Fala da Presidência durante a 56ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Associando-se às homenagens prestadas ao Sr. Raymundo Faoro.

Autor
José Sarney (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AP)
Nome completo: José Sarney
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Associando-se às homenagens prestadas ao Sr. Raymundo Faoro.
Publicação
Publicação no DSF de 16/05/2003 - Página 11374
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, RAYMUNDO FAORO, JURISTA, INTELECTUAL, ESCRITOR, ELOGIO, VIDA PUBLICA.

O SR. PRESIDENTE (José Sarney) - Como Presidente da Casa, associo-me às manifestações de pesar pela morte de Raymundo Faoro, um homem de qualidades excepcionais. Morre com ele, sem dúvida, o detentor de uma tríade de talentos: do intelectual, do político e do jurista.

Como intelectual, deixa uma obra marcante na literatura brasileira, bastando destacar o livro que aqui já foi citado, Os Donos do Poder, um clássico na matéria.

Como político, foi defensor da liberdade, pautando sua vida pelas causas que empolgou e das quais participou, sobretudo na redemocratização do País.

Como jurista e também advogado, marcou sua existência pela defesa dos injustiçados, muitos deles na área política, e que são devedores de sua ação, do seu talento e de sua bravura.

Recordo o companheiro da Academia Brasileira de Letras - conheci-o, em primeiro lugar, como intelectual. Na década de 40, ele fazia parte de um grupo de jovens - era um pouco mais velho do que eu. Tinha uma revista no Rio Grande do Sul chamada Quixote; no Rio de Janeiro, havia a revista Branca, com Lêdo Ivo; em Pernambuco, Região, com Mauro Mota e Édson Régis; no Ceará, Clã, com Fran Martins; e, no Maranhão, eu fazia parte, juntamente com Ferreira Goulart e com Bandeira Tribuzi, da geração que, no Brasil inteiro, se chamava a Geração do Pós-Modernismo ou do Neomodernismo.

Depois, vi agigantar-se a figura de Raymundo Faoro em outros campos, ocupando, com seu talento, bravura e inteligência, espaço na literatura brasileira e no campo jurídico.

Hoje a paisagem humana do País diminui com sua morte.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/05/2003 - Página 11374