O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sr^as e Srs. Senadores, devido principalmente à ingerência - e vejam, como Vice-Líder eu até poderia fazer o mesmo, mas são tantos os Líderes que pedem que a Ordem do Dia termina sendo muito tumultuada, então não fizemos - é que preferimos seguir a linha de inscrições democraticamente.

Eu ia fazer um discurso sobre Refis - Programa de Recuperação Fiscal -, fazendo inúmeras considerações. Tendo em vista o curto prazo, mudo e faço uma comunicação a todo o Senado Federal do que estamos pleiteando fazer nesta Casa, criando a Bancada do Nordeste como um movimento harmônico e coordenado. Pediremos a cada Estado que faça a indicação de um membro permanente na comissão desse movimento e faremos as reuniões plenas com todos os Parlamentares e as de trabalho com um membro de cada Estado.

Isso, Senador Mão Santa, porque os instrumentos de que dispomos, como Adene - Agência de Desenvolvimento do Nordeste - e Sudene -Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste -, que estão até coexistindo - mas já se cria um novo órgão há um ano e meio, por que não dizer há mais de um ano e meio - não estão funcionando. Quando Ministro, implantamos a Adene a grandes custos, mas não veio o dinheiro que, pela Constituição, tinha que estar lá, dos fundos.

A última vez em que foi retirado dinheiro para esse fim, nós tínhamos direito a R$140 milhões, mas só recebemos R$50 milhões, que, mal chegaram, o Banco do Nordeste do Brasil já tirou a parte dele, porque recebe 3% do fundo, que, presumivelmente, teria R$9 bilhões, mas é nominal, pois não tem nem R$4 bilhões, porque não valem os R$4 bilhões. Pagamos 3% sobre isso.

Então, vejam, Srs. Senadores do Nordeste, que incoerência. Precisamos fazer funcionar a Sudene ou o que quer que seja. O Norte tem sua agência, o Centro-Oeste almeja, mas a nossa não está funcionando, é como se não a tivéssemos. Por essa razão, criaremos esse movimento. Estou indo à Paraíba neste final de semana e por isso discordo do meu caro e querido amigo Senador que me antecedeu, por uma razão simples: porque saímos daqui e vamos trabalhar no nosso Estado. Vou hoje à noite ao meu Estado para lá lançar também um movimento, o da transposição das águas, seja do Rio Tocantins, seja do Rio São Francisco ou de qual for, mas é preciso que essa ação humanitária ocorra, a luta humanitária no Nordeste.

Se Deus quiser, neste fórum, que vamos criar informalmente funcionando aqui com a Bahia, com Pernambuco, com a Paraíba, com o Piauí, com todos os Estados, haveremos de fazer uma correlação de forças maior, de forma a fazer com que o Nordeste, que não tem há mais de um ano e meio seu instrumento de desenvolvimento, volte a ter a atuação da Sudene.

Quando Ministro, fiquei consternado de ver que não conseguíamos fazer o dinheiro que a Constituição nos dava chegar aos cofres do Banco do Nordeste. Desde que saí, há muito tempo, não chegou nenhum dinheiro novo. É uma pena que o nosso Nordeste seja tratado dessa forma. Por isso, precisamos organizar-nos e pressionar para que realmente funcione.

Era essa nossa colocação. Obrigado.