O SR. TIÃO VIANA (Bloco PT - AC. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, informo ao Senado Federal e ao País que conseguimos realizar na Amazônia, mais especificamente no Estado do Acre, o maior encontro de políticos de nossa história, do qual participaram dez Ministros de Estado, o Senhor Presidente da República, os Governadores da Amazônia, Senadores e Deputados Federais. Tivemos como razão do encontro o interesse estratégico pela região e a afirmação da personalidade política e socioeconômica que tem a região nos cenários internacional e nacional.

No encontro, prevaleceu o sentimento da inteligência e da elevada defesa do interesse público. O eixo de integração das afirmações, das análises, dos diagnósticos e das proposições foi o Plano Plurianual, momento mais especial, eu diria, que tivemos durante todo o debate político amazônico, quando o Presidente Lula dispensou, mesmo com a atividade intensa que tem tido em favor do País, com seriedade, com comportamento de estadista - seguramente ficará marcado como o maior líder de toda a história da América Latina -, emprestou toda a humildade, toda a sensibilidade e tratou não só de um debate estratégico para a região, ouvindo todos os governadores, mas, principalmente, reafirmando o seu compromisso histórico com o sentimento humano.

O Presidente Lula encontrou presente, nos rincões da Amazônia, nos cantos esquecidos do Brasil, o sentimento humano, o aprendizado da relação com os mais humildes, o aprendizado da relação com as peculiaridades regionais, a visão do desenvolvimento inteligente da região pela biotecnologia, pelo nosso patrimônio genético, pela nossa biodiversidade, enfim, um encontro intocável do ponto de vista de seu conteúdo, de sua importância, de sua contribuição efetiva ao cenário nacional e internacional, onde discutimos, em profundidade, a integração da América do Sul e a relação dos países amazônicos com o nosso País.

Acredito que foi um momento sublime, um dos momentos mais bonitos da história da Amazônia, em que foi firmado um compromisso moral com a região. As autoridades que representam os mais de 20 milhões de habitantes que povoam a região Amazônica e que têm o rio Amazonas como união estavam ali, na cabeceira dos rios, na cabeceira da Amazônia brasileira, discutindo o nosso presente, a nossa responsabilidade política e o nosso compromisso com o futuro. Eu diria que um momento igual a esse dificilmente teremos oportunidade de viver tão brevemente.

Outro fato fantástico daquele encontro foi a autoridade e a responsabilidade com que cada Governador expressou a sua situação estratégica hoje, o seu diagnóstico situacional e a sua visão de desenvolvimento, tendo como eixo de interligação da região o Plano Plurianual. Não debatemos coisas menores, problemas localizados, paroquiais, mas os interesses do desenvolvimento efetivo da região Amazônica.

Espero, sinceramente, que outras regiões do Brasil possam proceder da mesma forma, um momento em que a sabedoria de ouvir foi instalada pelo Presidente da República, a capacidade de apontar sensibilidade e reflexões técnicas por parte dos Srs. Governadores, dos Srs. Ministros, da Bancada Federal, dizendo que é possível, com a verdade colocada sobre a mesa, com responsabilidade técnica e política, construirmos um novo amanhã para todas as regiões deste País.

Sem a diminuição das desigualdades regionais, não estaremos à altura do Brasil que nos desafia. E o Presidente, em todos os momentos, deixou muito claro isso, que é preciso viajar pelo Brasil como governante; é preciso entender e olhar de perto o Brasil para podermos contribuir efetivamente com o seu desenvolvimento.

O Governador Jorge Viana recebeu, com absoluta capacidade de organização e controle de uma atividade política tão desafiadora, todos os Governadores, todas as autoridades do Estado e colocou com muita clareza: “planeja quem faz”. O encontro serviu para dar essa lição a todos nós.

E dividiu com o Presidente uma afirmação que é fantástica e que deve contaminar todos os governantes brasileiros: mais importante do que administrar é cuidar deste País, é cuidar das regiões, é cuidar dos Estados brasileiros.

Acredito que os Srs. Ministros - dez ministros de Estado que nos acompanharam naquele encontro - levaram uma grande, importante e fundamental motivação, que foi trabalhar a gestão pública, tendo como envolvimento fundamental o sentimento, a verdade e a análise técnica sobrepondo-se aos interesses menores.

Muito obrigado.