Discurso durante a 52ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comentários à representação ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE, entregue pelo Governador João Alves Filho, com apoio da bancada federal do Estado de Sergipe, para que não seja permitida a venda casada das redes de supermercados Bom Preço e G Barbosa ao Grupo holandês Royal Ahold, tendo em vista a adoção de prática comercial predatória e cartelizada.

Autor
Renildo Santana (PFL - Partido da Frente Liberal/SE)
Nome completo: Manoel Elias de Santana
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ECONOMIA POPULAR.:
  • Comentários à representação ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE, entregue pelo Governador João Alves Filho, com apoio da bancada federal do Estado de Sergipe, para que não seja permitida a venda casada das redes de supermercados Bom Preço e G Barbosa ao Grupo holandês Royal Ahold, tendo em vista a adoção de prática comercial predatória e cartelizada.
Publicação
Publicação no DSF de 10/05/2003 - Página 10619
Assunto
Outros > ECONOMIA POPULAR.
Indexação
  • REGISTRO, ENCAMINHAMENTO, DOCUMENTO, CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONOMICA (CADE), OBJETIVO, IMPEDIMENTO, VENDA, SUPERMERCADO, ESTADO DE SERGIPE (SE), EMPRESA ESTRANGEIRA, PAIS ESTRANGEIRO, PAISES BAIXOS, MOTIVO, REALIZAÇÃO, CARTEL, PREJUIZO, CLIENTE, PEQUENA EMPRESA, REGIÃO NORDESTE, DEFESA, LIVRE CONCORRENCIA, COMBATE, CRIME CONTRA A ECONOMIA POPULAR.

O SR. RENILDO SANTANA (PFL - SE) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ocupo esse espaço para relatar a recente visita que fiz, juntamente com outros colegas parlamentares e na presença do Governador João Alves Filho, ao CADE - Conselho de Administração e Defesa Econômica. Esse órgão do Ministério da Justiça ocupa uma posição estratégica no sentido de garantir ao cidadão o direito ao princípio da livre concorrência e a eqüidade na relação entre o lucro, os custos e o valor social dos bens oferecidos à comunidade.

O caso, Srªs e Srs. Senadores, que nos levou a tal órgão foi a eminente venda das redes de supermercados Bom Preço e G Barbosa, ambas pertencentes ao grupo holandês Royal Ahold. Essas duas redes dominam o comércio de supermercados em Sergipe e, como pertencem a um mesmo grupo, vêm adotando uma prática comercial predatória e cartelizada, provocando demissões (mais de 100 rescisões de contrato, somente na Rede Bom Preço, no final de 2002), limitando a oferta e variedade de produtos, remarcando os preços de forma exacerbada e prejudicando os pequenos empreendedores do segmento, uma vez que podem determinar os rumos desse mercado no Estado.

A experiência que o povo sergipano vem vivenciando, desde janeiro de 1992, quando a Royal Ahold comprou a G. Barbosa, é bastante amarga e já mostrou que a centralização em apenas uma organização de todo um setor leva a conseqüências desastrosas. A maior delas foi o aumento do preço da cesta básica em Aracaju que, infelizmente, desde dezembro de 2002, é o mais alto do Nordeste.

Frente a essa realidade o Governador João Alves Filho, com o apoio da bancada federal, resolveu tomar uma atitude preventiva e, já de antemão, entregou hoje (quarta-feira), uma representação ao CADE, para que não permita uma venda casada das duas redes a apenas uma empresa. Entende o Governador, e eu compartilho de seu pensamento, que é hora e vez de desfazer esse mal que vem afligindo o povo sergipano. Que é hora de o Ministério da Justiça intervir no mercado para restabelecer a justiça e o direito à livre concorrência; afinal, é papel do Estado zelar pelo equilíbrio entre a produção e o consumo, entre fornecedor e cliente e, nesse caso, entre as redes de supermercado e a população.

Na esperança que essa prática nefasta e atentatória aos legítimos interesses dos consumidores seja extinta, rogo pelo bom senso do Conselho Administrativo de Defesa Econômica .

Era o que eu tinha a dizer.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/05/2003 - Página 10619