Discurso durante a 46ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Preocupação com o desemprego e o subemprego em decorrência da automação. Reafirmação de apoio a propostas de criação de empregos. (como Lider)

Autor
Renan Calheiros (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AL)
Nome completo: José Renan Vasconcelos Calheiros
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE EMPREGO.:
  • Preocupação com o desemprego e o subemprego em decorrência da automação. Reafirmação de apoio a propostas de criação de empregos. (como Lider)
Publicação
Publicação no DSF de 30/04/2003 - Página 9115
Assunto
Outros > POLITICA DE EMPREGO.
Indexação
  • PROXIMIDADE, COMEMORAÇÃO, DIA INTERNACIONAL, TRABALHO, ANALISE, NECESSIDADE, CRIAÇÃO, EMPREGO, RENDA, COMBATE, DESEMPREGO, SUBEMPREGO, BRASIL, REGISTRO, DADOS, ESTATISTICA, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU).
  • ANALISE, AUTOMAÇÃO, INDUSTRIA, TECNOLOGIA, CORRELAÇÃO, DESEMPREGO, APOIO, PROGRAMA, EMPREGO, JUVENTUDE.

O SR. RENAN CALHEIROS (PMDB - AL. Como Líder.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, nesta quinta-feira, dia 1.º de maio, o mundo inteiro estará comemorando o Dia Internacional do Trabalho - uma data que o Brasil só foi conhecer oficialmente em 1925.

De lá para cá, muita coisa mudou na vida de cada trabalhador do planeta. A jornada de trabalho foi reduzida, uma das muitas conquistas que os trabalhadores obtiveram nessa longa trajetória de luta por seus justos direitos.

Hoje vivemos tempos de grandes desafios e de novas perspectivas nas mais diversas esferas do conhecimento e da produção. As transformações estruturais ocorridas e as que estão em curso têm tido impacto determinante nas relações trabalhistas. É natural, portanto, que mudanças desse porte repercutam de imediato na qualidade de vida dos brasileiros.

Por isso, neste mês de maio - marco fundamental na longa trajetória de lutas que teve origem em 1890, quando aconteceram as primeiras manifestações de redução da jornada de trabalho -, temos de debater com a sociedade, refletir sobre a questão mais crucial do momento: a geração de emprego e renda.

Digo isso porque no Brasil ainda convivemos com a dura realidade de desempregados e subempregados. E superar esse problema é hoje o maior desafio de qualquer governante.

Para se ter uma idéia de que o problema não é só daqui, informes estatísticos das Nações Unidas têm colocado a necessidade de que, nos próximos dez anos, o planeta terá de gerar, no mínimo, um bilhão de empregos.

Mantida a tendência atual, alguns estudos têm demonstrado que nos próximos anos apenas 25% da população economicamente ativa será de trabalhadores permanentes, qualificados e protegidos pela legislação, 25% de trabalhadores estarão nos chamados setores informais, poucos qualificados e desprotegidos, e 50% dos trabalhadores ficarão desempregados ou subempregados, em trabalhos sazonais, ocasionais e totalmente desprotegidos.

O momento, Sr. Presidente, já é de grande preocupação com o advento de um novo fantasma para o trabalhador: o desemprego frente à automação em plena escala transglobal, aí incluído o trabalhador do primeiro mundo. Estima-se que um terço do problema do desemprego vem dos exponenciais avanços tecnológicos, substituidores de homens por máquinas.

Parece ser significativo, portanto, que o italiano Luigi Scrosoppi tenha sido canonizado, há dois anos, como o santo dos desempregados e quanto dele se precisará. Afinal, é emblemático que o aperto de um botão por um operário japonês leve à confecção de um automóvel a cada vinte segundos.

Em nosso País, essas questões têm encontrado forte ressonância no Congresso Nacional, que tem debatido e batalhado para dar ao País os meios e as condições para que alcancemos o desenvolvimento com justiça social.

A trajetória dos trabalhadores é também a história de conquistas para a melhoria dos ambientes profissionais e para a redução das taxas de acidentes de trabalho do País. As estatísticas oficiais espelham essa realidade: de mais de um milhão de acidentes na década de 70, hoje o Brasil registra cerca de 400 mil ocorrências por ano.

Nas comemorações deste 1º de Maio, desejo reafirmar meu compromisso de continuar lutando para que não falte trabalho nos lares do Brasil.

Iniciativas como o Programa Primeiro Emprego, que irão valorizar os jovens, têm tido o meu apoio e o meu entusiasmo. Tenho plena confiança de que todo esse esforço de governantes e do povo brasileiro estará firmemente calcado na busca de se colocar o desenvolvimento a serviço de uma sociedade mais justa, onde os frutos e benefícios do trabalho humano sejam eqüitativamente distribuídos.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/04/2003 - Página 9115