O SR. PRESIDENTE (José Sarney) - Srªs e Srs. Senadores, em nenhum momento da minha vida, no exercício das minhas funções de Presidente desta Casa, desejei ter de participar da votação de um requerimento de pesar desse. É com profunda comoção que recebo a notícia do falecimento de Aureliano Chaves, porque não se tratava somente de um grande amigo, mas de um dos maiores brasileiros, de um homem das mais altas virtudes cívicas, um exemplo de honestidade, de caráter, de dignidade e de grande espírito público.

Foi ele, sem dúvida, com sua coragem cívica tantas vezes já ressaltada nesta sessão, o elo que permitiu a transição democrática em torno de Tancredo Neves. Suas virtudes o levaram a abdicar de todas as reservas de natureza provinciana para engajar-se na luta maior daquele momento.

Devo ressaltar, também, o seu ideal nacionalista de coragem, de defesa da soberania do País, dos seus recursos minerais, na mesma linha dos grandes estadistas mineiros. Quero recordar apenas aquele que, no fim da sua vida, tinha como sacerdócio exercer essa vigilante defesa, que foi Artur Bernardes.

Creio que todos, neste plenário, temos o mesmo sentimento, mas cito três em especial. Marco Maciel, Jorge Bornhausen e eu estamos também em condições de receber condolências, pela irmandade havia entre nós e Aureliano, união em torno da qual somos amigos e irmãos nas grandes causas que enfrentamos juntos.

Devo, portanto, à sua memória, a homenagem do meu carinho, da minha comoção e também das lágrimas que não poderia verter neste plenário, mas que teimam em aflorar.

Designo comissão constituída por esta Presidência e pelos Senadores Eduardo Azeredo, Aelton Freitas e Hélio Costa para representar o Senado nas exéquias.