Discurso durante a 49ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Satisfação com os esclarecimentos apresentados pelo Senador Tião Viana, reiterando sua intenção de debater a reforma previdenciária no campo das idéias e de forma propositiva.

Autor
Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
Nome completo: Paulo Renato Paim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATUAÇÃO PARLAMENTAR.:
  • Satisfação com os esclarecimentos apresentados pelo Senador Tião Viana, reiterando sua intenção de debater a reforma previdenciária no campo das idéias e de forma propositiva.
Publicação
Publicação no DSF de 07/05/2003 - Página 9594
Assunto
Outros > ATUAÇÃO PARLAMENTAR.
Indexação
  • IMPORTANCIA, ESCLARECIMENTOS, TIÃO VIANA, SENADOR, NECESSIDADE, DEBATE, DIVERGENCIA, IDEOLOGIA, CONVICÇÃO, PROPOSTA, REFORMA CONSTITUCIONAL, ESPECIFICAÇÃO, REFORMULAÇÃO, PREVIDENCIA SOCIAL.

O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS. Para uma explicação pessoal. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, fiquei feliz de ouvir o pronunciamento do Líder Tião Viana, no sentido de que reconhece a nossa caminhada até esta Casa, numa linha sempre intransigente de defesa dos trabalhadores da área pública e da área privada, de aposentados e de pensionistas.

Confesso, Líder Tião Viana, que hoje, pela manhã, ao ler os jornais, fiquei, eu diria, frustrado e também muito indignado por terem atribuído a V. Exª expressões como a de que eu estaria defendendo uma outra visão na contribuição dos inativos à procura de holofotes, ou mesmo que eu queria, na minha posição a respeito da reforma da Previdência, que não fosse tributado quem ganha R$52 mil. Considero isso, Sr. Presidente, Sr. Líder, se fosse verdade, da maior gravidade, o que desqualificaria o debate. Seria um debate desqualificado, no campo do ataque pessoal, já que V. Exª sabe a minha posição. Não sou a favor de quem ganha R$52 mil e nem de quem ganha R$17 mil ou R$18 mil. Defendo, na reforma da Previdência, que ninguém ganhe do Erário um salário maior do que o do Presidente da República, hoje em torno de R$8,5 mil.

Fico feliz, pois V. Exª já testemunhou a mim que não foi essa a expressão que V. Exª usou referindo-se a este Parlamentar. Mesmo a questão dos holofotes.

Ora, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, estou no meu quarto mandato. Todas as vezes que me candidatei dobrei o número de votos, saindo de 40 mil votos e chegando a esta Casa, na última eleição, com 2,2 milhões de votos. Tenho oito anos pela frente.

O que fiz ontem na tribuna foi um debate com o Plenário sobre o 1º de Maio, Dia do Trabalhador, e expressei o meu ponto de vista. Eu dizia a V. Exª que depois que chegar a proposta de reforma da Previdência, aí sim, vai começar o verdadeiro debate. Entendo que o debate começou na Câmara e no Senado. E é normal que haja posições divergentes e pontuadas.

Eu dizia ontem e repito hoje que a Câmara e o Senado têm todas as condições - como disse o Presidente Lula, quando entregou à Casa o projeto - de, com liberdade e soberania, emendar, modificar, fazer substitutivos e construir a melhor proposta para a sociedade. É nessa orientação do Presidente Lula que estou me guiando.

Por isso, Sr. Líder, Senador Tião Viana, fico feliz com o seu posicionamento, na linha de entender também a minha opinião.

Haveremos, amanhã, de realizar uma grande reunião, com entidades de trabalhadores das áreas pública e privada, com Parlamentares, para discutir o projeto de reforma da Previdência, o que farei sempre na linha da proposta positiva, construtiva. E caminho, Sr. Líder, Sr. Presidente, Srs. Senadores, como dizia ontem e repito hoje, na expectativa de que a esperança vença o medo, e que ninguém tenha medo do debate.

Vamos fazer um grande debate, fraternal, solidário, equilibrado, sem ataques pessoais de nenhuma forma. Sei que V. Exª não o fez, e eu também não o fiz, em nenhum momento. Diversas vezes, subi à tribuna para defender pontos de vista, e farei o debate no campo das idéias, no campo de visão específico da reforma da Previdência. E é claro que vamos mudar a reforma. Não conheci, em 17 anos como Parlamentar Federal, uma única proposta que tenha sido aprovada na íntegra, carimbada, seja deste ou daquele Governo.

Acredito, também, que o Governo Lula está aberto ao diálogo, ao entendimento, e há de ouvir, sim, as posições divergentes.

Fiquei contente quando V. Exª teve a iniciativa, Líder Tião Viana, de que, na próxima quarta-feira, tenhamos um debate interno com o Ministro Ricardo Berzoini sobre as divergências a respeito da proposta. Fico tranqüilo ao fazer esse posicionamento, pois a sociedade brasileira sabe que tanto eu como V. Exª, assim como o Presidente Lula, queremos o melhor para o País, e haveremos de construir a melhor proposta.

Era isso o que eu tinha a dizer e muito obrigado pela tolerância, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/05/2003 - Página 9594