religiosos, fora das rotas de penetração do elemento branco. Hoje, pelo contrário, Cristinápolis é a acolhedora porta de entrada de nosso Estado para o viajante que vem do sul de automóvel, pela rodovia BR-101. É uma pequena cidade, sede de um Município que tem mais de metade de seus 12 mil e setecentos moradores residindo em área rural.

Seu filho mais ilustre foi Bernardino José de Sousa, jurista notável, nascido em 1885 e falecido em 1949. Fundador de duas nobres instituições, o Instituto Histórico e Geográfico da Bahia e a Faculdade de Direito da Bahia - onde lecionou Direito Constitucional, Direito Internacional Público, Diplomacia e Direito Internacional Privado. Coroou sua carreira como Ministro do Tribunal de Contas da União.

Distante 115 quilômetros de Aracaju, Cristinápolis tem sua economia voltada para a atividade agrícola, ainda explorando muito pouco seu potencial turístico.

Gostaria, portanto, de deixar hoje registrada nesta tribuna minha homenagem a esse Município sergipano, saudando seu Prefeito Elizeu Santos e todo o povo de Cristinápolis.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/04/2003 - Página 8942