Discurso durante a 46ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Solicitação de apoio do governo federal ao trabalho realizado pelo Instituto Brasileiro de Turismo, em especial ao Projeto de Desenvolvimento de Ecoturismo no Brasil.

Autor
Romero Jucá (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
TURISMO.:
  • Solicitação de apoio do governo federal ao trabalho realizado pelo Instituto Brasileiro de Turismo, em especial ao Projeto de Desenvolvimento de Ecoturismo no Brasil.
Publicação
Publicação no DSF de 30/04/2003 - Página 9127
Assunto
Outros > TURISMO.
Indexação
  • COMENTARIO, NECESSIDADE, APROVEITAMENTO, PATRIMONIO TURISTICO, BRASIL, INCENTIVO, DESENVOLVIMENTO, ECONOMIA, CULTURA, SOCIEDADE, ESCLARECIMENTOS, DIVERSIDADE, RIQUEZAS, ATRAÇÃO, TURISMO, AMBITO NACIONAL, ESPECIFICAÇÃO, RECURSOS NATURAIS, PATRIMONIO HISTORICO.
  • SOLICITAÇÃO, APOIO, GOVERNO FEDERAL, INSTITUTO BRASILEIRO DO TURISMO (EMBRATUR), DESENVOLVIMENTO, TURISMO, ESPECIFICAÇÃO, ECOLOGIA, REGISTRO, CONTRIBUIÇÃO, ATIVIDADE, SERVIÇO SOCIAL DO COMERCIO (SESC), SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL (SENAC), ORGANIZAÇÃO NÃO-GOVERNAMENTAL (ONG).

O SR. ROMERO JUCÁ (PSDB - RR) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, nas últimas duas décadas, o Brasil iniciou um processo de aproveitamento racional de seus imensos recursos turísticos, o que já nos trouxe grandes benefícios sociais, econômicos e culturais.

No entanto, quando consideramos o verdadeiro potencial de recursos turísticos existente no Brasil, certamente ainda estamos muito distantes de uma posição razoável, comparando-se com outros destinos turísticos internacionais.

Muitas pequenas ilhas de diversas partes do mundo, que têm um potencial turístico muito inferior ao nosso, recebem anualmente um número de turistas maior que os que nos visitam, obtendo receitas de turismo iguais ou superiores à nossa.

Poucos países do mundo se equiparam ao nosso em termos de atração turística. Temos praias, ilhas, serras, cânions, picos elevados, cachoeiras, florestas, reservas ecológicas, fauna e flora riquíssimas e, principalmente, um povo hospitaleiro.

Não poderia citar, e não teria tempo para mencionar nem metade dos locais de interesse turístico em todo o Brasil, mas não podemos esquecer os Lençóis Maranhenses, o Delta do Parnaíba, o Parque Nacional de Sete Cidades, os sertões nordestinos, Chapada Diamantina, Pantanal Mato-Grossense, Cerrado, Chapada dos Veadeiros, Chapada dos Guimarães, Mata Atlântica, Vale do Ribeira, Amazônia, Cataratas do Iguaçu, Fernando de Noronha, Parques Nacionais, grandes cidades, muitos acervos naturais e culturais.

Temos construções antigas, muitas dos séculos XVII e XVIII, cidades históricas, declaradas como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, como Ouro Preto, Olinda e Paraty.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o ecoturismo apresenta uma taxa anual de crescimento de 30%. É o segmento da área de turismo que apresenta a mais alta taxa de crescimento em nível mundial, nos últimos anos: são aproximadamente 50 milhões de pessoas que praticam o ecoturismo, representando cerca de 10% do mercado de turismo mundial.

O Brasil apresenta condições competitivas muito favoráveis para concorrer nessa importante fatia de mercado do turismo, que vem atraindo pessoas de todo o mundo, de todas as faixas etárias, pois o contato com a natureza, o conhecimento da fauna, da flora, o desfrute da natureza sem agredir o meio ambiente e a fuga das condições estressantes das grandes cidades são fatores favoráveis ao desenvolvimento do ecoturismo.

O Brasil tem todas as condições para concorrer favoravelmente com países que já são destinos ecoturísticos com certa tradição, como Costa Rica, México, Tanzânia, Tailândia, Austrália, Quênia, Ruanda, Belize e República Dominicana.

O Brasil, como uma das maiores reservas de biodiversidade do planeta, já conta com cerca de 5 mil empresas e instituições dedicadas ao Ecoturismo, empregando aproximadamente 30 mil pessoas nesse setor.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR) instituiu, em 2002, o Projeto de Desenvolvimento de Ecoturismo no Brasil, que representa um importante instrumento para promover o turismo ecológico.

Esse projeto compreende um diagnóstico de 96 pólos identificados, em que já se pratica o Ecoturismo, com o inventário de suas características, potencialidades e análise de infra-estrutura de apoio.

Desejo também ressaltar a importante contribuição do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) e do Serviço Social do Comércio (SESC), que patrocinaram a publicação que me serviu de base para este pronunciamento e, também, estão desenvolvendo outros projetos e realizando ações de grande importância para o crescimento do Ecoturismo no Brasil.

SESC, SENAC e EMBRATUR, em parceria com entidades públicas e organizações não-governamentais, iniciativa privada e comunidades locais, estão estimulando o desenvolvimento do Ecoturismo, contribuindo para a geração de renda, divisas, respeito ao meio ambiente, diversidade cultural e geração de oportunidades de trabalho.

Neste momento em que o Brasil tanto necessita de geração de postos de trabalho, podemos aproveitar as vantagens do Ecoturismo para o desenvolvimento sustentável, para a preservação de nosso patrimônio natural, para a formação de uma consciência ambientalista e de respeito às comunidades locais.

Deixo aqui o meu apelo às autoridades responsáveis pelo turismo nacional, para que mantenham o apoio ao trabalho realizado pelo Instituto Brasileiro de Turismo, principalmente em relação ao Projeto de Desenvolvimento de Ecoturismo no Brasil.

Assim, o Brasil poderá aproveitar todas as vantagens da chamada indústria do turismo, a “indústria sem chaminés”, a indústria do futuro, a indústria que mais cresce no mundo, que aproxima pessoas, que gera renda, empregos, divisas, cria vínculos culturais e de amizade entre os povos e contribui para o crescimento da economia, para a paz, para a preservação do meio ambiente e para o desenvolvimento geral da humanidade.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/04/2003 - Página 9127